JF- 98 “ Homem do saco “

Nome: Manarfás
Apelido dado: Homem do Saco
Idade: ----
Aparência:
Altura: 1,90
Regime alimentar:
Contenção: não
Vítimas passadas:
Habilidades:
Fraquezas:
Classe:
Relato: Era uma noite escura, a casa iluminada apenas pelas luzes quentes do lustre que pendia sobre a mesa de jantar. Andrew, um jovem de 12 anos, e os seus pais estavam reunidos, desfrutando da refeição preparada por Ashley. O aroma dos bifes de cordeiro, bem temperados e ainda a fumegar, misturava-se ao cheiro do arroz solto e das ervilhas amanteigadas, criando um ambiente acolhedor. Gordon, sentado à cabeceira, cortava a carne com calma, enquanto Ashley observava o filho com um leve sorriso de satisfação por vê-lo comer com tanto gosto. Os dois adultos brindavam com um vinho caro de cor rubi profundo, cujas notas frutadas e elegantes preenchiam o ar a cada gole. Andrew, com apenas treze anos, tinha à sua frente um copo de sumo de uva, o qual bebia com ar de seriedade, como se quisesse acompanhar os pais de igual para igual. No chão, Jelly, o cachorro da família, estava estendido ao lado das pernas de Gordon. As orelhas caídas e os olhos semicerrados mostravam que estava tranquilo, saboreando a sua ração de forma lenta e quase preguiçosa, mas sempre atento a qualquer pedaço que pudesse cair da mesa. Entre garfadas e goles, a conversa girava em torno da viagem que se aproximava. A escola havia terminado, e agora todos se preparavam para embarcar numa aventura pela Europa. Mudando de assunto Gordon diz...
Gordon: Sim senhor.... isto sim é que é comida de qualidade.
Ashley: Gostaste amor?
Gordon: Está tudo muito bom.
Ashley: Eu fiz aquele molho que tu gostas.
Gordon: Hmm...hmmm ( Gordon estava com a boca cheia de comida e apenas concordou de boca fechada)
Andrew: Eu também gostei muito. ( Disse com a boca cheia de comida )
Ashley: Obrigado filho mas não fales com comida na boca.
Andrew: Desculpa mãe, mas isto está muito bom.
Ashley: Então vou começar a fazer cordeiro mais vezes a partir de agora.
Gordon: E o vinho.... está bom?
Ashley: É o " Vale Sereno "?
Gordon: O teu favorito.
Ashley: 2001?
Gordon: Já não havia 2001, apenas 2003.
Ashley: Senti uma leve diferença.
Gordon: Sim... eu também mas não está nada mau.
Gordon leva cálice até á sua boca e dá um gole de vinho. Gordon saboreava a combinação da comida com o vinho e ficava maravilhado com o sabor. Andrew interrompe a conversa acerca de vinho e diz....
Andrew: Pai... amanhã posso ir na casa do Sam?
Gordon: Não. Amanhã vamo-nos preparar para a viagem, vamos fazer as malas e preparar tudo.
Andrew: Vamos fazer isso o dia todo?
Ashley: Não é questão de ser o dia todo ou não, a questão é que amanhã não vamos ter tempo para ir te levar e depois ir te buscar.
Andrew: O pai do Sam pode-me trazer de volta.
Gordon: Não!
Andrew: Mas-
Gordon: Não Andrew! Quando voltarmos de viajem vais poder passar lá um fim de semana.
Andrew: Ok.... ( Diz meio desanimado )
Ashley: Voltando ao assunto de antes. Andrew já viste as fotos do hotel?
Andrew: Não.... ( Diz ainda meio triste )
Ashley tira o seu celular do bolso e vai até ao site do hotel. Ela vai até ás secções de fotos e em seguida entrega o celular a Andrew.
Ashley: Vê e diz-me o que achas.
Andrew olha para o ecrã do celular e começa a arrastar as fotos para o lado. Conforme ele ia vendo as imagens os seus olhos se enchiam de brilho e o que antes era desanimo se transformava em ânimo. Era a primeira vez que Andrew via as fotos do hotel e ao perceber que tinha piscina, parque de diversão e até mesmo uma praia ao lado do hotel, o jovem fica super ansioso. Os pais ao verem a reação de Andrew abriam um sorriso e sentiam-se os melhores pais do mundo. Andrew parecia estar prestes a explodir de animação, quando a sua mãe tira o seu celular das mãos da criança e diz....
Ashley: Foi muito caro agendar um quarto nesse hotel, então não queremos que nada dê errado.
Andrew: Ok... eu intendi. Essa imagem vai ser INCRÍVEL.
Gordon: Ei ei não grites! Já é noite, vais irritar os vizinhos.
Andrew tapa a própria boca como se percebesse que tinha feito demasiado barulho.
Andrew: Peço desculpa....
Ashley olha para o prato de Adrew e ao perceber que já estava vazio ela diz....
Ashley: Meu fofo já que acabaste tens que te preparar para ir dormir.
Gordon: Sim, amanhã vais ter que acordar cedo.
Andrew: Mas eu nunca durmo nestas horas.
Gordon: Eu sei, mas amanhã tudo tem que estar perfeito para que no dia seguinte seja apenas entrarmos no taxi e irmos até ao aeroporto.
Andrew: Hmmm. ( Andrew não queria ir dormir naquele horário, mas após ver as imagens do hotel ele iria aceitar qualquer condição )
Andrew levantava-se da cadeira e diz.....
Andrew: Eu vou vestir o pijama e depois eu volto para vos dar boa noite.
Ashley: E não te esqueças de lavar os dentes.
Andrew: Eu nunca me esqueço mãe.
Andrew afastou a cadeira devagar, o som suave de madeira contra o chão ecoando pela cozinha. Saiu com passos leves, quase saltitantes, e atravessou o corredor iluminado apenas por algumas lâmpadas amareladas. Ao chegar à escada, apoiou a mão no corrimão e começou a subir degrau por degrau, sentindo o ranger discreto da madeira sob os pés. No andar de cima, o silêncio era maior, apenas quebrado pelo leve sopro do vento batendo na janela do corredor. Seguiu em direção ao banheiro e empurrou a porta, que rangeu suavemente antes de se abrir. Ao acender a luz, o ambiente foi tomado por um brilho branco que refletia nos azulejos claros. Sobre a pia, repousava um copinho de plástico azul com várias escovas de dentes coloridas. Andrew reconheceu a sua de imediato, era a vermelha com o cabo já um pouco gasto. Pegou nela com um gesto automático, depois retirou a pasta de dentes da prateleira. Com cuidado, apertou o tubo até que uma fina linha de creme branco caísse sobre as cerdas. Ligou a torneira, deixando a água correr fria e cristalina, e umedeceu a escova. Então, inclinou-se para o espelho e começou a escovar os dentes, fazendo movimentos circulares. O reflexo mostrava o seu rosto ainda animado, os olhos cheios de expectativa pelo dia seguinte, como se cada escovada fosse mais um passo rumo à tão aguardada viagem. Ao terminar de escovar os dentes, Andrew desligou a torneira e sacudiu as gotinhas que ainda escorriam da escova antes de devolvê-la ao copinho azul. Saiu do banheiro com passos leves, o chão frio de madeira rangendo discretamente sob os pés descalços. O corredor estava silencioso, apenas iluminado por uma fraca luz noturna que vinha de uma pequena lâmpada junto à escada. Chegando ao quarto, Andrew girou o interruptor e uma luz suave encheu o ambiente. O espaço tinha um ar organizado, com alguns brinquedos arrumados no canto e livros empilhados sobre a escrivaninha. Em cima da cama, já o esperava o pijama azul-escuro com pequenas estrelinhas amarelas, cuidadosamente dobrado por Ashley antes do jantar. O garoto sentou-se na beira da cama, tirou calmamente a roupa do dia e vestiu o pijama, que o envolveu com um conforto familiar. Levantou-se, ajeitando a gola e as mangas, e então dirigiu-se até a janela. Puxou levemente a cortina e espiou a rua. Lá embaixo, algumas luzes dos postes lançavam reflexos dourados no asfalto molhado pelo sereno da noite. Carros passavam de vez em quando, mas um em especial chamou sua atenção: um Rolls Royce branco, elegante e imponente, exatamente como o modelo que o avô sempre dizia ser o seu favorito. Andrew abriu um sorriso, como se tivesse acabado de receber um sinal de boa sorte. Levantando o olhar, viu no céu escuro o brilho distante de um avião cruzando lentamente entre as estrelas. Seu coração disparou de empolgação, e a imaginação voou com ele, já se via dentro de um avião, olhando pela janela, prestes a chegar à Europa. Por alguns segundos ficou parado, sonhando acordado, sentindo uma alegria tão intensa que parecia aquecer o quarto inteiro. Por fim, suspirou fundo, fechou as cortinas e apagou a luz. Deixou o quarto com passos firmes e desceu as escadas para se despedir dos pais antes de dormir. Andrew desceu as escadas devagar, a madeira rangendo sob os seus pés a cada passo. O corrimão frio de ferro acompanhava a sua mão miúda enquanto ele descia, e as luzes amareladas da sala iam surgindo pouco a pouco, iluminando seu rosto sonolento mas ainda radiante de expectativa. Ao chegar ao andar de baixo, o cheiro do vinho e da comida ainda pairava no ar, misturado ao leve aroma de madeira polida que sempre preenchia a casa. Na cozinha, os pais estavam sentados lado a lado, ainda à mesa, recolhendo os últimos pratos do jantar. As taças de cristal repousavam sobre a toalha clara, com pequenos reflexos rubros do vinho que restara no fundo. Jelly, o cachorro, havia se acomodado perto da porta, de barriga cheia, ressonando baixinho. O ambiente era sereno, e Andrew sentiu um calor no peito ao ver aquela cena de tranquilidade , a sua família reunida, em paz, prestes a embarcar numa nova aventura. Ele entrou na cozinha em silêncio, o pijama azul-escuro com estrelinhas dando-lhe ares de pequeno sonhador prestes a adormecer, mas ainda reluzente de entusiasmo pela viagem que se aproximava. Gordon , que estava mexendo no celular, ao ver que Andrew havia voltado pousa o mesmo e diz para seu filho....
Gordon: Vem dar um beijinho ao pai e á mãe.
Andrew corre até a cadeira do pai e dá um beijinho na sua bochecha.
Andrew: Boa noite pai.
Gordon: Dorme bem, que amanhã o dia vai ser de muito trabalho.
Andrew: Ok.....
Andrew em seguida corre em direção de sua mãe, que estava a lavar a loiça e a abraça. O garoto esfrega a sua bochecha nas costas de sua mãe e de seguida diz.....
Andrew: Até amanhã mãe.
Ashley: Até amanhã meu anjinho, dorme bem.
Andrew soltou-se devagar do abraço da mãe e deu alguns passos para trás, olhando para os dois com um sorriso cansado, mas feliz. O pijama azul-escuro parecia brilhar sob a luz quente da cozinha, as estrelinhas refletindo como pequenos pontos de esperança. Ele ajeitou o tecido com as mãos miúdas e, ainda sem vontade de se separar daquela atmosfera aconchegante, deu uma última olhadela para os pais antes de virar-se em direção ao corredor. A cada passo, os seus pés batiam suaves no chão de madeira, e o silêncio da casa começava a envolvê-lo. Subiu lentamente as escadas, sentindo a sonolência tomar conta do corpo depois de um dia cheio de emoções. Ao chegar ao seu quarto, empurrou a porta e foi recebido pela penumbra tranquila, apenas iluminada pela luz da lua que entrava pelas frestas da cortina. Andrew fechou a porta atrás de si, foi até à cama e puxou os lençóis com cuidado. Subiu para cima do colchão e aconchegou-se, sentindo a suavidade fresca dos lençóis contra a pele. Puxou a coberta até ao queixo e ajeitou a cabeça na almofada, ainda com a mente cheia de imagens da viagem que se aproximava, o avião, o hotel, a praia. Um suspiro leve escapou-lhe dos lábios, e, de olhos semicerrados, Andrew deixou-se embalar pela calma da noite. O coração batia acelerado de expectativa, mas aos poucos o corpo cedia ao descanso. Dentro de minutos, o garoto já estava mergulhado num sono profundo, enquanto a casa permanecia em silêncio, guardando a paz daquela família. Andrew fecha os olhos lentamente e, após alguns segundos, adormece. O único som no quarto era o do ar-condicionado, que espalhava uma brisa fresca pelo ambiente, embalando o silêncio da noite. A luz suave do abajur iluminava apenas parte do cômodo, deixando sombras tranquilas pelas paredes. No conforto daquele clima agradável, o garoto começava a sonhar com a tão esperada viagem. Em sua imaginação, ele já corria pela areia da praia, mergulhava na piscina cintilante e explorava o parque de diversões ao lado do hotel. Cada detalhe surgia em sua mente como se fosse real, despertando nele uma alegria pura e contagiante. Naquela noite, Andrew dormia com um sorriso leve nos lábios, sem perceber que, de certa forma, a aventura já havia começado em seus sonhos. Por várias horas Andrew dormia como um "bebé". Mas quando marcou 4:00 um estrondo ecoou pela casa. Andrew ,que sonhava profundamente, abria os olhos mas o garoto estava tão cansado que apenas voltou a fechar os seus olhos. Mas quando ele estava prestes a voltar a dormir algo chamava a sua atenção. Sons de passos a subir os degraus das escadas mantinham-no acordado. Andrew levanta um pouco a cabeça do travesseiro e olha para o seu despertador. O aparelho eletrônico apontava para as 4:05 da manhã. Andrew ainda meio sonolento esfregava os olhos para ver o horário e percebia que já era muito tarde. Os seus pais nunca ficavam acordados até tão tarde então ele ficou um pouco confuso mas ele não se importava muito e voltava a encostar a cabeça no travesseiro. Os passos que antes subiam as escadas agora estavam no corredor e aproximavam-se lentamente do seu quarto. Andrew fecha os olhos e tenta dormir novamente mas os sons dos passos apenas ficavam mais altos e a vontade de dormir ia embora lentamente. Mesmo assim ele permanece de olhos fechados. Foi então que os passos pararam e algo ainda mais estranho acontecia. Alguém abria a porta do seu quarto. Andrew permanecia imóvel e fingia que estava a dormir. A porta não abria por completo, ela apenas abria um pouco. Andrew começa a ficar um pouco assustado pois não percebia o que estava a acontecer. Andrew abria levemente um dos olhos e olhava para a porta mas não via nada para além da porta estar entre aberta. O garoto procurava por algo fora do normal mas simplesmente não havia nada de incomum. Foi quando algo colocou a cabeça para dentro do quarto do quarto que Andrew sentiu um aperto no peito. Por estar muito escuro Andrew não conseguia ver quem é que havia colocado sua cabeça para dentro do quarto mas ele podia ver os olhos da pessoa o encarando mas ele não conseguia ver o resto do rosto. A sua única opção era esperar que seus olhos se adaptassem ao escuro. Sons de gotas a cair no chão vinha do lado de fora do quarto e Andrew estava a começar a ficar muito assustado. Após um minuto os olhos de Andrew haviam se adaptado á escuridão e agora ele podia ver quem o encarava. Ao olhar para o rosto da pessoa ele percebia que era seu pai. Andrew ao perceber que era apenas o seu pai ele perde um pouco o medo e voltava a se acalmar. Mas a situação permanecia esquisita já que não fazia sentido o seu pai estar apenas o encarando naquele horário tão tarde. O rosto de Gordon era neutro, nem feliz e nem triste, ele apenas encarava Andrew. Gordon tinha apenas a cabeça dentro do quarto, a outra parte do corpo estava atrás da porta e o garoto tentava arranjar uma solução para tudo aquilo. Andrew pensou então em questionar o seu pai. O garoto pensava que talvez ele estivesse sonambulo. Andrew reúne coragem para falar e quando ele iria questionar seu pai.... mais uma pessoa colocava sua cabeça para dentro do quarto. Desta vez era sua mãe e ela estava com a exata mesma expressão de Gordon. Andrew ao ver aquilo descarta a ideia de falar e decide apenas observar. O coração do garoto, que antes se acalmava, agora voltava a bater rapidamente. Qual seria a possibilidade de duas pessoas terem sonambulismo ao mesmo tempo. Andrew começava a cogitar a ideia que na verdade o despertador estava com defeito e que eles apenas vinham para o acordar. Mas claramente ainda não era de manhã pois a luz que entrava pelas frestas das cortinas era a luz da lua. Após dois minutos o "queixo dos dois caíram", deixando-os de boca aberta. Na verdade era como se eles apenas tivessem parado de fazer força para manter a boca fechada. Andrew apertava os lençóis com força pois ele já não aguentava mais, o medo estava a consumir o seu corpo. Foi então que as cabeças dos dois caíram no chão, revelando que eles estavam os dois mortos. As cabeças decapitadas dos pais ao baterem no chão fazem um " PAK " . Andrew fica extremamente perturbado e ao olhar para o chão ele percebe que algo que não havia notado antes. Ele estava tão focado nos seus pais que não havia percebido que uma enorme possa de sangue entrava no seu quarto através da fresta da porta. Ao olhar para as cabeças dos seus pais, Andrew solta um grito e rapidamente levanta-se da cama. O garoto estava a soava e o seu coração quase pulava para fora. Lágrimas começam a escorrer pelas suas bochechas e ele começa a chorar. O garoto ,já de pé, afastasse o máximo possível da porta. até bater com as costas na janela do quarto. Foi então que alguém dizia algo do outro lado da porta.......
???????: Andrew...... os pais foram viajar mais cedo. ( Uma voz aparente normal dizia )
Andrew: ( Apenas intensifica o choro )
???????: Por favor não chore. Foram os seus pais que comportaram-se muito mal.
A porta abre-se por completo e um homem alto com um terno branco e segurando um saco entra no quarto. Aquele era JF-98 e agora ele dava alguns passos na direção de Andrew.
Homem do saco: Sabe garotinho.... eu levo o dinheiro muito a sério.... e gosto que as pessoas cumpram com os seus prazos.
Com uma mão ele segurava o saco e com a outra ele esticava o braço em direção do garoto. Ele tinha uma das mãos aberta e pronta para agarrar Andrew. O garoto chorava histericamente e nem prestava atenção nas palavras daquele ser.
Homem do saco: Ah.... tu vais ser perfeito..... vem.... anda fazer parte do Manarfás!
JF-98 agarra no garoto pela roupa e o ergue no ar, pressionando as costas de Andrew contra o vidro da janela. JF-98 abre um sorriso e de seguida diz....
Homem do saco: Eu sei que isto pode ser confuso.... mas são apenas negócios. Na verdade eu até prefiro deste jeito , um jovem da sua idade vale muito mais que dinheiro.
Andrew não parava de chorar e o vidro da janela começava a rachar com a pressão. JF-98 com apenas uma mão abre o saco e diz......
Homem do saco: Está na hora de irmos trabalhar garotinho.
O momento parecia ter parado no tempo. Quando o Homem do Saco inclinou-se para prender o garoto dentro do saco imundo que carregava, um estalo seco ecoou pelo quarto. O vidro da janela se estilhaçou em centenas de fragmentos que voaram como navalhas no ar. Andrew, tomado pelo instinto, foi arremessado para trás, atravessando o vão quebrado. O mundo girou por um instante. O garoto caiu do segundo andar, o vento cortando seu rosto, até que seu corpo chocou-se contra o gramado úmido do jardim. O impacto arrancou-lhe o ar dos pulmões, deixando-o atordoado, mas não o suficiente para quebrar ossos ou tirar-lhe a vida. A dor espalhou-se por todo o corpo, e só então Andrew percebeu os cortes ardendo: o pijama estava rasgado em tiras, manchado de pequenas linhas de sangue onde os cacos haviam atingido sua pele. Cambaleando, ele apoiou as mãos no chão e ergueu-se com dificuldade. As pernas tremiam, os soluços lhe rasgavam a garganta. Quando ergueu o olhar para a janela quebrada de seu quarto, sentiu o coração gelar. Ali, imóvel na penumbra, JF-98 observava-o. Os olhos laranja brilhavam como brasas no escuro, fixos nele. O sorriso monstruoso havia desaparecido; o rosto estava sério, pesado, quase como se não esperasse por aquela reviravolta. A expressão não era de raiva, mas de algo ainda mais perturbador. Andrew recuou instintivamente, tropeçando nos próprios pés, e então virou-se de costas. Sem pensar, correu. As lágrimas escorriam pelo rosto enquanto o soluço misturava-se ao som apressado dos passos descalços no asfalto frio. A rua estava deserta, silenciosa, como se o mundo inteiro tivesse adormecido e apenas seu choro infantil ecoasse, quebrando a noite. Andrew corria o mais rápido que suas pernas pequenas permitiam. O pijama rasgado balançava com o vento frio da madrugada, e cada passo fazia os cortes em sua pele arderem como fogo. A estrada se estendia diante dele, longa e deserta, mergulhada em sombras. As árvores que margeavam o caminho balançavam lentamente, sussurrando com o vento, como se cochichassem segredos sobre seu destino. O único som era o eco de seus passos descalços batendo contra o asfalto e o soluço entrecortado de seu choro. O silêncio ao redor era sufocante, quebrado apenas pelo som distante de um trovão que anunciava uma nova chuva. O ar tinha cheiro de terra molhada e medo. A cada vez que olhava por cima do ombro, Andrew sentia o coração bater contra o peito como se fosse explodir. A escuridão atrás dele parecia mais densa, como se escondesse algo que o seguia em silêncio. Não havia carros, não havia luzes, não havia ninguém para ouvir seus gritos. Apenas a estrada infinita, iluminada timidamente pela lua, e a sensação de que a qualquer instante ele seria alcançado. O vento frio secava suas lágrimas pela metade, mas novos soluços vinham, fazendo sua respiração ficar curta e desesperada. Ele queria chamar pela mãe, pelo pai, por alguém, mas sabia, instintivamente, que apenas o eco responderia. Com o peito ardendo e as pernas pesadas, Andrew percebeu que não conseguiria correr para sempre pela estrada vazia. O asfalto parecia não ter fim, e a sensação de estar sendo observado só crescia. Quando seus olhos marejados avistaram uma abertura à direita, um caminho estreito de terra que se enfiava por entre as árvores, ele não pensou duas vezes. Sem diminuir o passo, dobrou bruscamente e mergulhou na escuridão da floresta. Os galhos baixos arranharam seus braços e rosto, o pijama já rasgado se prendia em espinhos e raízes, mas ele não parava. O som do asfalto desapareceu atrás dele, substituído pelo estalar de gravetos e folhas secas sob seus pés. Ali dentro, a escuridão era quase total. A lua mal conseguia atravessar as copas densas das árvores, deixando apenas pontos pálidos de luz no chão irregular. O ar tinha cheiro de terra úmida e musgo, pesado e sufocante. Andrew tropeçou, quase caiu, mas apoiou-se em uma árvore, respirando com dificuldade. O coração batia tão alto que parecia ecoar na floresta silenciosa. Ele apertou os punhos, tentando conter o choro, mas os soluços teimavam em escapar. Ficou parado alguns segundos, imóvel, tentando ouvir algo além de sua respiração ofegante. Nenhum som de passos atrás dele, nenhum sinal de perseguição. Apenas o silêncio da floresta… um silêncio que parecia prestes a ser quebrado. Andrew encostou-se ao tronco e se encolheu. Andrew ainda estava encolhido atrás do tronco quando um som inesperado quebrou o silêncio da mata. Primeiro um ronco grave, distante, quase engolido pelo vento noturno. Aos poucos, foi crescendo, até que os faróis brancos atravessaram a escuridão das árvores como duas lâminas de luz. O motor roncava suave, quase felino, enquanto um Rolls Royce branco surgia pelo estreito caminho de terra, deslizando de maneira surreal, como se a mata tivesse aberto espaço apenas para ele. O brilho impecável da lataria refletia a luz da lua entre as folhas, destoando grotescamente do ambiente sujo e úmido da floresta. Andrew, petrificado, sentiu os joelhos tremerem. O carro se aproximava lentamente, sem pressa, até parar exatamente à sua frente. O silêncio voltou, apenas interrompido pelo leve tique-taque do motor resfriando. Os faróis iluminaram o corpo pequeno do garoto, expondo cada corte em sua pele, cada lágrima escorrendo pelo rosto. Andrew ergueu o braço para proteger os olhos da luz intensa, mas não ousou se mover. Por um instante que pareceu eterno, nada aconteceu. Nenhuma porta se abriu, nenhuma voz se ouviu. Apenas o carro parado, elegante e imponente, encarando-o como uma fera silenciosa pronta para dar o bote. Foi então que a porta do condutor se abriu e de lá de dentro saiu JF-98. Andrew ficava apavorado e não sabia mais os que fazer. JF-98 anda lentamente em direção de Andrew e com uma cara séria ele dizia.....
Homem do saco: Não....não....não, garoto idiota, fizeste me gastar gasolina a mais. Quando chegarmos vais ter que me recompensar com algo.
JF-98 parava a alguns metros de Andrew e apenas que o garoto dissesse alguma coisa. Andrew olhava com medo e raiva para JF-98 e em seguida ele diz gritando.....
Andrew: VAI EMBORA!
Andrew gritou a plenos pulmões, fazendo até mesmo os pássaros se assustarem. JF-98 olhava para Andrew com um olhar de deboche e em seguida ele diz.....
Homem do saco: Como eu disse antes.... a culpa não é sua garoto, a culpa é dos seus pais. Eles não me pagaram o que deviam. Mas agora temos que ir.....
Andrew: VAI EMBO-
JF-98 interrompeu o garoto com um salto ágil e antinatural, cobrindo a distância em questão de segundos. O saco, que até então parecia comum, ergueu-se sozinho como se tivesse vida, abrindo sua boca escura de pano e engolindo Andrew num movimento abrupto. Não havia lógica naquilo: o saco parecia pequeno demais para conter o corpo de um garoto de 12 anos, mas se expandiu de maneira grotesca, a costura esticando e rangendo como se fosse feita de pele e não de tecido. Em menos de um piscar de olhos, Andrew desapareceu dentro daquela escuridão sufocante. Não houve grito, não houve resistência. Era como se o saco tivesse drenado sua energia junto ao impacto, transformando o garoto em peso morto. JF-98 o jogou casualmente sobre o ombro, como quem carrega um fardo corriqueiro. Caminhou até o Rolls Royce, abriu a porta traseira e atirou o saco no banco como se fosse nada. O pano voltou à sua forma normal, imóvel, sem um único sinal de movimento vindo de dentro. Em seguida, o Homem do Saco fechou a porta com calma e tomou novamente o lugar no banco do condutor. JF-98 conduz o seu carro para as profundezas da floresta e dessa forma desaparecendo na escuridão.
Notas: JF-98 é uma criatura rodeada por mistérios mas a fundação conseguiu reunir várias informações acerca do mesmo. JF-98 pode ser considerado a extensão de outro JF nominado de "Site 223". O site era basicamente uma plataforma de empréstimo online onde qualquer um poderia solicitar empréstimos de valores ilimitados e sem juros. Contudo um prazo da devolução normalmente nunca passava de mais de 2 meses. O site 223 era muito difícil de se encontrar pela internet convencional e só ficava disponível das 00:00 ás 3:00. Isso fez com que algumas pessoas pedissem empréstimos através do site 223. Muitas conseguiram devolver o dinheiro a tempo e nesse caso nada acontecia com a pessoa que pediu o empréstimo, contudo caso a pessoa não conseguisse devolver o dinheiro exato prazo de devolução JF-98 entrava em ação, indo cobrar as pessoas por conta própria. JF-98 entrava ia até a casa da vitima justamente com o seu Rolls Royce e pára no estacionamento mais próximo da casa da pessoa. Em seguida ele entra na casa rastejando pela chaminé, por uma janela aberta ou até mesmo criando um buraco no chão e fazendo um túnel até a entrada da casa. Ele mata as pessoas que pediram os empréstimo e caso eles tenham filhos ele rapta-os colocando-os dentro do saco. Caso a/s vitima/s não tenham filhos ele simplesmente leva todos os objetos de valor da casa. JF-98 pode ser muito silencioso, tendo a capacidade de se rastejar como uma cobra. O site 223 foi derrubado diversas vezes pela fundação, contudo após 3 meses a plataforma volta ao ar misteriosamente. Não se sabe para onde JF-98 leva as crianças contudo a fundação fez um experimento onde agentes armados pediram um empréstimo de 1 dólar. O prazo de devolução era de 2 meses mas a fundação não iria pagar. No dia após a ultrapassagem do prazo a equipa de 10 agentes chamada de " Money Fall " aguardou a aparição do JF-98 dentro de uma casa alugada. JF-98 entrou pela chaminé ás 2:00 e sem hesitar os agentes atiraram na criatura. JF-98 era furado pelas balas mas em vez de sair sangue dos seus ferimentos apenas saia um fumo preto. Enquanto estava a ser atacado JF-98 tirou uma lamina com o cabo feito de ossos aparentemente de crianças e atacou os Agentes. A lamina tinha 70 cm e tinha a capacidade de ultrapassar os uniformes dos agentes. O JF-98 conseguiu ferir 4 agentes e matou dois, contudo após vários disparos ele simplesmente parou de se mover e se desmaterializou. Antes dele desaparecer ele tinha um olhar de fúria quase como se tivesse sido forçado a desparecer. Contudo a fundação conseguiu detectar mais aparições do JF-98 após o incidente, revelando que ele ainda está vivo.
Relatório: Resumo:
JF-98 é uma entidade anômala de comportamento predatório, associada ao chamado "Site 223", uma plataforma de empréstimo online. A Fundação conseguiu reunir informações significativas sobre o modus operandi da criatura e a relação desta com indivíduos que não cumprem os termos de empréstimo da referida plataforma.
Descrição da Plataforma Site 223:
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Site de empréstimos online de acesso restrito, disponível apenas das 00:00 às 03:00.
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Permitida solicitação de valores ilimitados, sem juros.
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Prazo máximo de devolução normalmente não excede dois meses.
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Difícil de localizar na internet convencional.
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Plataforma foi desativada diversas vezes pela Fundação, porém retorna misteriosamente após aproximadamente três meses.
Modus Operandi da Entidade:
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JF-98 age contra indivíduos que não conseguem cumprir o prazo de devolução dos empréstimos solicitados via Site 223.
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Chega à residência da vítima utilizando um veículo de luxo (Rolls Royce), estacionando no ponto mais próximo da casa.
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Entra na residência através de métodos não convencionais: chaminé, janelas abertas ou túneis cavados no solo.
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Mata os indivíduos inadimplentes; caso haja filhos, estes são sequestrados e colocados em um saco.
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Na ausência de filhos, a entidade recolhe objetos de valor presentes na residência.
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Capacidade de movimentação extremamente silenciosa, rastejando como uma cobra.
Observações Experimentais:
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A Fundação conduziu um experimento controlado com a equipe "Money Fall", composta por 10 agentes, utilizando um empréstimo simbólico de 1 dólar.
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Prazo de devolução deliberadamente não cumprido.
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JF-98 entrou no local designado às 02:00 via chaminé.
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Durante o confronto armado, a entidade apresentou resistência física significativa: balas penetravam o corpo, mas apenas liberavam fumo preto em vez de sangue.
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Armamento: lâmina de aproximadamente 70 cm, cabo feito de ossos possivelmente humanos, utilizada para atacar agentes, causando ferimentos graves e fatalidades (2 agentes mortos, 4 feridos).
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A entidade desmaterializou-se após múltiplos disparos, demonstrando expressão de fúria intensa antes de desaparecer.
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Rastreamento pós-incidente indica que a entidade continua ativa e realizando aparições ocasionais.
Conclusões e Recomendações:
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JF-98 representa risco extremo para civis e agentes da Fundação devido à sua força, resistência e capacidade de infiltração.
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A operação do Site 223 deve ser monitorada continuamente, com esforços para impedir reaparecimento da plataforma.
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Procedimentos de contenção devem considerar a habilidade da entidade de se desmaterializar e reaparecer em novos locais.
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Investigações adicionais são necessárias para determinar o destino das crianças sequestradas e compreender a totalidade das capacidades da entidade.
