JF-46 " caçador aquático "

17-09-2023
  • Nome: Namau
  • Apelido dado: Caçador Aquático
  • Idade: ------
  • Aparência: 
  • Altura: 1,79
  • Regime alimentar: Carnívoro
  • Contenção: sim
  • Vítimas passadas: 
  • Habilidades:
  • Fraquezas:

Relato: A Fundação havia mobilizado uma equipa especializada composta por pesquisadores e agentes armados para a captura de uma planta anômala localizada em plena Amazônia. O trajeto até o local exigia a travessia de um extenso pântano, coberto por névoa densa e vegetação sufocante, onde a água turva escondia formas e movimentos desconhecidos sob a superfície. O avanço era lento, marcado pelo som de insetos e pelo peso constante da umidade que colava às roupas e dificultava a respiração. O que deveria ser apenas uma expedição de contenção rapidamente transformou-se em um desaparecimento sem precedentes. A comunicação cessou subitamente, e nem mesmo os chips rastreadores implantados nos corpos dos agentes foram capazes de indicar a sua localização final. Era como se tivessem sido engolidos pelo próprio pântano. As únicas pistas recuperadas vieram das câmeras acopladas aos capacetes da equipe. As imagens, embora distorcidas e de baixa nitidez, revelaram uma presença emergindo das águas escuras. A figura era indefinida, quase impossível de descrever ela atacou com violência. Pelos fragmentos das gravações, é possível notar disparos e gritos abafados, seguidos do caos repentino. Alguns agentes foram atingidos, mas a transmissão encerrou-se antes que qualquer detalhe concreto pudesse ser registrado. Dois dias após o incidente, a Fundação enviou três novas equipas de resgate ao local. A missão seria executada durante o dia e tinha dupla natureza: localizar os desaparecidos e, caso se confirmasse a presença de uma anomalia hostil, proceder à sua imediata contenção. As três equipas de resgate foram levadas por helicópteros da fundação. O helicóptero cortava o céu cinzento, vibrando como uma fera de metal suspensa no ar pesado. Lá embaixo, a floresta se estendia em tons esverdeados, quase apagados pela sombra das nuvens carregadas. O som das pás girando era ensurdecedor, mas dentro de cada cabine os comandantes davam as instruções para o resto dos agentes. Todos estavam sentados em seus assentos menos os comandantes e no centro havia uma mesa que projetava uma imagem do pântano.    

Martin: Eu quero todo o mundo com atenção máxima quando estivermos dentro do pântano, nós não sabemos que tipo de anomalia estamos lidando. A nossa prioridade é resgatar os pesquisadores vamos tentar evitar confrontos diretos com a anomalia, apenas reagimos caso sejamos atacados.   

Martin era um dos comandantes e ele passava as visões táticas que a sua equipa tomaria durante a missão. Um dos agentes levanta a mão e pergunta...... 

Agente: Senhor... peço desculpa por perguntar mas na minha visão seria mais seguro e eficaz caso uma equipa analisa-se a área primeiro, eu acho que é um grande risco que tomamos entrando no pântano apenas com a visão do mapa. 

Martin: Claro... ótima pergunta.... nenhum de vocês deve se calar caso tenham algo a perguntar. A questão é que temos uma equipa de pesquisadores e agentes presos no pântano, se queremos resgata-los com vida teremos que agir o mais rápido possível. Uma seleção de drones foi enviada para o pântano para avaliar melhor a área mas alguns foram derrubados por algo que acreditamos ser a mesma coisa que capturou os pesquisadores.  

Agente: Então estaremos a entrar basicamente vendados dentro do pântano. 

Martin: É uma missão de alto risco, por isso eu preciso que todos cumpram com as minhas ordens quando estivermos lá em baixo.  

Agente: Sim comandante. 

Martin: Muito bem.....  mudando de tópico o agente Crow-717 é o vosso sob-comandante, caso algo venha a acontecer comigo ele estará preparado para assumir a missão. 

Crow-717: Esperemos que nada aconteça com nenhum de nós.... mas caso o pior venha a acontecer eu irei dar o meu melhor para concluir a missão da forma mais segura possível.  

Martin: Esse é o espirito.....  

 ............ 

Noutro helicóptero estava a equipa do comandante Harry, onde o mesmo também dava as suas instruções. 

 Harry: Não vos vou mentir.... esta merda que estamos a fazer é muito arriscado e acho que é a primeira vez que isso acontece, estamos a entrar em território desconhecido e alguma porra vai nos tentar caçar lá dentro, então estejam prontos para qualquer coisa. É provável que hajam fatalidades e que alguns de nós venham a morrer, pois como eu já disse nós não sabemos de nada, não temos informações mas uma coisa eu garanto.... se for preciso eu irei dar a minha vida para que vocês consigam se safar.... o papel de um comandante é mesmo esse e eu não posso permitir que a morram.  

Os agentes escutavam Harry com muito respeito e até sentiam uma aura paternal vinda do comandante, pois ele importava-se muito com bem estar de cada um dos membros da equipa. Alguns agentes batem palmas pelas palavras do comandante. 

Harry: EI...EI isto não virou um aniversário..... se quiserem falar apenas levantem as mãos. 

Ao ouvirem as palavras de Harry os agentes que batiam palmas rapidamente pararam e voltaram a ouvir em silencio total. 

Harry: ..... como vocês já devem saber o pântano é uma região muito traiçoeira e que pode ter várias armadilhas naturais, então é ter muito cuidado onde pisam. Para não falar que o pântano também é repleto por animais selvagem então todo o cuidado é pouco. Para terminar..... malta ajudem-se uns aos outros..... quero terminar a missão com todo o mundo vivo.... 

Sean o comandante da terceira equipa também acabava de dar as suas palavras para a sua equipas. 

Sean: Malta para terminar eu gostava de apenas de dizer que não importa o que está no pântano, nós estamos preparados para o que der e vier. E se for para morrer vamos morrer lutando.... juntos como uma equipa. Todos nós sabiam que este trabalho era muito perigoso quando assinamos e aceitamos trabalhar aqui. Para todos que estão aqui á minha frente a morte não nos assusta, nós guerreiros. Sabem o que me assusta mais? 

Os agentes ouviam tudo e cada palavra atingia-os como uma bomba de confiança e energia. Cada soldado sentia como se aquele na sua frente pertence-se ao exercito de esparta e a sua confiança e determinação era contagiante.

Sean: Eu tenho medo de morrer como um inútil. Esse é o meu maior medo. Eu irei liderar cada um de vós com todas as minhas forças e caso seja preciso lutar nós lutaremos. Se as nossas armas falharem sacamos as nossas facas, se as laminas quebrarem vamos na mão, e se as nossos punhos quebrarem nós mordemos, mas nunca iremos cair sem dar tudo. QUEM ESTÁ COMIGO? 

O comandante falava alto e com convicção, fazendo os agentes se levantarem dos seus assentos e dizem com os punhos erguidos..... 

Agentes: NÓS COMANDANTE.  

Após alguns minutos cada uma equipa foi deixada numa parte diferente do pântano. Eles pretendiam cobrir maior parte do pântano no mínimo espaço de tempo possível. Os helicópteros pousaram em clareiras esparsas, onde a vegetação rareava o suficiente para permitir o pouso sem grandes riscos. O barulho das hélices cortava o ar úmido e carregado de cheiro de terra e vegetação podre. A lama e a água dos pântanos respingavam enquanto os agentes saltavam das aeronaves, os pés afundando na terra mole e encharcada. Cada equipe tinha quinze agentes fortemente armados, protegidos com coletes e capacetes acoplados a câmeras e sensores térmicos. As luzes táticas dos capacetes piscavam, iluminando a névoa em pequenos feixes prateados. O líder de cada equipe, o comandante designado, manteve-se firme, analisando a área antes de dar qualquer sinal de avanço. A equipe Six Eyes-2002 saiu do helicóptero em silêncio, mantendo uma formação em V para melhor cobertura visual. Cada passo era calculado, evitando galhos e raízes que poderiam denunciar sua posição ou fazer barulho. O comandante segurava um tablet mostrando mapas topográficos e sensores de movimento, enquanto os agentes ajustavam suas armas para disparo imediato. Ice Buddha-1 desembarcaram com mais cautela, pois a clareira onde pousaram era cercada por arbustos altos e cipós. O líder da equipe gesticulava sinais silenciosos, indicando pontos de observação e rotas alternativas. Os agentes dividiam-se em pequenos grupos de três, cobrindo ângulos diferentes, prontos para reagir a qualquer ameaça que surgisse do pântano. Strong Will-355 enfrentava lama mais profunda, onde cada passo exigia esforço redobrado. Alguns agentes utilizavam bastões para sondar a profundidade da água turva, evitando buracos e áreas de sucção que poderiam aprisionar alguém. O comandante seguia na frente, atento ao som da fauna e aos movimentos irregulares da água. Cada respiração era ouvida como um sussurro no silêncio pesado do pântano. Todas as equipes avançavam lentamente em direção à entrada do pântano, o ritmo ditado pelo terreno traiçoeiro e pela necessidade de manter a disciplina tática. O ar estava saturado de umidade, e a névoa tornava impossível ver além de alguns metros, aumentando a sensação de isolamento e vulnerabilidade. Cada passo era acompanhado de alertas silenciosos, mãos nos gatilhos e olhos varrendo o escuro, à espera do inesperado. O comandante Martin Palmer, encarregado de liderar a equipa  Six Eyes-2002 , andava com muita seriedade e nenhum agente fazia um pio. Numa mão ele segurava o tablet e na outra uma Glock carregada com balas capazes de derrubar até mesmo uma árvore com apenas um disparo. Eles estavam numa região com menos concentração de lama e água, o chão era firme e a única coisa que atrapalhava era algumas raízes de árvores pelo caminho e vegetação em geral. Naquele ponto a equipa já estava rodeada por arvores. No seu tablet também mostrava a posição das outras equipas mas ainda não havia sinal dos agentes e pesquisadores, então eles continuaram a entrar cada vez mais dentro do grande pântano. Martin olha para um dos seus agentes enquanto andavam e diz..... 

Martin: Crow-717....  

O agente Crow-717 torna a sua atenção para o comandante e em seguida diz.... 

Crow-717: Diga comandante. 

Martin: Já podes guardar o tablet. 

Crow-717: Certo.  

Martin entregou o tablet ao agente pois agora o comandante mantinha o olhar fixo no ecrã acoplado à manga do seu uniforme. As imagens da região, transmitidas em tempo real por drones discretos da Fundação, mostravam a vegetação densa, os canais de água turva e os pontos críticos onde a equipe poderia encontrar obstáculos ou possíveis ameaças. Cada detalhe era ampliado nas pequenas telas, desde galhos caídos a movimentos sutis na água, quase imperceptíveis a olho nu. O agente apenas guarda o tablet dentro de uma mochila que ele carregava. Os agentes avançavam cautelosamente, os pés afundando na corrente de água turva que chegava até aos joelhos. Cada passo fazia pequenos peixes se dispersarem, criando redemoinhos efêmeros sob a superfície Apesar da travessia parecer tranquila, havia um silêncio carregado de tensão; nenhum agente ousava relaxar. Olhares atentos varriam a vegetação ao redor, prontos para reagir a qualquer sinal de perigo. Até aquele ponto, nada de anormal surgira, mas cada membro da equipe sabia que a qualquer momento a situação poderia mudar drasticamente. Um a um, todos atravessaram a corrente sem incidentes, mantendo a postura rígida e silenciosa. Assim que alcançaram a terra firme do outro lado, uma sensação coletiva de alívio passou rapidamente pelo grupo, mas ninguém se deixou enganar: a ameaça ainda pairava invisível sobre o pântano, pronta para se revelar. Agora eles estavam de volta numa superfície sólida mas a cada passo parecia estarem mais perto do perigo. Enquanto isso, a equipa Ice Buddha-1 mantinha a mesma formação de três. O comandante Harry Pimblett carregava uma Heckler & Koch HK33 especialmente modificada pela Fundação. Todas as armas que os agentes portavam eram produzidas internamente e possuíam um poder de fogo muito superior ao de qualquer armamento militar convencional. A equipe avançava com cuidado, numa situação semelhante à da Six Eyes-2002. Não havia lama nem água profunda, mas a vegetação densa exigia atenção constante: cada passo precisava ser calculado para não gerar ruído. Para se comunicarem, os agentes evitavam falar e utilizavam sinais de mão precisos, garantindo coordenação sem alertar o que quer que estivesse à espreita. Os cipós e galhos batiam constantemente em suas testas e braços, mas não atrapalhavam a visão nem a movimentação. Sempre que o caminho era bloqueado por vegetação mais grossa, os agentes retiravam os facões acoplados aos uniformes, cortando galhos e cipós com movimentos rápidos e silenciosos. A atenção de todos estava máxima, cada detalhe da floresta sendo cuidadosamente observado. A equipe avançava lentamente, passo a passo, mantendo sempre a formação de três. O chão estava irregular, cheio de raízes expostas e pequenos troncos caídos, obrigando os agentes a erguer os pés com cuidado para não tropeçar. Pequenos insetos e aves fugiam à sua aproximação, mas nada parecia fora do normal. A vegetação ao redor era tão densa que, em alguns trechos, era necessário se inclinar levemente para passar entre árvores e arbustos. As folhas úmidas grudavam nos uniformes e o ar pesado tornava cada respiração mais trabalhosa. Harry Pimblett parou brevemente, sinalizando para os outros, e verificou através do visor acoplado à manga do uniforme se o caminho à frente permanecia livre. Mesmo sem sinais de perigo imediato, todos permaneciam atentos. O som dos galhos quebrando sob os pés de cada agente, embora controlado, parecia ecoar mais do que o normal na quietude do pântano. Umidade, silêncio e isolamento formavam uma tensão silenciosa, lembrando a cada passo que qualquer movimento imprudente poderia ter consequências graves. Enquanto isso, a equipa Strong Will-355 enfrentava sérias dificuldades, avançando por trechos completamente cobertos de lama que chegava até às suas barrigas. Cada passo exigia esforço extremo, como se a própria terra tentasse retê-los, sugando suas botas e roupas, tornando o movimento lento e extenuante. A lama grudava nas mãos e braços quando precisavam se apoiar, formando uma camada viscosa que escorria por suas pernas a cada passo. Não era apenas a lama que complicava o trajeto: pequenos lagos surgiam de repente, suas águas escuras e imóveis escondendo galhos quebradiços e raízes submersas que podiam prender pés ou pernas a qualquer momento. Ao entrarem na água, os agentes sentiam a temperatura gelada cortando até os ossos, enquanto a correnteza sutil empurrava-os contra obstáculos invisíveis. A sensação de afundamento era constante, obrigando-os a equilibrar força e precisão para não perder o ritmo do grupo. O silêncio do pântano era quase absoluto, interrompido apenas pelo som de lama sendo comprimida, água sendo deslocada e respirações pesadas. Até os insetos pareciam respeitar a tensão no ar, deixando que a umidade, o cheiro da vegetação em decomposição e o frio penetrante criassem uma atmosfera opressiva e sufocante, que tornava cada passo um desafio quase sobre-humano. Os equipamentos da Fundação, projetados para suportar qualquer adversidade, permitiam que seguissem sem medo de danos, mas isso não diminuía o cansaço ou o esforço físico exigido pelo terreno traiçoeiro. O comandante, Sean Jones, avançava à frente, firme, segurando com precisão a sua CZ Bren 2. De repente, em meio a mais um campo de lama espessa, Fabian sentiu algo estranho sob os pés. Parou imediatamente, sentindo a lama mais resistente do que o esperado. Com cuidado, falou em voz baixa, mas audível.....

Fabian: Comandante… eu pisei em algo… parece… orgânico. 

O grupo imediatamente congelou, cada agente avaliando o terreno ao redor. O pântano, antes apenas uma barreira física, agora parecia guardar segredos ainda mais desconcertantes. Sean ergueu a cabeça, os olhos percorrendo o horizonte enevoado, enquanto gesticulava para que ninguém se aproximasse precipitadamente. 

Sean: Fica parado, Alpha-14 . Todos parem!    

Toda a equipa parou e apenas obedeceram ás ordens de Sean. Os agentes tinham lama espalhada por todo o corpo e não era possível enxergar o que havia por de toda aquela lama. 

Sean: Alpha-14... diz-me uma coisa, essa coisa está a se mexer? 

Fabian: Não...... eu acho que tem o formato de uma cabeça, mas não tenho a certeza. 

Sean: Não te mexas eu vou até aí, pode ser alguma agente ou pesquisador. 

O comandante Sean Jones volta para trás com cuidado, cada passo um esforço contra a lama que insistia em sugá-lo para baixo. O terreno era instável Sean tinha que ter muito equilíbrio, evitando movimentos bruscos que pudessem comprometer sua estabilidade. Respirando fundo, ele concentrava toda a atenção em Fabian, que permanecia imóvel, os olhos fixos no ponto onde havia pisado. Finalmente, depois de alguns segundos que pareceram minutos, Sean alcançou o agente. A respiração pesada denunciava o esforço, e o suor misturava-se à lama em seu rosto. O comandante em seguida diz em voz alta mas sem gritar.... 

Sean: Alguém tem algum bastão de agarre? 

Um agente que vinha mais atrás levantou discretamente a mão, mostrando que carregava consigo um bastão de agarre. A ferramenta não era nova para missões da Fundação ,tratava-se de uma haste metálica retrátil, leve mas resistente, com quase dois metros de comprimento quando totalmente estendida. Na ponta, havia um gancho duplo em forma semicircular, feito para prender, puxar ou segurar objetos enterrados ou presos em locais de difícil acesso. Era bastante utilizado em ambientes de selva, pântano ou ruínas, onde a visão e a mobilidade eram limitadas. O agente levantou o bastão acima da cabeça e o entregou ao companheiro mais próximo. O objeto foi passando de mão em mão, cada agente estendendo o braço por cima da lama grossa, até finalmente chegar às mãos do comandante Sean Jones. Sean segurou firme o bastão, respirou fundo e começou a afundá-lo na lama densa bem ao lado da perna de Fabian. O metal afundou com um som úmido, borbulhando, e o comandante moveu o gancho em movimentos circulares, como quem procura algo preso em um oceano invisível sob os pés. Após alguns segundos de tensão, ele sentiu uma resistência incomum. Apertou o punho com mais força, ajustou o ângulo do bastão e puxou devagar. A lama se ergueu em peso, escorrendo pelas laterais do bastão e liberando um odor pútrido que fez alguns agentes prenderem a respiração. O que emergiu não deixou dúvidas, era uma cabeça humana, a carne já em processo avançado de decomposição. Fragmentos da pele se desprendiam, os dentes apareciam em parte de uma boca retorcida e os globos oculares haviam desaparecido, deixando apenas cavidades escuras. O silêncio tomou a equipe por instantes. Aquilo não era apenas uma vítima qualquer, Sean reconheceu aquele rosto. Por mais que estivesse podre aquela cabeça pertencia a um dos pesquisadores da fundação. 

Sean: Merda....  

Os agentes já sabiam que muito provavelmente os agentes e pesquisadores desaparecidos estavam mortos, mas não estavam á espera de encontrar um cadáver dentro daquela lama toda. Sean olha para todos os agentes e diz.... 

Sean: Não vamos perder as esperanças, ainda podem haver sobreviventes. Vamos sair desta lama toda e em seguida eu irei contactar a central.

Os agentes trocaram olhares rápidos, mas nenhum disse nada. O comandante Sean soltou o bastão de agarre, deixando a cabeça apodrecida afundar novamente na lama até desaparecer por completo. Não havia tempo para lamentar, a missão exigia que seguissem em frente. Fabian respirou fundo e retomou o passo, puxando as pernas com esforço, cada movimento acompanhado pelo som viscoso da lama tentando segurá-los. Aos poucos, cada agente ia se erguendo mais, seus corpos pesados começando a se libertar da espessura sufocante do pântano. Primeiro os braços, depois o torso, até que apenas os joelhos ainda eram engolidos pela lama grossa. Com mais alguns metros de avanço, o terreno começou a se elevar. A lama foi dando lugar a um solo mais firme, ainda úmido e coberto por raízes expostas, mas sólido o bastante para suportar o peso da equipe. Um a um, os agentes emergiram por completo, suas botas encharcadas deixando rastros escuros na terra. Por um momento, todos permaneceram em silêncio, apenas ouvindo o som pesado da respiração uns dos outros e o eco distante de animais do pântano. O ar parecia mais leve agora que estavam de volta a uma superfície sólida, mas o fedor da lama ainda impregnava nos uniformes e no equipamento. Os agentes agora se encostavam nos troncos das árvores para recuperarem o folego e enquanto isso Sean contactava tudo para a central. Enquanto isso, a equipa Six Eyes-2002 seguia em frente com passos firmes, aproveitando o caminho menos hostil. As correntes de água que cruzavam o percurso não passavam da altura das canelas, e os agentes mantinham o ritmo sem grandes esforços. A formação em V já não era possível devido ao estreitamento do terreno, obrigando-os a se agrupar mais, quase em linha, avançando com cautela entre as árvores altas. O silêncio predominava, quebrado apenas pelo som das botas molhadas e do movimento dos galhos ao vento. Foi então que algo chamou a atenção, marcas de balas nas árvores. Primeiro uma, depois outra, e logo perceberam que várias árvores à frente estavam marcadas com buracos irregulares, lascas de madeira arrancadas e até mesmo queimaduras de projéteis de alta velocidade. Os agentes pararam quase em uníssono. O comandante ergueu a mão fechada, sinalizando imobilidade. A floresta, até então apenas um ambiente natural, agora carregava um peso diferente. As marcas não estavam ali por acaso,  havia ocorrido um conflito armado naquela região. 

Martin: A partir de agora tenham todos cuidado em dobro. Pelo que parece os nossos agentes tiveram algum conflito nesta região. 

O comandante estreitou os olhos, analisando os ângulos dos impactos, percebendo que os tiros vinham de direções diferentes. Aquilo não fora apenas uma execução, mas um tiroteio real. Com gestos silenciosos, ordenou que todos verificassem seus arredores e ficassem atentos a qualquer vestígio adicional. A partir dali, cada passo parecia carregar uma tensão maior, como se a floresta guardasse os ecos de um confronto que ainda podia não ter terminado. A equipa Six Eyes-2002 avançava devagar, olhos atentos, armas firmes. As marcas de bala nas árvores não estavam isoladas: logo encontraram cápsulas de munição espalhadas pelo chão, algumas ainda parcialmente enterradas na lama úmida. Poucos metros adiante, manchas escuras surgiram no solo, misturadas com a terra molhada. Um dos agentes agachou-se, tocando de leve a superfície, era sangue seco, já escurecido, mas ainda reconhecível. Os agentes registravam tudo com as câmeras acopladas nos seus capacetes, e todas as imagens eram enviadas para um super computador na central. Os agentes continuaram o trajeto até ao centro do pântano, eles agora estavam no alerta máximo.  Mas foi quando de repente algo saltou dos arbustos e atacou a perna de Martin. Era um crocodilo que tentava fincar os seus dentes nas perna do comandante mas as calças dos agentes da fundação eram resistentes o suficiente para resistirem á mordida daquele animal. Como é óbvio todos pegaram um susto mas logo Martin rangeu os dentes, sustentando o peso do corpo e disse... 

Martin: Segurem-no! 

Ele baixou-se rapidamente, cravando as mãos no dorso escamoso do animal, usando toda a força para manter a cabeça pressionada contra o chão. O crocodilo agitava-se violentamente, a cauda chicoteando o ar e quase atingindo um dos soldados.  

Martin: Focinho! Segurem o focinho dele! 

Um dos agentes avançou com o bastão de agarre, pressionando a mandíbula inferior para baixo, enquanto outro, rápido, enrolava uma corda de contenção em torno do focinho, puxando com força até o animal não poder mais abrir a boca. Dois outros soldados se lançaram sobre as costas do réptil, afundando o peso dos joelhos contra as patas dianteiras, imobilizando-o por completo. O crocodilo continuava a se debater, mas cada vez mais em vão, soterrado pela força coordenada da equipa. Martin, ainda arfando, soltou lentamente a perna da boca do animal e testou o uniforme, apenas marcas de dentes fundas, mas sem perfuração. Ele olhou para o agente, que ainda mantinha a corda apertada e diz... 

Martin: Boa....boa reação.  

Os agentes ainda se recompunham do susto, respirando pesadamente. O som abafado do crocodilo ainda se contorcendo no chão misturava-se ao farfalhar da vegetação e ao zumbido de insetos, mas ninguém ousava comentar em voz alta. O silêncio era quase obrigatório depois daquela prova de força. Martin manteve-se firme, ainda que a respiração marcada revelasse o esforço que havia feito. Colocou as mãos nos joelhos por um instante, inclinando-se, puxando o ar fundo pelos pulmões. Quando se endireitou, seu olhar firme passou por cada um dos homens, uma rápida confirmação de que todos estavam inteiros. Fez o sinal silencioso com a mão, e a equipa voltou a se mover. O solo continuava favorável. Martin ia à frente, abrindo caminho, atento a qualquer movimento na vegetação. Mas foi então, a apenas dez metros do ponto onde haviam deixado o crocodilo, que algo imperceptível fez diferença. Um fio. Tão fino que se confundia com o brilho da umidade no ar, estendido de um tronco a outro, atravessando o caminho como uma armadilha invisível. Martin não teve tempo de perceber, o passo decidido levou sua canela diretamente contra o fio. Houve apenas o som seco de um "tlec", quase imperceptível, mas suficiente para gelar o sangue dos agentes. O fio partiu-se instantaneamente, vibrando no ar como uma linha de violino estourada. O movimento ecoou no silêncio, deixando claro que aquilo não estava ali por acaso. Os agentes pararam ao mesmo tempo, congelados. Olhos atentos varreram a área, e uma tensão súbita dominou o grupo. O pântano já não era apenas um terreno hostil de animais selvagens , alguém, ou algo, havia montado armadilhas humanas ali. Mas sem nem mesmo terem tempo para reagir uma bala foi disparada e destroçou a cabeça de Martin. Mesmo com um capacete do mais alto nível, não foi capaz de parar aquela bala, que       "explodiu" a cabeça do comandante. O corpo do agente caiu no chão já sem vida. Os agentes entram em formação defensiva mas não era possível ver de onde havia vindo a bala. O novo comandante da equipa agora seria Marlon/ Crow-717. Em seguida mais uma bala é disparada e desta vez acerta a perna de um dos agentes. A bala atravessa o joelho do soldado, destroçando-o por completo. O agente cai no chão em dor.  Marlon ao ver aquilo diz... 

Marlon: Temos que bater retirada JÁ. 

Sem hesitar, Marlon ordenou a retirada. Dois soldados imediatamente seguraram o agente ferido, apoiando-o e mantendo sua estabilidade enquanto se moviam. A equipe se dividiu em duas linhas de cobertura, metade mirando para frente, pronta para disparar a qualquer sinal de ameaça , e a outra metade cobrindo a retaguarda, os olhos atentos a cada movimento na vegetação densa e na lama. O pântano, que até então tinha sido apenas um obstáculo natural, transformou-se em um terreno de guerra silencioso. Cada passo precisava ser calculado, cada respiração medida, enquanto a equipe avançava em retirada rápida, protegendo o ferido e mantendo o máximo de segurança possível. O ranger da vegetação, o som da lama sendo esmagada e o farfalhar de pequenos animais pareciam se multiplicar, tornando impossível diferenciar o real do imaginário. Enquanto os agentes corriam entre a vegetação densa, o caos aumentava rapidamente. Duas facas disparadas de forma precisa atingiram a cabeça dos dois soldados, matando-os na hora. Os dois agentes que carregavam o ferido caem mortos, derrubando-o imediatamente. Antes que alguém pudesse reagir, uma bala certeira atravessou a cabeça do agente ferido, eliminando-o instantaneamente. Os agentes que protegiam a retaguarda ativaram a visão de calor nos capacetes. O contraste térmico revelou a silhueta de uma criatura humanoide oculta entre as folhas e galhos. Embora o contorno fosse nítido, detalhes de sua aparência permaneciam obscuros, tornando impossível identificá-la completamente. Sem perder tempo, os soldados abriram fogo na direção da figura, mas a criatura se movimentava com agilidade sobre-humana, saltando de árvore em árvore. Apesar da velocidade, algumas balas atingiram seu corpo, mas não pareciam causar qualquer efeito significativo. A criatura também respondeu com disparos, porém dessa vez as balas passaram raspando ou erraram o alvo. Gradualmente, os agentes começaram a perceber padrões nos movimentos da criatura. A visão de calor permitia acompanhar seus saltos e rotações entre os galhos, e com ajustes rápidos na mira, eles conseguiram acertar mais tiros. A criatura, agora pressionada e aparentemente consciente da ameaça crescente, começou a diminuir o ritmo, tornando-se menos evasiva. Com paciência e coordenação, os agentes conseguiram prever seus movimentos com maior precisão, mantendo fogo constante até que a criatura ficasse vulnerável o suficiente para ser despistada, dando aos soldados uma pequena margem para avançar ou se reposicionar no terreno perigoso do pântano. A equipe avançava pelo pântano com passos cuidadosos, sentindo cada raiz, lama e galho em seu caminho. O ar úmido grudava na pele e dificultava a respiração, enquanto a vegetação cerrada impedia a visão mais distante. Cada agente mantinha a posição exata determinada pelo comandante Marlon, garantindo cobertura mútua e máxima segurança. Os capacetes, equipados com visão térmica, permitiam detectar movimentos sutis da fauna local, bem como qualquer anomalia que pudesse se aproximar. O silêncio entre eles era absoluto, quebrado apenas pelo estalo da vegetação sob os pés e o som da lama sendo esmagada. Após alguns minutos de avanço lento, a equipe começou a ouvir o gorgolejar de água à frente. À medida que se aproximavam, a corrente tornava-se visível, revelando um rio largo e turvo que cortava o pântano. Suas águas eram escuras, refletindo o céu nublado acima, e a correnteza se mostrava forte o suficiente para tornar arriscada qualquer travessia despreparada. A lama ao redor tornava a aproximação ainda mais traiçoeira, exigindo cuidado extremo para não escorregarem ou perderem o equilíbrio. Marlon parou por um instante, avaliando a largura do rio e a intensidade da correnteza. Ele gesticulou para que todos se mantivessem próximos uns dos outros, estabelecendo pontos de apoio improvisados com galhos e raízes. A equipe chegou à margem do rio largo e turvo, o fluxo da correnteza parecia desafiador à primeira vista. Marlon fez um gesto silencioso, sinalizando que todos deveriam avançar juntos. Um a um, os agentes colocaram os pés na água, sentindo o frio cortante penetrar pelas botas reforçadas. Logo, a corrente começou a pressionar suas pernas, obrigando-os a reforçar cada passo, mantendo o equilíbrio com esforço constante. Conforme avançavam, a água subia lentamente, atingindo os joelhos, depois a cintura, até finalmente chegar ao peito de cada agente. Cada movimento exigia força extra, como se a própria corrente tentasse retê-los ou empurrá-los para trás. A pressão da água contra os corpos dificultava a respiração e os passos precisavam ser sincronizados para evitar que alguém fosse derrubado. O barulho do fluxo cobria qualquer som que pudessem fazer, mas também dificultava a comunicação verbal. O frio intenso fazia com que os músculos começassem a tremer, e a correnteza que se chocava contra seus corpos exigia constante ajuste do centro de gravidade. Marlon seguia na frente, mantendo os olhos atentos à margem oposta, enquanto os agentes se apoiavam uns nos outros quando necessário. Cada passo era lento e calculado, cada gesto essencial para atravessar o rio sem incidentes. O esforço era monumental, mas a disciplina e o treinamento da equipe mantinham todos focados, avançando com determinação pelo coração do pântano. A água revolveu-se violentamente quando o agente foi subitamente arrastado para baixo, desaparecendo entre redemoinhos e bolhas. Um grito abafado ecoou, cortando o ar úmido e pesado do pântano. Os demais agentes, imediatamente alertas, miraram suas armas para a superfície, os dedos prontos nos gatilhos, respirando com rapidez e tensão. O rio parecia vivo, a correnteza se agitava de forma anormal, e pequenas manchas de sangue começaram a surgir na superfície, espalhando-se pelo fluxo escuro. Cada agente manteve a posição, buscando qualquer movimento que denunciasse a criatura responsável. Um instante depois, a água explodiu em um jato impressionante quando a forma emergiu com um pulo poderoso, lançando gotas por todos os lados. Diante deles estava JF-46. Sua aparência era humanoide, mas totalmente adaptada à água, pele escamosa e úmida. Os olhos, grandes e brilhantes, fixaram cada agente com uma inteligência fria e predatória. As mãos terminavam em garras afiadas, enquanto a boca exibida dentes curvos, prontos para rasgar carne. O JF-46 ao mesmo tempo que pulava da água, rasgava a garganta de mais um agente, com as suas unhas afiadas. Os agentes atiram na criatura mas elas voltava a entrar na água e ela era mais rápida que qualquer veiculo aquático. Por de baixo de água a criatura arrancava a perna de um agente com apenas uma mordida, esse mesmo agente cai com a dor e agora fica submerso dentro da água. JF-46 perfura os olhos do agentes, com as suas unhas, até chegar no cérebro. O sangue começava a tomar o rio e todos ferimentos de JF-46 começavam-se a regenerar dentro da água. Em seguida o JF volta a emergir da água e com uma revolver ele atira contra os agentes. As balas voam para ambos os lados enquanto os agentes tentavam apenas atravessar o rio. Um dos agentes tem a sua mão destruída por uma bala e é forçado a largar a sua arma. Marlon tinha uma granada mas seria muito perigoso atira-la naquela situação, já que estaria a colocar em risco a vida dos seus agentes, então ele só se foca em tentar sair do rio enquanto atira na criatura. JF-46 acerta uma bala no pescoço de mais um agente e o mesmo larga a sua arma para tentar conter o sangramento mas o buraco era muito grande e ele acaba por também morrer. O JF volta a entrar por de baixo de água e nada em direção dos agentes mais uma vez. Ele nadava com um torpedo em alta velocidade e as balas que o atingiam mal faziam dano. Ele agora voltava a pular da água como um golfinho e com uma mordida certeira ele arranca a cabeça de mais um agente. JF-46 tinha a cabeça do agente dentro de sua boca e ao fazer força com a mandíbula ele a esmaga. O JF tira uma Rifle CBC 8122 que estava presa nas suas costa e dá um tiro no coração do agente que havia perdido a mão. O JF volta a guardar a rifle e de seguida tira duas facas enormes e nada em direção dos últimos quatro agentes. Os agentes tentavam-se afastar mas eles tinham que lutar contra a correnteza e isso atrapalhava muito. Ao chegar preto o JF disfere um ataque com as facas em mais um agente. O soldado consegue bloquear a investida mas em troca ele tem a sua mão esquerda perfurada e o seu braço direito rasgado. Um agente que estava ao lado dá um tiro de doze na cabeça do JF, arrancando parte do seu rosto. A criatura nem se importa e com a sua boca ele arranca parte do ombro e pescoço do agente que havia bloqueado o seu ataque com as facas. Em seguida a criatura levanta o corpo do soldado já morto e atira-o contra o agente com a doze. O agente acaba por mergulhar por conta do impacto com o corpo do soldado morto. O agente tenta voltar para a superfície mas JF-46 acabava de mergulhar também e agarrava-o para não subir. O rosto de JF-46 voltava a se regenerar e o mesmo atravessa a barriga do agente com uma das suas bacas e a rasga até os seus órgãos saírem para fora. Os dois agentes restantes ainda atiravam contra a criatura, mas a mesma ainda submersa tira a sua revolver e atira nos dois agentes, acertando uma bala na testa de cada um. Marlon ,que já havia escapado da água sentiu o coração disparar ao perceber o cenário de destruição deixado pelo rio. O sangue misturava-se à água turva, formando manchas vermelhas que se espalhavam rapidamente pela correnteza, enquanto os corpos dos colegas eram levados sem controle, girando e submergindo nos redemoinhos. Cada segundo parecia arrastar-se, e a sensação de impotência apertava seu peito, tornando cada respiração pesada e rápida. sem tempo para lamentar, Marlon instintivamente se lançou em direção oposta. O som dos seus passos ecoava na mata e batia contra o silêncio ameaçador do pântano, chamando imediatamente a atenção de JF-46. A criatura ergueu-se da água com velocidade impressionante enquanto os olhos brilhavam com predatória determinação. Com um impulso poderoso, JF-46 rompeu a superfície do rio, criando uma onda que espalhou sangue e respingos para todos os lados. A criatura á fora da água avançava com rapidez sobre-humana, cada movimento calculado e ágil. Marlon sentiu o perigo iminente, mas continuou a correr, os pés cravando na lama e na vegetação enquanto a anomalia humanoide seguia implacável, determinada a não deixar escapar a presa que havia identificado. O pântano inteiro parecia conspirar contra ele, com o chão irregular, raízes e galhos dificultando a fuga, enquanto JF-46 se aproximava a cada salto potente e fluido. JF-46 chega perto suficiente e pula na direção de Marlon, derrubando-o no chão. O agente sentiu o impacto brutal quando JF-46 saltou, arremessando-o contra o solo lamacento. A força do golpe o fez rolar alguns metros antes de parar, com a respiração cortada e a visão turva. Antes que pudesse reagir, a criatura estava sobre ele, o peso esmagando seu peito e restringindo seus movimentos. As garras afiadas de JF-46 perfuraram suas costelas com precisão aterradora, cada estocada trazendo dor intensa e queimante, cortando através do colete tático que ainda oferecia alguma resistência. Marlon tentou se livrar, empurrando a criatura com braços trêmulos, mas a força descomunal do ser o mantinha firmemente preso. O sangue começou a se espalhar pelo peito e pelo uniforme, misturando-se à lama do pântano. Marlon cospe sangue e começa a ver tudo turvo. JF-46  perfura mais costelas com a sua outra mão, fazendo Marlon soltar um grito de dor e agonia. 

Marlon: Seu.... merdas..... 

Marlon naquele momento havia soltado o pino da granada e uma explosão ocorre. O pino da granada soltou-se e, em instantes, a explosão consumiu tudo ao redor. O estrondo brutal rasgou o ar, lançando uma onda de choque que levantou lama, água e detritos em todas as direções. Marlon não teve chance de reagir; o impacto o atingiu de forma avassaladora, deixando seu corpo inerte no chão. JF-46, ainda sobre o agente, foi engolido pela explosão sem a menor chance de escapar. A criatura humanoide foi lançada pelos ares, consumida pelo fogo e pela força da detonação, deixando apenas fumaça, restos chamuscados e um silêncio pesado que rapidamente se seguiu ao caos. Fragmentos da vegetação ao redor foram destruídos, e a lama borbulhava com a energia do impacto. Por alguns segundos, tudo parecia congelado. O cheiro acre da pólvora misturava-se ao sangue e à vegetação queimada, criando um ambiente de devastação completa. Nenhum sinal de vida permanecia ali; nem Marlon, nem JF-46, restando apenas a lembrança do horror que acabara de se desenrolar e os destroços espalhados pelo pântano. A explosão havia encerrado de forma definitiva o confronto, deixando o local marcado pela destruição e silêncio absoluto. O corpo de Marlon estava completamente despedaçado no chão e chamas cobriam o local. Enquanto isso, no outro lado do pântano, a equipe Ice Buddha-1 mantinha-se imóvel após o estrondo que ecoara à distância. O som da explosão havia reverberado pelo pântano e, em seguida, o silêncio tomou conta do ambiente, pesado, sufocante. Cada membro da equipe sentia o coração acelerar, atentos a qualquer sinal de movimento na água ou na vegetação. O pântano parecia diferente agora: o vento soprava fraco, os insetos silenciavam, e até o som da correnteza parecia mais distante, como se o próprio lugar tivesse entrado em alerta junto deles. Harry Pimblett, o comandante, havia tentado várias vezes entrar em contato com Martin. Cada tentativa resultava em chiados estáticos, aumentando a tensão. O silêncio da Six Eyes-2002 era a confirmação implícita de uma tragédia. Pouco depois, a central transmitiu a análise das câmeras da equipe desaparecida. As imagens revelavam flashes de combate, tiros disparados em meio às árvores e à água, sangue, corpos arrastados pela corrente, e, no meio disso, a forma de uma criatura humanoide com traços aquáticos, extremamente rápida e resistente. Com essa informação, Harry sinalizou para que a equipe entrasse em estado de alerta máximo. O peso da notícia recaía sobre todos. As armas foram ajustadas, os capacetes alinhados, os olhares fixos nas margens do pântano, que agora pareciam esconder olhos invisíveis. Cada passo futuro seria dado com cautela redobrada. A presença do inimigo já não era uma possibilidade, mas uma certeza. O pântano, antes apenas hostil, havia se transformado em território inimigo. A equipe Ice Buddha-1 sabia que, a partir daquele momento, avançava em uma zona de caça onde qualquer distração poderia significar a morte. A equipe Ice Buddha-1 começou a avançar com calma pelo pântano, cada passo cuidadosamente calculado para não se enroscar nos obstáculos naturais. A vegetação era densa, quase sufocante. Arbustos altos formavam barreiras irregulares, obrigando os agentes a se curvarem ou abrirem caminho com movimentos controlados. Cipós pendiam das árvores, alguns tão grossos quanto braços humanos, balançando lentamente ao menor toque. O solo, úmido e irregular, oscilava entre áreas de lama profunda e pequenas elevações cobertas por raízes expostas. Muitas dessas raízes se entrelaçavam, criando verdadeiras armadilhas naturais que exigiam atenção constante para evitar quedas. Em certos pontos, a água acumulada refletia fragmentos da copa, distorcidos por folhas boiando e pela movimentação de insetos aquáticos. O cheiro era forte, uma mistura de matéria orgânica em decomposição, umidade e vegetação esmagada pelo avanço dos agentes. O ar era pesado, abafado, carregado por um calor úmido que fazia o suor escorrer por baixo dos uniformes. Mosquitos e outros insetos rondavam incessantemente, atraídos pelo calor dos corpos. A formação seguia firme. Os mais à frente moviam-se com cautela, abrindo caminho por entre galhos e cipós, enquanto os de trás mantinham a cobertura, atentos a qualquer sinal de alteração no ambiente. O barulho dos passos era abafado pela lama, mas o estalar de galhos secos e o som do equipamento roçando na vegetação quebravam o silêncio. Cada metro percorrido parecia exigir um esforço redobrado. A vegetação fechada transformava a progressão em uma marcha lenta, quase claustrofóbica. Ainda assim, a disciplina da equipe se mantinha intacta. O pântano era, ao mesmo tempo, obstáculo e desafio, e a Ice Buddha-1 avançava, absorvida pela densidade viva daquele território hostil. Após longos minutos enfrentando a densidade quase sufocante do pântano, a Ice Buddha-1 começou a notar pequenas mudanças no terreno. O emaranhado de cipós pendentes se tornava menos frequente, e os arbustos, antes tão fechados, passavam a dar espaço a clareiras estreitas onde a luz conseguia penetrar com mais facilidade. As raízes grossas e retorcidas que antes obrigavam os agentes a marchar em passos curtos e cautelosos agora rareavam, permitindo movimentos mais fluidos. A lama densa começava a dar lugar a um solo ainda úmido, mas mais firme, coberto por musgo e folhas caídas. A respiração do grupo parecia menos ofegante à medida que a marcha se tornava mais leve. Até mesmo os sons do ambiente mudavam: o estalar constante de galhos e o roçar dos equipamentos contra cipós diminuíam, substituídos pelo eco suave de pássaros distantes e pelo som ritmado de água correndo. A vegetação, embora ainda presente, se abria gradualmente, criando uma sensação de espaço. O calor e a umidade continuavam intensos, mas o peso psicológico da floresta fechada começava a se dissipar. Havia mais visibilidade à frente e mais liberdade para movimentação, como se o pântano tivesse oferecido um breve respiro. A transição era quase imperceptível a cada passo, mas ao se darem conta, os agentes já não estavam mais enredados em paredes vivas de cipós e arbustos. Agora caminhavam por uma faixa mais aberta, onde podiam organizar melhor a formação, reajustar o ritmo e sentir, ainda que por pouco tempo, um alívio diante do avanço implacável pela mata densa. Conforme a equipa avançava, o ar ficava cada vez mais pesado, impregnado pelo fedor pútrido que parecia se agarrar à pele e às roupas, tornando a respiração desconfortável mesmo através das máscaras. O solo, já encharcado e irregular, agora exibia manchas escuras, como se fluidos orgânicos tivessem se misturado à lama. As moscas zuniam em nuvens densas, atraídas pelo que se revelava mais à frente. Entre os arbustos e raízes retorcidas, começaram a surgir os primeiros sinais do horror, um braço humano, de pele já enegrecida pela decomposição, cravado no solo como se tivesse sido atirado com força. Mais adiante, uma perna mutilada repousava sobre uma raiz exposta, pendendo frouxamente como um pedaço de carne esquecida. Os agentes continuavam a marcha, mantendo a formação, mas o silêncio agora era quase absoluto, apenas interrompido pelo som das botas afundando no lodo. Logo, as árvores passaram a carregar testemunhos ainda mais grotescos. Troncos grossos serviam de suporte para restos humanos pendurados em cipós, como macabros enfeites de um ritual desconhecido. Torsos abertos, costelas expostas, cabeças partidas, alguns ainda tinham fragmentos de roupas, o que tornava a cena ainda mais perturbadora. Aquelas vítimas haviam eram os agentes e pesquisadores desaparecidos. O ambiente parecia carregar uma energia pesada, como se o próprio pântano guardasse a lembrança da violência. Cada passo que davam era acompanhado pela sensação de estarem caminhando sobre um campo profano, onde a vida tinha sido arrancada de forma cruel. Mesmo sem palavras, todos entendiam, aquela era uma zona marcada pelo massacre, e seguir adiante significava se aprofundar no coração de algo ainda mais sombrio. A equipa ao ver aquilo ficavam extremamente chocados e desapontados por não terem chegado a tempo para os salvar. Harry decide contactar a central para os avisar da situação. 

[Transmissão Iniciada – Canal Seguro]

Harry: Central, aqui é o Comandante Pimblett da Ice Buddha-1. Confirmo a localização de múltiplos restos humanos. Há corpos dilacerados e partes penduradas nas árvores. O estado de decomposição é avançado. 

Central: Recebido, Ice Buddha-1. Confirme se existe possibilidade de se tratar dos pesquisadores desaparecidos?

Harry: É provável. Não temos identificação visual completa, mas os trajes e o equipamento encontrados coincidem com o material listado da equipe científica.

Central: Entendido. Registrem o máximo de imagens e dados possíveis. O reconhecimento é prioridade.

Harry: Já estamos documentando. A área apresenta odor forte de decomposição, além de sinais de violência extrema. O padrão sugere não apenas ataque animal.

Central: Copiado. Confirma presença de anomalia no local?

Harry: Negativo até agora. Apenas evidências do massacre. Mas o ambiente está instável, há sensação clara de área comprometida.

Central: Atenção máxima, Ice Buddha-1. Consideramos esse ponto como zona crítica. Reforços estão a caminho, o esquadrão B-76 foi acionado. Avancem com cautela e mantenham comunicação constante. 

Harry: Entendido. Seguiremos o protocolo. Encerrando transmissão por agora.

[Transmissão Encerrada]

O comandante após acabar a transmissão com a central olha para os seus agentes e diz... 

Harry: Temos ordens para continuar. Não se separem e cobram os pontos cegos uns dos outros. Agora a nossa única missão é conter a criatura.  

O silêncio que se seguiu àquelas palavras parecia mais pesado do que o próprio ar carregado do pântano. Os agentes ajustaram as armas e reposicionaram-se instintivamente, formando uma linha mais compacta. O cheiro pútrido ainda impregnava as narinas mesmo através das máscaras, como se a própria podridão tivesse se infiltrado no oxigênio que respiravam. Harry mantinha os olhos fixos no caminho à frente, mas a cada passo podia sentir a tensão da sua equipe, o peso invisível que pairava sobre todos. O chão encharcado cedia sob as botas, misturando lama, água estagnada e fragmentos de folhas podres. Cipós se arrastavam como serpentes, raízes elevadas criavam obstáculos traiçoeiros, e arbustos densos roçavam nos uniformes, tornando a marcha lenta e sufocante. Apesar disso, nenhum dos agentes recuava. A ordem estava dada, e agora cada um deles se movia com uma disciplina fria, sabendo que qualquer distração poderia ser a diferença entre voltar vivo ou não voltar de todo. A sensação de que eram observados não abandonava nenhum deles, os olhos varriam os cantos escuros da vegetação, procurando o menor movimento. Naquele instante, a missão tinha deixado de ser apenas um protocolo, agora carregava o peso dos colegas mortos e a necessidade absoluta de enfrentar aquilo que havia transformado o pântano em um cemitério. A equipe avançava lentamente, os passos calculados para não fazer barulho em excesso. O pântano parecia mais quieto do que antes, como se até os insetos tivessem desaparecido dali. O silêncio só era quebrado pelo som viscoso da lama cedendo sob as botas e pelo gotejar constante de água das árvores retorcidas. De repente, um dos agentes parou e ergueu o punho fechado, sinal de alerta. O resto do grupo imediatamente congelou, virando suas armas para as laterais e pontos cegos. O motivo logo se tornou claro: na beira da vegetação rasteira, marcas recentes no solo indicavam algo grande arrastando-se em direção á vegetação. Harry aproximou-se, agachando-se para observar melhor. A textura da lama mostrava sinais de um peso descomunal, mais do que um ser humano poderia deixar. Um dos agentes apontou mais adiante, onde a vegetação havia sido quebrada de forma abrupta, como se algo tivesse se lançado contra as árvores com violência. Junto das pegadas também haviam restos de sangue fresco. O silêncio da equipe se intensificou. Aquilo não era apenas evidência de passagem, era a prova de que JF-46 ainda estava vivo, e que ele não deveria estar longe dali. A sensação de vigilância aumentou. Todos sentiam a pele arrepiar, como se olhos invisíveis os acompanhassem entre as sombras úmidas do pântano. A cada passo, a certeza crescia, a criatura não estava apenas próxima. Ela sabia que eles estavam ali. Os agentes estão prontos para o ataque e qualquer movimento brusco poderia ser considerado uma ameaça pelos agentes. Enquanto avançavam lentamente pelo terreno irregular, a vegetação parecia se fechar mais e mais, como se o próprio pântano não quisesse permitir sua passagem. A cada passo, raízes grossas, cipós e lama agarravam as botas, tornando o avanço cansativo. Foi então que, no meio daquele silêncio denso, ouviu-se um estalo seco. Um dos agentes, distraído por vigiar as copas das árvores, apoiou o peso do corpo sobre uma pequena elevação coberta por lama escura. A plataforma parecia apenas um pedaço de solo endurecido, mas na verdade não passava de uma cobertura rudimentar, cuidadosamente disfarçada. Em menos de um segundo, a estrutura se partiu com um estalo oco, e a perna do soldado afundou no vazio. O barulho metálico que se seguiu ecoou pelo pântano. Um estalo brutal, como um osso sendo esmagado, tomou conta do ar. A armadilha de ferro, escondida no fundo do buraco, fechou-se com violência contra a canela do agente. O impacto arrancou dele um grito abafado pela máscara, e logo o sangue começou a se misturar com a lama, formando uma poça densa e escura. Os outros reagiram de imediato, apontando suas armas ao redor, como se esperassem que aquilo fosse o prenúncio de uma emboscada. A atmosfera, que já era carregada, ficou ainda mais sufocante. O estalo da armadilha parecia ecoar dentro da mente de cada um deles, como um aviso cruel de que aquele território já não pertencia aos homens, mas sim a algo que os caçava. O agente ferido se contorcia, tentando soltar a perna, mas o mecanismo parecia ser algo moderno e brutal, feito para esmagar ossos e não soltar a presa. As correntes enferrujadas presas à armadilha rangiam com cada movimento desesperado, o som metálico se misturando ao choro contido de dor. Um dos soldados se lançou imediatamente para o lado do agente ferido, ajoelhando-se na lama fétida. Os olhos dele percorriam o mecanismo enferrujado com pressa, quase em desespero, tentando entender como poderia libertá-lo. A armadilha havia se fechado de forma brutal, os dentes de ferro enterrados profundamente na carne, e o sangue já escorria em filetes grossos que se misturavam com a água barrenta. Mais dois soldados se aproximaram rapidamente, posicionando-se ao redor para ajudar. Um deles segurava a arma firme, cobrindo os flancos, enquanto o outro se ajoelhava ao lado da armadilha, tentando forçar o ferro a abrir com as próprias mãos. O rangido metálico da corrente ressoava a cada tentativa frustrada, como se o mecanismo tivesse sido feito para resistir a qualquer esforço humano. O agente preso gemia, os dentes cerrados atrás da máscara, tentando conter os gritos de dor. Cada movimento na tentativa de soltá-lo parecia apenas aprofundar os dentes da armadilha em sua carne, fazendo o sangue jorrar ainda mais rápido. O cheiro metálico se misturava ao fedor pútrido que já impregnava o ambiente, criando uma atmosfera nauseante. Harry observava a cena de perto, os olhos fixos, sem perder de vista nem o entorno nem o sofrimento do homem. A situação exigia rapidez, cada segundo perdido não apenas drenava as forças do soldado ferido, mas também transformava o pântano em um chamado silencioso para aquilo que o caçava nas sombras. Os esforços dos três soldados se intensificavam. Um deles buscava uma lâmina para tentar cortar a corrente enferrujada, enquanto o outro pressionava o solo, usando a baioneta como alavanca para forçar o mecanismo. O estalo do ferro resistindo preenchia o silêncio, cada som reverberando como um relógio sombrio que contava os instantes antes de algo pior acontecer. Os outros agentes cobriam-nos , criando um circulo em sua volta. Foi então que o estampido seco de um disparo cortou o silêncio abafado do pântano, ecoando entre as árvores e cipós como um trovão breve. Um dos agentes que estava dando cobertura foi atingido com brutal preciso, a bala entrou pela lateral do capacete e saiu do outro lado, espalhando fragmentos de osso e sangue pelo chão enlameado. O corpo dele caiu sem resistência, como um boneco sem vida, e a água barrenta ao redor tingiu-se de vermelho quase instantaneamente. Os demais agentes reagiram no mesmo segundo. Um deles tentou puxar o corpo para trás por instinto, mas foi interrompido pelo grito abafado do comandante Harry, que ordenava formação defensiva. O agente preso à armadilha de urso gemia de dor, incapaz de se mover, enquanto o cheiro de pólvora misturado ao odor pútrido do pântano se tornava sufocante .A vegetação rasgou-se num estrondo, e dali saltou JF-46. A visão da criatura era uma mistura de horror e sobrevivência impossível. O corpo dilacerado ainda fumegava em partes, marcas da explosão que deveria tê-la matado. A pele estava cortada, costelas saltando para fora como garras brancas, vísceras pendendo e balançando com cada movimento. Faltava-lhe um olho, e a boca rasgada até a bochecha deixava à mostra dentes afiados manchados de sangue coagulado. Mesmo assim, a monstruosidade movia-se com uma força frenética, como se a dor apenas alimentasse sua fúria. Num salto animalesco, JF-46 lançou-se contra a equipa, o ar carregado de cheiro pútrido e respingos de sangue. O som era ensurdecedor, rajadas de disparos ecoaram quase ao mesmo tempo, balas atravessando e rasgando ainda mais a carne já em pedaços da criatura. Fragmentos de osso e jorros de sangue voavam no ar. Mas nada parecia suficiente. Cada impacto apenas sacudia o corpo da aberração, que continuava a avançar, imparável, com a boca aberta num urro gutural que fazia o pântano estremecer. O agente preso gritava de dor, tentando se libertar da armadilha que mordia sua perna. Dois companheiros ainda estavam ao seu lado, desesperados entre socorrê-lo ou erguer as armas novamente. Harry fixava a cena em choque por uma fração de segundo. Seus olhos acompanharam a distância que a criatura fechava a cada passo. O tempo dilatava-se como se o mundo o obrigasse a decidir. Salvar o agente preso significava arriscar perder toda a equipa. Ordenar a retirada seria abandonar um dos seus, uma decisão que queimaria sua consciência para sempre. Num movimento quase instintivo, Harry puxou o facão preso à sua cintura. O aço brilhou por uma fração de segundo sob a luz turva do pântano. Sem hesitar, abaixou-se ao lado do soldado. O homem mal teve tempo de compreender. Com um golpe violento e preciso, Harry desceu a lâmina. O impacto foi seco, seguido de um grito lancinante que cortou o ar. O sangue jorrou em ondas, manchando a lama e os uniformes próximos. A perna separou-se abaixo da coxa, ficando presa dentro da armadilha como um pedaço de carne descartado. Os outros dois soldados recuaram instintivamente, chocados, mas a brutalidade do ato trouxe a única chance de sobrevivência. Harry agarrou o corpo do agente mutilado e puxou-o para trás, gritando para os demais manterem o fogo cerrado contra a criatura. JF-46 avançava, cada disparo apenas arrancando mais pedaços de sua carne, mas sem desacelerar. Agora, a criatura estava a menos de cinco metros, prestes a se atirar contra eles. O chão tremia sob seus passos pesados, a respiração gutural era como o prenúncio de uma avalanche viva. 

Harry: TEMOS RECUAR AGORA! 

Harry agarrou Miguel Silva pelos ombros com força e, sem perder tempo, começou a arrastá-lo para trás, os pés afundando na lama fétida do pântano. O peso do agente ferido tornava a tarefa brutal, mas a adrenalina empurrava Harry para frente. O som do tiroteio ecoava logo atrás deles, os outros agentes disparando em rajadas frenéticas para tentar conter JF-46. Miguel respirava com dificuldade, cada inspiração era um gemido rouco e sufocado. O sangue jorrava em profusão do coto onde antes estivera sua perna, formando um rastro vermelho e denso por onde eram arrastados. Seus olhos estavam arregalados, vidrados pela dor, mas ainda havia vida ali, a dor crua e intensa era a única âncora que o mantinha consciente. A boca do agente se abria e fechava em tentativas de falar, mas nada saía além de sons desconexos, como se o corpo não conseguisse obedecer. A pele de Miguel já começava a perder a cor, ficando pálida sob a máscara de suor e sangue. Harry rangia os dentes, sentindo o uniforme encharcar-se do sangue do companheiro. O comandante sabia que cada segundo contava. Se parasse, Miguel morreria ali. Se vacilasse, a criatura alcançaria ambos. O peso da escolha recaía sobre seus ombros, mas Harry não cedia, puxava, arrastava, corria, com o coração martelando em sincronia ao som dos disparos e dos rugidos da besta que se aproximava. Atrás deles, JF-46, mesmo destroçado e coberto de vísceras expostas, continuava a avançar, cuspindo sangue e ódio a cada passo, indiferente às balas que atravessavam seu corpo como se fossem meras farpas. Harry sabia que, naquele momento, não estava apenas tentando salvar Miguel, estava tentando salvar toda a sua equipa da morte certa. Os agentes recuavam de costas, mantendo as armas erguidas, formando uma linha defensiva em torno de Harry e Miguel. Os disparos eram calculados, alternados entre rajadas e tiros curtos, garantindo que JF-46 fosse constantemente alvejado enquanto avançava, mesmo que as balas parecessem apenas atrasar a criatura e não pará-la. Harry arrastava Miguel com esforço, cada passo pesado era acompanhado pelo barulho úmido do corpo ferido deslizando na lama. O cheiro de sangue fresco misturava-se ao odor pútrido do pântano, tornando o ar ainda mais sufocante. À frente deles, três agentes avançavam em formação fechada, atentos a cada sombra entre os arbustos e às formas retorcidas das árvores, prevenindo emboscadas ou armadilhas adicionais. Os canos das armas varriam o espaço à frente como faróis em plena escuridão. O grupo inteiro movia-se como uma máquina militar sob pressão extrema: a retaguarda disparava sem cessar contra o monstro, o centro protegia o comandante e o ferido, e a vanguarda abria caminho em meio ao terreno traiçoeiro, marcado por raízes expostas, cipós e charcos traiçoeiros que podiam engolir um homem desprevenido. A tensão era palpável. Cada soldado sabia que um erro de posicionamento, um tropeço, uma falha de cobertura seria o bastante para a criatura alcançar o grupo e transformar aquela retirada em um massacre. E ainda assim, apesar do caos, a disciplina se mantinha: todos cobriam os pontos cegos uns dos outros, conscientes de que a sobrevivência de Miguel, e de todos eles, dependia daquela sincronia desesperada. 

Harry: ALTERNEM ENTRE ARMAS DE RAJADA E A ARC-9. 

Os agentes reagiram de imediato à ordem do comandante. O som metálico de carregadores sendo travados ecoou por entre o pântano, abafado apenas pela respiração acelerada dentro das máscaras. Num movimento sincronizado, alguns mantiveram suas metralhadoras em punho, disparando rajadas contínuas que faziam o corpo destroçado do JF-46 se contorcer a cada impacto, enquanto outros guardaram suas armas convencionais e puxaram de seus coldres a ARC-9 "Thunder Spear". Os canos alongados da ARC-9 brilharam com linhas azuis ao serem ativados, emitindo um zumbido grave, quase como um trovão preso em miniatura. Assim que apertaram os gatilhos, pares de dardos foram lançados em alta velocidade, conectados por fios quase invisíveis que cravaram fundo no corpo já mutilado da criatura. De imediato, arcos de eletricidade azulada explodiram pelo corpo do monstro, iluminando a vegetação ao redor como relâmpagos curtos e violentos. O fedor de carne queimada se misturou ao odor pútrido do pântano, tornando o ar quase insuportável. JF-46 urrava, sua voz reverberando como um eco deformado, parte dor, parte fúria. Mesmo com as costelas expostas sendo sacudidas pelos choques, ele ainda avançava, mas cada passo era pesado, os músculos tensionando e relaxando sob os pulsos elétricos que percorriam seu corpo. Enquanto isso, os agentes que mantinham as metralhadoras não cessavam os disparos, perfurando carne e os restos já apodrecidos do monstro. O cenário virou um espetáculo brutal de fogo e eletricidade, um confronto onde cada segundo era arrancado à beira do caos. No centro da formação, Harry ainda arrastava Miguel, mantendo o ritmo da retirada, os olhos fixos na criatura, pronto para dar a próxima ordem. A criatura começava a ficar mais fraca e mais lenta, a quantidade de dano sofrido era enorme e a cada disparo os ferimentos só aumentavam. Os agentes começaram a notar que JF-46 estava enfraquecido e como resposta continuaram a atacar, deixando a criatura ainda mais despedaçada. A vitória estava perto e a visão da vitória estava perto, a cada disparo mais e mais partes do corpo do JF era destruídas e o mesmo não estava mais a aguentar todo aquele dano. Mesmo em vantagem a equipa não parava de recuar, decretando um sucesso quase garantido. Mas foi então que a tragédia se abateu. Um dos três agentes que liderava o avanço pisou em falso, o clique abafado mal foi ouvido sob a lama pesada. Não houve tempo para reação. Num instante, o chão explodiu em chamas e estilhaços, lançando uma onda de destruição que engoliu os três homens da frente. O corpo do primeiro agente foi literalmente despedaçado, convertido em fragmentos de carne que se espalhou pelo ar como chuva macabra. Os outros dois, que estavam próximos, foram igualmente consumidos pela explosão, um teve o tronco dilacerado e arremessado contra uma árvore, partindo-a ao meio com o impacto, enquanto o outro simplesmente desapareceu no clarão, deixando apenas pedaços retorcidos do uniforme e da arma derretida. O estrondo reverberou pelo pântano, levantando colunas de lama e fumaça preta que cobriram a visão de todos. A onda de choque lançou Harry, Miguel e os demais para trás com violência. Os agentes bateram contra raízes e arbustos, alguns rolando pelo chão, cuspindo sangue e tentando recuperar o fôlego. A formação defensiva estava quebrada. O cenário virou um caos absoluto, gritos de dor, a vegetação em chamas, pedaços de corpos pendurados em galhos. A explosão não só despedaçara os três da frente, mas também abria uma nova vulnerabilidade ,um espaço escancarado entre a equipe e o avanço inevitável de JF-46, que surgia entre a fumaça como um vulto queimado, seus olhos (ou o que restava deles) brilhando com fúria instintiva. Harry, ainda atordoado, sentia o peso do sangue de mais três homens sobre seus ombros. A equipe inteira estava no chão. A onda da explosão os havia lançado como bonecos de pano, e agora o mundo parecia girar em torno de cada um deles. A visão turva misturava clarões, fumaça densa e o som constante de zumbido nos ouvidos. Alguns agentes tentavam se levantar, mas os corpos não respondiam. Um deles gritava em desespero, a perna torcida num ângulo impossível, o osso rasgando o uniforme e saindo pela carne. Outro estava de bruços, o braço esmagado contra uma raiz, partido em dois pontos, incapaz de movê-lo. Mais à frente, um soldado permanecia imóvel, respirando de forma irregular, sua coluna havia cedido com o impacto, deixando-o paralisado do tronco para baixo. O chão ao redor era um mosaico de lama, sangue e pedaços de equipamentos ainda fumegando. As armas caídas chiavam, algumas soltando faíscas elétricas por causa da umidade misturada com circuitos danificados. Harry, com o rosto coberto de sujeira e sangue, ainda agarrava Miguel pelos ombros, mas mal conseguia manter a força nos braços. A respiração era pesada, e a dor latejante em suas costelas denunciava que algo dentro dele também não estava no lugar certo. O pântano, antes abafado e silencioso, agora parecia vibrar com a tragédia. Cada gemido, cada respiração falha, era um lembrete cruel de que estavam cercados por morte. E no meio da névoa de fumaça, uma sombra irregular começava a se mover. Harry arranca o capacete da cabeça com as mãos trêmulas, puxando o ar pesado e fétido do pântano, mesmo que cada inspiração queimasse os pulmões. O suor e o sangue escorriam pelo rosto, misturados com a poeira e fuligem da explosão. Ao erguer os olhos, ele finalmente absorve a cena em sua totalidade: a sua equipe, homens que haviam treinado, lutado e sobrevivido ao seu lado ,agora estavam destroçados, reduzidos a corpos quebrados e gemidos de dor espalhados pelo terreno enlameado. Um aperto sufocante tomou o peito do comandante. A certeza de que havia falhado em proteger seus companheiros pesava como um bloco de concreto sobre os ombros. Aquilo que deveria ser uma missão coordenada havia se tornado um massacre, e ele, por mais que quisesse negar, sabia que tinha perdido o controle da situação. Harry voltou-se para Miguel, ainda segurando-o pelos ombros. Retirou-lhe o capacete com cuidado, revelando o rosto pálido e coberto de sangue seco. O soldado parecia adormecido em meio ao caos, mas a inércia de seu corpo causava calafrios no comandante. Desesperado, Harry inclinou-se, aproximando o ouvido da boca do jovem, tentando captar qualquer sinal de vida. Por um instante, o silêncio pareceu absoluto ,como se até os sons do pântano houvessem desaparecido. Então, finalmente, ele ouviu: uma respiração curta, irregular, mas real. Miguel ainda estava vivo. Harry fechou os olhos com força, tentando se recompor. A impotência queimava dentro dele, mas precisava se levantar, precisava encontrar uma saída, mesmo que a sua mente gritasse que tudo estava perdido. Porque, à sua frente, emergindo lentamente da neblina e da fumaça, a sombra mutilada de JF-46 andava em sua direção, cada passo da criatura ecoando como um anúncio de sentença inevitável. Harry apoiou uma das mãos no chão enlameado, sentindo os dedos afundarem na mistura de lama e sangue. Com esforço, ergueu-se, o corpo ainda trêmulo pela onda da explosão, a cabeça girando como se o mundo ao redor fosse apenas um borrão de sombras e ruídos distantes. Ele olhou em volta, nenhum de seus homens tinha condições de continuar. Alguns gemiam, tentando mover-se, outros sequer respondiam. A linha defensiva que deveria proteger a missão havia ruído. Agora só restava ele. Com um gesto instintivo, puxou sua arma do coldre, mas ao engatilhar, percebeu o estrago o cano estava torto, o mecanismo cheio de lama e trincado pela pressão da explosão. A arma, outrora sua companheira fiel, não passava de um peso morto. Harry a encarou por um breve instante, o olhar endurecendo, e então simplesmente a deixou cair. O som metálico do impacto contra o chão ecoou baixo, como uma despedida. Respirando fundo, ele sentiu o corpo pesar sob o fardo do equipamento. A mochila, encharcada e carregada, parecia puxá-lo para o chão como se quisesse enterrá-lo junto com os outros. Sem pensar duas vezes, Harry a soltou, deixando que afundasse na lama com um baque surdo. O comandante agora estava mais leve. Harry saca o seu facão e anda em direção de JF-46. A criatura parecia ignorar os agentes feridos e segue andando lentamente em direção de Harry. O comandante não hesitou. O facão tilintava em sua mão, refletindo fracamente a luz mortiça que atravessava a vegetação cerrada. Ele correu, sentindo cada músculo gritar de dor, mas ignorando o peso das fraturas e da exaustão. Do outro lado, JF-46 acelerou também, a criatura soltando um rugido gutural que parecia vibrar nas árvores, um som úmido, quase sufocado pela carne rasgada em sua boca destruída. O choque foi inevitável. Harry levantou o facão no último instante e cravou-o no ombro do monstro. O corte rasgou pele, músculos e até atingiu parte do osso, mas aquilo não o parou. JF-46 reagiu de imediato, agarrando o pescoço de Harry com uma só mão, os dedos esqueléticos e ossudos apertando com uma força inumana. O ar escapou de seus pulmões, e a visão começou a se turvar com pontos pretos, como se a escuridão já o engolisse. Mesmo sufocado, Harry não largou o facão. Com um esforço desesperado, puxou a lâmina de volta, o sangue espirrando quente contra seu rosto, e golpeou novamente. Desta vez, cravou fundo no abdômen do JF-46. O som foi grotesco: vísceras já expostas foram ainda mais dilaceradas, e um jorro de sangue encharcou a farda de Harry. A criatura, em um espasmo brutal, ergueu-o ainda mais alto, apenas com a força do braço. Harry sentiu as pernas saírem do chão, o mundo girando enquanto lutava para respirar. Num movimento rápido e animalesco, JF-46 fechou o outro punho e socou-o diretamente no rosto. O impacto foi devastador. Harry sentiu o nariz estalar, os dentes baterem uns contra os outros, e o sangue jorrou de imediato. Seu corpo foi lançado para trás como se fosse um boneco de pano, atravessando o ar por vários metros até cair pesadamente contra a lama. O som do baque reverberou pelo pântano, e por um momento só se ouviu o gorgolejar da respiração do monstro e os gemidos distantes dos agentes feridos. Harry, tonto e com a visão embaralhada, tentou se mover, cuspindo sangue e lutando para não perder os sentidos. Ele sabia que se apagasse ali, seria o fim não apenas dele, mas de todos. Harry cambaleava, o sangue escorrendo pelo rosto e misturando-se à lama sob seus pés. Cada passo era um esforço monumental, mas a visão da criatura se erguendo diante dele o impedia de parar. JF-46 segurava o facão agora, arrancado do próprio ventre num puxão que fez as vísceras se moverem grotescamente. A lâmina estava tingida do seu sangue escuro, pingando em grossas gotas que caíam na lama. A criatura tremia, os movimentos cada vez menos coordenados, mas seus olhos, aquele único olho remanescente, brilhavam com a fúria de um predador que não aceitaria morrer sozinho. Harry recuava, passo a passo, sem piscar, sem desviar o olhar. Sentia o coração martelar dentro do peito, o ar entrar e sair em arfadas rápidas. Ele sabia: um único descuido, e seria esmagado ali mesmo. Então veio o rugido. Um som monstruoso, gutural, que reverberou pelas árvores, como um anúncio de morte. JF-46 lançou-se para frente, usando cada fibra restante do corpo mutilado para avançar. O comandante reagiu instintivamente: virou-se e correu. Mas já não era uma corrida firme, de soldado treinado. Era um movimento desajeitado, cambaleante, como um animal ferido tentando escapar da inevitabilidade. Os pés enterravam-se na lama, os braços balançavam sem coordenação, e cada passo arrancava-lhe uma pontada de dor. Atrás dele, JF-46 vinha com o facão em punho, tropeçando, vacilando, mas ainda rápido o suficiente para encurtar a distância. Cada respiração da criatura soava como um ronco do além, misto de sangue e fúria, como se estivesse respirando pela própria ferida aberta na garganta. O chão parecia sugar Harry para baixo, e o peso da exaustão ameaçava derrubá-lo a cada segundo. Ele corria sem rumo, apenas tentando prolongar sua vida por mais alguns instantes. Era a caça e o caçador. Dois corpos destruídos, sustentados apenas pela vontade de matar ou sobreviver. Harry sabia que não podia parar. Cada respiração era uma batalha, o sangue misturando-se à lama em seu corpo ferido, pingando de seu rosto e mãos. Seus músculos queimavam a cada passo, enquanto a inclinação do terreno transformava uma corrida simples em um desafio quase impossível. O chão, que antes parecia apenas irregular, agora se elevava abruptamente, forçando Harry a inclinar-se para frente, equilibrando-se sobre a lama escorregadia e raízes expostas. Cada movimento precisava ser calculado com precisão, pois um deslize significaria ser engolido pelo solo instável e, inevitavelmente, pela criatura que avançava atrás dele. A criatura avançava com a única intenção de destruir Harry, ignorando totalmente os agentes que haviam sido deixados para trás. Seu rugido ecoava pelo pântano, misturando-se ao som de galhos quebrando, folhas sendo arrastadas e o próprio sangue pingando na lama. Enquanto corria, Harry via os agentes atrás dele, ainda intactos, mas vulneráveis. A prioridade absoluta era mantê-los a salvo. Seus pés afundavam na lama, escorregavam nas pedras e raízes, mas ele continuava a empurrar o corpo para frente, arrastando consigo a sensação de desespero e responsabilidade. Cada passo era doloroso, cada movimento, um esforço contra o próprio corpo, mas a determinação de manter a sua equipa viva lhe dava forças sobre-humanas. O terreno inclinado agora jogava contra ele: ele precisava acelerar para não perder vantagem, mas o esforço físico era brutal. O facão ainda firme em sua mão era tanto uma arma quanto uma âncora mental, lembrando-o do perigo iminente e da urgência de sua missão. Harry corria, desviava de obstáculos, respirava com dificuldade, e mantinha os olhos fixos na criatura atrás dele, calculando cada passo para afastá-la o máximo possível de seus agentes. A inclinação do chão, os ferimentos e o pânico não importavam; tudo o que Harry via era a necessidade de sobreviver tempo suficiente para garantir a segurança daqueles que ainda podiam ser salvos. Harry parou por um instante no topo da inclinação, respirando de forma irregular, cada inspiração rasgando seus pulmões doloridos. À sua frente se abria um cenário aterrador um desfiladeiro profundo e escuro, cortando o pântano como uma fenda na terra. As bordas eram irregulares, cheias de raízes expostas e pedras escorregadias, tornando qualquer tentativa de descida ainda mais arriscada. Lá embaixo, o lago se estendia em um espelho de água turva e densa, cercado por vegetação sufocante, suas margens invisíveis à distância. A superfície refletia apenas sombras distorcidas, e o cheiro pútrido do pântano parecia se intensificar com a proximidade do abismo. O coração de Harry disparou, e mesmo ferido, o instinto de sobrevivência e a responsabilidade sobre seus agentes o obrigaram a avaliar rapidamente as opções. Cada segundo contava, JF-46 ainda avançava pelo terreno inclinado, cada passo fazendo a terra tremer levemente. A criatura ferida não se deteria; sua sede de destruição era inegável. Harry olhou para o lago, medindo a profundidade desconhecida e a largura que separava a salvação da morte. O desfiladeiro era tanto uma barreira quanto uma possível chance. O lago abaixo oferecia um ponto de escape imediato, mas mergulhar significava enfrentar águas turvas, imprevisíveis, com correntes fortes e segredos ocultos sob a superfície. Harry respirou fundo, sentindo cada músculo do corpo doer, a lama seca grudando na pele, e manteve os olhos fixos na criatura que se aproximava, calculando mentalmente o próximo movimento. O tempo se tornava inimigo e aliado ao mesmo tempo: a única certeza era que não havia mais lugar para recuar. JF-46 lançou-se com toda a força que ainda conseguia reunir, suas garras abertas e o corpo coberto de ferimentos reluzindo sob a luz difusa do pântano. Harry mal teve tempo de reagir, sendo agarrado com brutalidade pela criatura. O impacto da queda foi instantâneo, ambos despencaram pelo desfiladeiro, a gravidade puxando-os para o lago turvo abaixo. O ar foi arrancado de seus pulmões no momento em que caíram, e o choque contra a superfície da água foi violento, criando um redemoinho que sugava detritos e lama ao redor. A água fria e densa engoliu-os parcialmente, dificultando a respiração e obscurecendo a visão. Ondas se erguiam em torno da queda, espirrando lama e vegetação arrancada das margens. Harry sentiu o corpo da criatura pressionado contra o seu, suas garras ainda buscando qualquer oportunidade de ataque. Apesar da dor e da falta de fôlego, Harry procurava manter o controle, tentando não ser arrastado para baixo pelo peso da criatura. O lago parecia interminável, suas profundezas ocultando correntes e galhos submersos que podiam prender pés ou mãos. Cada instante se arrastava com intensidade, enquanto os respingos e o impacto lembravam que a luta estava longe de terminar. A queda havia terminado, mas o perigo no lago só começava. O corpo da criatura começou a emitir um brilho úmido e esbranquiçado ao entrar em contato com a água, como se cada ferida, corte e mutilação estivesse sendo lentamente reparada pela própria substância líquida ao seu redor. A pele rasgada se fechava, costelas expostas se recolocavam e o sangue que antes manchava suas escamas desaparecia quase que instantaneamente, misturando-se com a água turva do lago. As pernas e braços da criatura se reerguiam com força renovada, e os músculos já recuperavam o vigor que havia sido perdido na luta anterior. O corpo ferido parecia absorver a energia do lago, como se cada gota fosse combustível para sua regeneração. Os olhos de JF-46 voltaram a brilhar com intensidade ameaçadora, refletindo a luz difusa que atravessava a copa das árvores ao redor. Com cada movimento, a água ao redor se agitava violentamente, criando ondas que espirravam sobre Harry e desestabilizavam sua posição. O lago, antes um refúgio temporário para o comandante, agora se transformava em palco para o renascimento da criatura, que lentamente se erguia, pronta para retomar a perseguição com força e ferocidade renovadas. A sensação de perigo iminente aumentava, e Harry percebeu que a regeneração de JF-46 tornava qualquer confronto direto ainda mais mortal. Harry, ainda segurado firmemente pelas garras de JF-46, sentiu um de alívio em meio a toda aquela situação . Por um lado, ele havia conseguido levar a criatura para longe dos seus companheiros; mas por outro, ele próprio continuava como alvo direto, incapaz de se libertar completamente do aperto mortal. Cada movimento brusco da criatura fazia a água do lago se agitar violentamente, forçando Harry a se adaptar rapidamente à instabilidade do terreno líquido. JF-46 havia soltado o facão e agora os dois haviam chegado ao fundo do lago. O fundo era um mundo completamente diferente, silencioso e opressor. A escuridão envolvia Harry por todos os lados, tornando impossível distinguir formas ou profundidades. A pressão da água fazia seus ouvidos latejarem e seu corpo sentia cada vez mais dificuldade para se mover. A respiração ficava cada vez mais difícil, o oxigênio escasseando a cada segundo que passava. JF-46, agora completamente regenerado, exercia uma força esmagadora sobre Harry, comprimindo seu peito e restringindo qualquer tentativa de reação. A criatura permanecia imóvel por um instante, aproveitando-se da impotência total do comandante, cada músculo do seu corpo humanoide parecia pulsar com poder renovado pela água do lago. De repente, uma das mãos da criatura se abriu lentamente, revelando garras afiadas, reluzentes na penumbra do fundo do lago. Em um movimento preciso e brutal, JF-46 perfurou o peito de Harry, atingindo o coração. Um choque percorreu o corpo do comandante, seus músculos cederam e um calor intenso se espalhou pelo peito, seguido por uma sensação de vazio. A água ao redor imediatamente começou a tingir-se de vermelho, formando redemoinhos de sangue e bolhas que escapavam desesperadas dos pulmões de Harry, enquanto a escuridão do fundo do lago engolia sua consciência. O tempo parecia se arrastar naquele instante; cada segundo prolongava a agonia, o frio da água misturava-se com a dor, e a força da criatura mantinha Harry imóvel, impotente, submerso no silêncio absoluto daquele mundo subaquático. O mundo ao redor de Harry se apagava lentamente, a luz já não chegava ali embaixo, e o silêncio absoluto do fundo do lago envolvia-o de forma sufocante. Cada segundo parecia se arrastar, com o oxigênio diminuindo rapidamente, e o frio da água se infiltrando até os ossos, aumentando a sensação de impotência. Harry apenas fechava os olhos e JF-46, percebendo que o comandante não oferecia mais resistência e que a vida havia se esgotado, soltou seu corpo inerte com um empurrão brusco. A criatura emergiu do fundo do lago, rompendo a superfície com um jato de água e ondas circulares que se espalharam pelo lago, enquanto sua figura se afastava, desaparecendo entre os reflexos da luz que começava a atravessar a superfície. A criatura nada para fora da água revigorada e pronta para continuar a caça. A suas roupas estavam completamente rasgadas, restando apenas os seus calções. JF-46 pisava fora da água, deixando uma marca da sua pegada na lama. A criatura já não tinha mais armas e agora teria que atacar apenas com as suas mãos, boca e pés. Enquanto isso a equipa Strong Will-355, exausta e ensopada pela lama e pelos pequenos lagos que haviam atravessado, recebeu a comunicação da central com uma sensação mista de alívio e frustração. As ordens eram claras: abandonar a missão imediatamente e recuar para um ponto seguro designado previamente. Cada agente sentia o peso da tensão acumulada e a consciência de que avançar mais significaria risco de vida desnecessário. O comandante Sean Jones fez sinal para que todos parassem por um instante, organizando rapidamente a equipe. Ele verificou os equipamentos, certificando-se de que nada ficaria para trás, enquanto os agentes se recompunham, ajustando mochilas e armas molhadas. O cheiro de lama, água estagnada e vegetação pesada ainda impregnava o ar, lembrando-os das adversidades enfrentadas até aquele ponto. Com a ordem da central, a marcha de recuo começou de maneira disciplinada. Cada passo exigia cuidado, pois a lama ainda ameaçava tragar qualquer um que perdesse o equilíbrio. O ambiente do pântano parecia agora mais silencioso, quase como se a própria natureza observasse o recuo da equipe. Apesar do receio constante de encontrar anomalias pelo caminho, o foco da equipe era claro, manter a coesão, proteger uns aos outros e retornar vivos. O sentimento era pesado, mas havia também a certeza de que, mesmo em retirada, haviam sobrevivido àquilo que poderia ter sido um massacre completo. A missão não havia sido cumprida, mas a prioridade agora era a sobrevivência e o relato preciso do que encontraram. Eles sabiam que estavam a ser caçados e também sabiam acerca das capacidades físicas de JF-46 então eles teriam que fazer o mínimo de barulho possível. A equipe Strong Will-355 iniciou o recuo com passos cautelosos, cada movimento calculado para não escorregar na lama que ainda cobria boa parte do terreno. À medida que voltavam, encontravam novamente os pequenos lagos que haviam atravessado, a água turva agora refletindo o céu cinzento. Alguns agentes precisavam se apoiar uns nos outros para não serem sugados pela lama, enquanto outros usavam os bastões de agarre para testar o solo instável à frente. Cada passo exigia esforço redobrado, o corpo ainda dolorido pela exaustão e pelos ferimentos que carregavam. Eles passavam por trechos com cipós e raízes entrelaçados, obrigando-os a contorcerem-se para não perder o equilíbrio. Em um ponto, o chão cedeu levemente sob um dos agentes, que precisou de ajuda imediata para não cair de bruços na lama. O comandante Sean Jones mantinha a equipe unida, sinalizando constantemente com gestos e verificando se todos acompanhavam o ritmo. Sean Jones temia que a criatura os ataque-se pois eles tinham muita pouca mobilidade e pelo o que a central os havia passado, o monstro era muito resistente a balas. O comandante ficava enfurecido pois não acreditava que duas das três equipas haviam sido abatidas. Contudo o que ele não sabia era que havia alguns sobreviventes da equipa Ice-Buddha. A equipe Strong Will-355 chegou a um ponto onde o pântano se alargava, formando um rio de águas turvas que corria com força surpreendente. O barulho da corrente preenchia o ambiente, misturando-se ao som dos galhos e ao farfalhar das folhas. A força da água exigia equilíbrio máximo; cada passo mal calculado poderia significar ser arrastado rio abaixo. Os agentes avançaram com cautela, segurando uns nos outros para não serem levados pela correnteza. As botas afundavam parcialmente na lama submersa, e o esforço para manter o corpo ereto fazia com que a respiração se tornasse pesada e irregular. O comandante Sean liderava a travessia, testando a profundidade com um bastão resistente, enquanto observava a força da corrente que parecia puxar todos para a margem oposta de forma impiedosa. A água chegava até o peito de alguns agentes, empurrando suas mochilas e equipamentos, obrigando-os a remar com os braços para não perder o equilíbrio. Raízes submersas e troncos parcialmente escondidos dificultavam ainda mais a travessia, cada contato com o fundo instável exigia força e coordenação. A tensão era palpável, e o silêncio do grupo só era quebrado pelo som da água e pelo esforço físico. Cada passo era medido, cada movimento, calculado, enquanto avançavam lentamente, cientes de que um único erro poderia significar serem arrastados pela corrente e perderem-se nas águas escuras e traiçoeiras do pântano. Após alguns minutos de esforço quase sobre-humano, a equipe finalmente avistou a margem oposta do rio. A correnteza ainda empurrava com força, tornando cada passo um desafio, mas a terra firme aparecendo à frente dava-lhes um alívio momentâneo. Sean, o comandante, foi o primeiro a conseguir apoiar firme os pés em solo sólido. Ele estendeu a mão para os agentes atrás, ajudando-os a manter o equilíbrio enquanto avançavam. A água escorria de suas roupas e mochilas, misturando-se à lama que grudava em suas botas. Alguns agentes tiveram que se apoiar uns nos outros, enquanto outros utilizavam galhos e troncos à margem para não serem arrastados novamente pela correnteza. Quando todos finalmente conseguiram sair da água, respiraram fundo, ofegantes, sentindo o peso da travessia. O frio da corrente ainda se fazia presente em seus corpos molhados, mas a sensação de terra firme era um alívio imediato. Eles se arrastaram para cima da margem, limpando a lama e a água do rosto e das mãos, recuperando a postura e preparando-se para retomar o avanço pelo pântano. O rio ficava para trás, seus sons ameaçadores misturando-se à vegetação ao redor, lembrando a todos da força que enfrentaram e da vulnerabilidade de qualquer descuido. A equipe se recompôs sob a liderança de Sean, pronta para continuar, ainda mais atenta às armadilhas naturais e à presença de qualquer ameaça. Depois de saírem do rio, a equipe continuou avançando pelo pântano, agora sobre terreno firme, mas nada estava garantido. O caminho à frente se tornava cada vez mais irregular, cheio de raízes grossas que se entrelaçavam como serpentes adormecidas sobre a lama seca e úmida. Cada passo exigia atenção redobrada para não tropeçar ou prender a bota em algum nó de raiz que se projetava do solo. Os cipós pendiam das árvores baixas, balançando suavemente com o movimento da equipe, obrigando os agentes a se abaixarem ou a cortá-los com facões para seguir em frente. Alguns cipós se enrolavam nas pernas ou nos braços, e os soldados precisavam puxá-los para liberar o caminho. A vegetação era densa, os arbustos e folhagens quase bloqueando a visão de quem estava à frente, obrigando-os a avançar em fila indiana, cada um cobrindo os pontos cegos do outro. Sean liderava, constantemente observando o chão e os arredores, levantando a mão para sinalizar pausas ou alertas silenciosos. O som de galhos quebrando sob os pés, raízes raspando nas botas e o farfalhar das folhas criava uma sinfonia inquietante, lembrando a todos que o pântano era um inimigo tão traiçoeiro quanto qualquer criatura que pudesse estar à espreita. A respiração dos agentes misturava-se ao cheiro úmido de terra e vegetação, cada passo mais lento e cuidadoso, sabendo que qualquer descuido poderia custar caro. O terreno irregular testava a resistência física e mental da equipe, e mesmo sem sinais imediatos de perigo, a sensação de vulnerabilidade permanecia constante. Cada raiz, cada cipó e cada desnível no solo era um lembrete de que aquele pântano não perdoava erros. Após longos minutos avançando pelo terreno irregular, desviando-se de raízes grossas e cipós que quase pareciam querer prendê-los, a equipe finalmente começou a avistar uma abertura à frente. À medida que se aproximavam, o cheiro de terra úmida e vegetação apodrecida dava lugar a um odor ainda mais pesado e ácido, misturado com a umidade característica de áreas alagadas. Quando chegaram, a visão que se apresentou era impressionante e ameaçadora, uma enorme piscina natural de lama. A superfície se agitava levemente com o vento e pequenos redemoinhos de bolhas de gás subiam lentamente, denunciando a profundidade e o movimento constante daquele reservatório de lama. A borda era irregular, com pequenas elevações de barro endurecido que se estendiam como ilhas improvisadas, mas a maior parte da área estava completamente líquida e pegajosa. Sean fez uma pausa, avaliando a melhor forma de atravessar sem que alguém ficasse preso ou derrubado. Os agentes observavam o terreno com cautela, percebendo que o barro parecia mais profundo em algumas áreas, como se engolisse o solo que tentassem pisar. Os agentes se prepararam mentalmente. Facões e bastões de apoio foram ajustados, as botas reforçadas contra o barro mais denso. A respiração ficava mais pesada a cada passo em direção à piscina, conscientes de que aquele obstáculo poderia retardar ou até mesmo separar a equipe caso algum deles não tivesse cuidado. O pântano, mais uma vez, mostrava que não havia espaço para descuidos. Sean avançou primeiro, pisando com firmeza na borda da piscina natural de lama. O solo cedeu sob seu peso, emitindo um som viscoso enquanto sua perna afundava até quase a canela. Ele puxou com força, deixando para trás uma marca profunda que logo se encheu de água barrenta. Os outros agentes seguiram atrás, um a um, movendo-se lentamente. Cada passo era um esforço descomunal, como se o pântano tentasse sugar seus corpos para dentro de si. A lama engolia as botas, pesava nas pernas e exigia força redobrada para continuar. O fedor úmido impregnava o ar, misturado ao som constante das bolhas que estouravam na superfície, lembrando a todos que aquele lugar estava vivo em sua própria maneira. Um dos agentes afundou mais que o esperado, ficando preso até o joelho. O corpo se desequilibrou, e por um instante pareceu que ele seria tragado pelo brejo. Os companheiros mais próximos agarraram-no pelos ombros e puxaram com toda a força, até que a lama finalmente cedeu com um estalo molhado, como se algo fosse arrancado à força das entranhas do pântano. O grupo prosseguiu em silêncio, carregando o peso da lama nas roupas, nas botas e na respiração ofegante. Cada metro percorrido era uma vitória contra o ambiente hostil. Após minutos intermináveis, alcançaram a outra margem. O chão firme foi recebido quase como um alívio divino, ainda que coberto de raízes e folhas encharcadas. Todos estavam sujos, exaustos e manchados até a cintura pela lama espessa, mas haviam atravessado. Atrás deles, a piscina borbulhava lentamente, como se ainda esperasse a chance de engolir mais uma vítima. Ao alcançarem a margem firme, os agentes pararam. Nenhum deles disse nada. Apenas se permitiram alguns segundos de silêncio, sentindo o alívio de não estarem mais sendo arrastados para baixo pela lama sufocante. Sean apoiou-se contra o tronco grosso de uma árvore coberta de musgo, respirando fundo. Seus olhos observavam o terreno adiante, mas, naquele instante, até ele se deu ao direito de repousar. Dois agentes se sentaram diretamente no chão úmido, ignorando a sujeira que já cobria seus uniformes. O vapor que subia da lama ainda os envolvia, criando uma névoa baixa e sufocante. Um deles inclinou a cabeça para trás, fechando os olhos por alguns segundos, apenas sentindo o ar pesado entrar e sair dos pulmões. Outros ficaram em pé, curvados, apoiando as mãos nos joelhos, tentando recuperar o fôlego. Suas botas pingavam lama, formando pequenas poças escuras no solo irregular. O som do pântano ao redor preenchia o espaço: insetos, o coaxar distante de sapos, e o borbulhar lento da piscina natural atrás deles. Nenhum movimento brusco foi feito. Apenas corpos imóveis, quebrados pelo esforço, descansando o suficiente para que a mente e os músculos pudessem se recompor. Mas o ambiente deixava claro que não permitia longas pausas. O silêncio do grupo era constantemente interrompido por ruídos estranhos na mata. A sensação de que o pântano observava cada segundo do descanso pairava no ar, tornando-o mais pesado do que deveria ser. Após alguns minutos, eles estavam prontos para se erguer outra vez. O descanso fora curto, mas necessário. O silêncio pesado do breve descanso foi rasgado pelo farfalhar repentino vindo de dentro dos arbustos. O som ecoou úmido, como se algo grande tivesse roçado violentamente contra os galhos molhados. Instintivamente, os agentes reagiram, alguns levantando-se num salto, outros já empunhando as armas, apontando-as para a escuridão entre as folhas. Os que estavam mais próximos da origem do barulho recuaram rapidamente, mantendo a linha de fogo livre, abrindo espaço em volta da vegetação que tremia. O pântano parecia prender a respiração naquele instante, e os próprios agentes, ofegantes ainda da travessia e da lama, forçaram-se a silenciar. Sean, mesmo exausto, não hesitou. Ergueu a mão, com os dedos em punho, e fez um sinal rápido. Imediatamente, os homens obedeceram, ajustando-se em formação semicircular diante dos arbustos. A lama escorria das botas enquanto eles firmavam os pés, tentando estabilizar-se no solo encharcado. Cada segundo se arrastava com a tensão crescente. O som do coaxar distante e dos insetos parecia se apagar, como se a floresta também aguardasse o que estava prestes a surgir. O farfalhar cessou por um momento, apenas para retornar com mais força, indicando que o que quer que estivesse lá dentro não era pequeno , estava se movendo, deliberadamente, em direção a eles. Os agentes seguraram o gatilho, prontos para disparar ao menor sinal de ameaça. A lembrança de JF-46 estava fresca na mente de todos; nenhum deles podia se permitir baixar a guarda. O suor escorria misturado à lama nos rostos tensos, e cada respiração parecia ecoar alto demais no silêncio denso. Sean estreitou os olhos, a mão ainda erguida. Ele sabia que um erro de leitura poderia significar a morte de todos. Sean assinala para que todos ativassem a visão de calor e com um simples toque na lateral do capacete os agentes tinham visão térmica. Assim que os agentes ativaram a visão térmica, o borrão alaranjado surgiu nos óculos. A tensão inicial que os mantinha imóveis pareceu se desfazer num instante quando perceberam a silhueta arredondada e lenta atravessando os arbustos. Era apenas uma tartaruga, arrastando-se em meio às folhas, indiferente ao caos humano que tomava aquele lugar. O alívio foi palpável. Alguns baixaram levemente as armas, outros suspiraram discretamente, sentindo o coração desacelerar. Ainda assim, não houve tempo para mais do que esse breve instante de respiro. De súbito, o ataque veio. Um som seco, seguido do estalar das folhas altas, quebrou o silêncio. Antes que alguém pudesse reagir, uma sombra desceu de cima. JF-46, até então oculto sobre os galhos encharcados de uma árvore às costas da formação, lançou-se com brutalidade. Sua massa pesada rasgou o ar, e com apenas um golpe a criatura arranca a cabeça de um dos soldados. JF-46 arrancou a cabeça de um dos agentes com uma espécie de tapa com força sobre-humana. A cabeça é lançada contra uma árvore e o corpo do soldado cai no chão. A fera rugia com raiva, os olhos faiscando como brasas na escuridão, enquanto os galhos partidos da árvore ainda caíam ao redor, estalando no pântano. O momento de alívio se transformara em desespero puro. Os agentes, já prevenidos com as ARC-9 Thunder Spear, ergueram as armas quase em uníssono. O farfalhar dos disparadores ecoou no pântano, e uma série de dardos cortou o ar úmido e fétido, cravando-se no corpo de JF-46. O impacto foi imediato. A criatura foi atravessada pelos projéteis, que explodiram em descargas elétricas violentas. A eletricidade percorreu seus músculos, fazendo cada fibra contrair-se de forma grotesca, como cordas tensionadas ao máximo. O rugido que saiu de sua garganta foi diferente, não de fúria, mas de dor e frustração. Seus movimentos ficaram descoordenados, os braços e pernas tremendo, a mandíbula batendo com espasmos involuntários. Sean fez sinal para todos recuarem em formação, e os agentes começaram a dar passos calculados para trás, sem perder a criatura de vista. Cada passo parecia ecoar como uma decisão entre vida e morte. Então, rompendo o estrondo da descarga elétrica, veio o som metálico e o estalo seco de uma arma sendo engatilhada. Um dos soldados sacou sua espingarda calibre 12, ergueu-a com firmeza e disparou sem hesitar. O tiro atingiu o peito da criatura a curta distância. A onda de impacto ecoou como um trovão abafado, abrindo uma massa de sangue e carne deformada. Em seguida o mesmo soldado disparou mais três vezes, no ombro, numa das pernas e na barriga. Os disparos criavam algum dano, contudo não eram o suficiente e mal abriam buracos na carne da criatura. Foi então que os dardos pararam de disferir descargas elétricas e JF-46 avançou com tudo na direção dos agentes mas mais uma vez os soldados disparam mais uma série de dardos e logo o corpo da criatura é novamente tomado por eletricidade. Os agentes iam se afastando enquanto a criatura agonizava de dor mas nunca tirando o contacto visual. O soldado dispara mais duas vezes com a espingarda calibre 12 desta vez no pescoço e no joelho esquerdo. Os agentes tinham tudo sobre controlo e mais uma vez a visão da vitória estava próxima. Os dardos param de eletrocutar a criatura e mais uma vez ela tenta atacar os agentes mas mais uma onda de dardos são disparados. A criatura cai de joelhos enquanto a eletricidade volta a consumi-lo. JF-46 olha para o céu e solta um rugido ensurdecedor que assusta até mesmo os pássaros no outro lado do pântano. Os olhos antes pretos do monstro agora ficavam vermelhos e ele levantava-se lentamente mesmo sendo eletrocutado. JF-46 já de pé começa a dar passos lentos em direção á equipa. Os agentes ao verem aquilo disparam mais dardos mas a criatura não parava. JF-46 subitamente mesmo em dor e quase paralisia avança rapidamente na direção dos agentes, pronto para atacar. Os agentes entram em pânico e respondem atirando no monstro. A criatura estava em modo berserk e naquele estado nem mesmo a eletricidade tinha efeito sobre ele. JF-46 ergueu o braço na direção dos agentes, os dedos longos e deformados se abrindo como garras prontas para despedaçar. O ar pareceu ficar mais pesado, como se a própria floresta prendesse a respiração diante do golpe que viria. Mas então — um feixe vermelho rasgou o céu. Um raio de luz incandescente desceu com precisão letal e cortou o braço da criatura em um único movimento. O membro de carne e osso caiu no chão com um baque surdo, contorcendo-se por alguns segundos antes de se tornar inerte. Os olhos de JF-46, que antes brilhavam em tons caóticos, retornaram ao negro profundo, como se a dor o tivesse feito acordar. Do alto, o som metálico de propulsores ecoou entre as árvores. Quatro figuras desceram como divindades de guerra, envoltas em armaduras que refletiam a luz vermelha dos sensores. As FX Ultra, uma das criações mais temidas e reverenciadas da fundação, finalmente estavam ali. Os agentes comuns recuaram instintivamente, não por medo, mas pelo impacto de verem de perto o esquadrão B-76 em ação. Os quatro pousaram à frente da equipe Strong Will-335, formando uma muralha viva entre os sobreviventes e a criatura. Cada passo fazia a terra estremecer sob o peso e a potência tecnológica das armaduras. O primeiro a se pronunciar foi Okun, sua voz ecoando metálica pelos alto-falantes da armadura:

Okun: Podem deixar o resto com agente.  

Sean trocou um olhar breve com seus soldados, o alívio misturado ao peso da perda que carregavam. Com um aceno firme, deu a ordem:.... 

Sean: Continuar o trajeto. Agora!

A equipe Strong Will-335 recuou, atravessando a lama em silêncio pesado, deixando para trás o combate. O som metálico dos propulsores e armas de energia agora dominava o cenário. JF-46, mesmo mutilado, lançou-se em fúria contra os novos inimigos, um rugido tão profundo que parecia vibrar nas costelas dos que se afastavam .Mas Kollat, impassível, ergueu a palma da mão direita. Em segundos, um feixe de laser foi disparado. A luz atravessou o peito da criatura, perfurando-o com precisão cirúrgica, abrindo um buraco que fumegava e soltava cheiro de carne queimada. Antes que a criatura pudesse reagir, Planc ativou os propulsores nas solas dos pés, transformando-se em um projétil humano. O impacto foi devastador: seu soco atingiu a mandíbula de JF-46 com tanta força que vários dentes foram arrancados e arremessados em todas as direções, estalando contra troncos e pedras. A cabeça do monstro foi violentamente projetada para trás, o pescoço estalando de forma grotesca, mas a fera não caiu, não ainda. O rugido de dor que escapou de sua garganta sacudiu o pântano inteiro. O esquadrão B-76 havia acabado de entrar na luta, e a batalha estava apenas começando . Em seguida Dévor ativa os propulsores de sua armadura, impulsionando-se com precisão cirúrgica pelo ar úmido do pântano. Ele gira o corpo no ar, aproveitando a velocidade para concentrar toda sua força em um único golpe que atinge as costelas de JF-46. O impacto é devastador: o corpo da criatura se contorce violentamente, um estalo profundo ecoando pela vegetação enquanto ossos rangem e algumas costelas se partem sob a força descomunal. A energia da FX Ultra faz com que o golpe seja absorvido com máxima potência, criando um efeito quase cinematográfico, enquanto a água e lama próximas se agitam com a onda de choque do impacto. Kollat usa os propulsores para se aproximar de JF-46 e agarra-o pelo braço. A criatura ainda estava meio tonta e nem reagiu ao ser agarrada. O agente diz... 

Kollat: Bem rapazes.... está na hora de acabar com isto. 

Kollat ativava os propulsores da sua armadura FX Ultra enquanto segura firmemente JF-46 pelo braço. A criatura, mesmo mutilada, tenta se debater com movimentos rápidos e violentos, mas a aderência da armadura combinada com a força de Kollat impede qualquer escape. O ar ao redor vibra com o estrondo dos propulsores, criando uma espécie de vórtice que faz galhos e cipós balançarem violentamente. JF-46 emite um rugido profundo e desesperado, suas garras tentando rasgar o metal da armadura, mas cada movimento é contido com segurança pelo agente. Enquanto sobem, Kollat mantém o controle absoluto da trajetória, ajustando a altitude e a inclinação do voo para ganhar estabilidade. A vegetação abaixo desaparece rapidamente do campo de visão, e os outros agentes do esquadrão B-76 acompanham de perto, mantendo vigilância total sobre a criatura, prontos para intervir caso haja qualquer tentativa de fuga. Ao fundo havia um avião de contenção da fundação que tinha a porta de carga traseira aberta, pronta para aceitar JF-46. Kollat segurava a criatura com firmeza, sentindo os músculos da criatura estremecerem sob a pressão, cada tentativa de fuga sendo contida à força. Mas então, um movimento brutal e inesperado: JF-46 vira a cabeça em direção ao próprio ombro e, sem hesitar, crava os dentes na carne. O som da mordida ecoa no ar, seguido pelo estalo seco dos ossos se partindo. Em uma fração de segundo, o braço é arrancado. Sangue negro espirra no ar, jorrando como um jato contra a armadura de Kollat. O peso muda, a pressão desaparece. Kollat, surpreso, sente a diferença imediatamente. Seus olhos percorrem para baixo e testemunham o impossível: a criatura já em queda livre, despencando em direção ao pântano, levando consigo a própria mutilação como preço da liberdade. Instintivamente, Kollat solta o braço amputado, que ainda se agita grotescamente antes de despencar. Ele ativa os propulsores em potência máxima, mergulhando no rastro da criatura. Mas é tarde demais. JF-46 atinge a superfície do maior lago da região com uma força devastadora. O impacto gera uma explosão líquida colossal, um jorro de água que se ergue como um muro e se espalha em todas as direções. Árvores próximas se inclinam com o vento úmido gerado pela colisão. O barulho é ensurdecedor, como uma detonação abafada dentro do pântano. Ondas gigantescas se formam, avançando violentamente até as margens. A lama das beiras é arrancada, engolida pelas águas revoltas. O reflexo da lua e das luzes artificiais se despedaça nas ondas, criando brilhos instáveis e ameaçadores. Kollat paira sobre o lago, mas nada vê além da espuma turva e dos círculos concêntricos que se expandem. O monstro havia desaparecido nas profundezas escuras, onde nem a visão térmica penetrava. No ar, atrás dele, os outros membros do B-76 observam em silêncio, formando um semicírculo de vigilância. Cada um deles sabe que perder JF-46 ali significava mais do que uma falha, significava libertar a criatura em seu domínio natural. A sensação era clara, o lago agora não era apenas um lugar, mas a própria fortaleza de JF-46. Uma tensão repentina atravessou o ar, como se o próprio pântano tivesse prendido a respiração. Os sensores das armaduras dispararam alertas, mas não eram dados precisos, apenas sinais de movimento intenso logo abaixo da superfície. O instinto falou mais alto do que qualquer protocolo, todos os membros do B-76 elevaram-se rapidamente, afastando-se do lago, formando um arco no céu com os propulsores rugindo em uníssono. As águas, antes agitadas apenas pelo impacto da queda, começaram a enlouquecer. Ondas colidiam entre si em padrões erráticos, criando redemoinhos que se abriam e fechavam como bocas vorazes. Bolhas imensas começaram a subir, borbulhando com força, como se algo gigantesco estivesse se movendo lá embaixo. Os agentes, a dezenas de metros acima, observavam em formação, armas prontas, a respiração pesada dentro dos capacetes. As águas do lago estremeceram como se o próprio fundo estivesse a desmoronar. Primeiro, bolhas enormes e escuras começaram a subir, rebentando com sons abafados que lembravam respirações sufocadas vindas das profundezas. Em seguida, o espelho tranquilo do lago rasgou-se por inteiro, e uma massa colossal irrompeu das profundezas com violência brutal. A criatura ergueu-se, e só a sua cabeça já ultrapassava as copas das árvores ao redor. JF-46 estava irreconhecível, os ferimentos haviam desaparecido por completo, a pele deformada reluzia como se tivesse sido temperada pela própria água, e as garras, agora alongadas e afiadas como lâminas negras, brilhavam sob a luz que restava. Os olhos da criatura, negros e profundos, cintilavam com uma fúria silenciosa. As ondas lançadas pelo seu despertar varreram as margens, arrastando árvores inteiras e deixando o solo encharcado como se um dilúvio tivesse caído. As asas, antes atrofiadas e imperfeitas, haviam se regenerado em proporções monstruosas, gotejando água e lodo enquanto se abriam lentamente, cobrindo o céu como uma sombra viva. Os agentes nos céus sentiram a vibração da ascensão da criatura atravessar as suas armaduras FX Ultra. Era como se o ar tivesse ficado mais pesado, carregado de uma pressão esmagadora. O rugido que veio em seguida não era apenas som, era uma onda vibrante que fazia os ossos tremerem dentro do corpo. JF-46 estava de volta, maior, mais forte, e completamente restaurado. O lago já não parecia apenas um lugar, mas sim o berço da própria criatura, que agora se erguia como um titã pronto para devastar tudo ao redor. A parte de baixo da criatura estava completamente enterrada sobre o solo do lago mas só da barriga para cima a criatura media 410 metros.  

Okun: Mas que porra.... 

Os agentes olhavam para aquilo com espanto e até mesmo algum medo. Os quatro agentes pairavam no ar, sustentados pelos propulsores, mas por um instante nenhum deles ousou avançar. A visão diante deles era esmagadora. Mesmo com toda a frieza que a armadura lhes exigia, era impossível não sentir o peso daquele momento. O visor interno projetava leituras de calor, pressão e energia em constante oscilação, mas nada conseguia traduzir com precisão o que viam. O sistema simplesmente registrava números em vermelho, falhando em calcular os limites. Okun, normalmente o mais firme, cerrou os dentes por trás do capacete, sentindo o coração acelerar. Dévor prendeu a respiração por alguns segundos, tentando controlar o nervosismo. Planc apertou os punhos, mas sua postura denunciava tensão. Até mesmo Kollat, que momentos antes parecia inabalável, agora sentia o frio da incerteza. O rugido da criatura ainda ecoava pelo ar, vibrando através das árvores e fazendo a superfície da lama próxima tremer como se estivesse viva. E ali, suspensos acima do caos, os agentes se entreolhavam em silêncio, conscientes de que estavam diante de algo que talvez nem as FX Ultra pudessem conter.  

Planc: E agora, ....fazemos oque?  

Dévor: Não sei se damos conta...... 

Kollat: Mantenham a distancia e ataquem de cima! 

Okun: Exato.... não cheguem muito perto e continuem atacando até aquela coisa cair. 

Planc/ Dévor: Intendido. 

Os quatro entraram na formação em círculo, voando ao redor do colosso.  O plano era claro, manter distância, desgastar o inimigo, procurar uma abertura. Okun disparou primeiro, um feixe vermelho intenso que riscou o céu e atingiu o ombro de JF-46. A criatura, no entanto, mal se moveu. Apenas ergueu a cabeça monstruosa, os olhos negros faiscando como poços infinitos, encarando-o com uma fúria que fazia o ar pesar. JF-46 tenta esticar o braço para pegar Okun mas ele afasta-se rapidamente, desviando do ataque da criatura. Dévor seguiu, lançando uma rajada de energia em forma de arco, atingindo o flanco da criatura. Planc, aproveitando a distração, impulsionou-se para o lado e descarregou uma sequência de tiros concentrados contra o tórax descomunal. Kollat mantinha-se ligeiramente mais alto que os outros, monitorando os movimentos da criatura, pronto para intervir se algum deles fosse surpreendido. Contudo os ataques não pareciam causar nenhum dano na criatura. O gigante ergueu os braços grotescos e golpeou o ar com tal força que criou ondas de choque. Árvores ao redor do lago foram arrancadas como gravetos, e a água explodiu em colunas que quase atingiram os agentes. JF-46parou por um instante , como se estivesse acumulando energia em seu corpo. Os quatro agentes mantinham a formação, rodeando a criatura em altura, atentos a cada movimento. Mas ninguém poderia prever o que viria a seguir. De repente, a mandíbula do monstro começou a se distender de maneira grotesca, muito além dos limites humanos ou animais. Ossos estalaram, a pele esticou-se até rasgar em alguns pontos, revelando músculos pulsantes. A boca abriu-se num ângulo impossível, lembrando mais o portal de uma caverna do que algo anatômico. O instante seguinte foi devastador. Um grito cortou o ar, não era apenas um som, mas uma onda vibrante que parecia rasgar a própria realidade. O barulho ensurdecedor não apenas atingiu os ouvidos dos agentes, mas penetrou nos sistemas internos das armaduras FX Ultra, distorcendo os visores, fazendo os painéis piscarem em vermelho e os estabilizadores de voo oscilarem. Planc, que estava mais próximo, foi apanhado em cheio. O impacto foi brutal, a onda supersônica o atingiu como uma muralha invisível, esmagando seu corpo contra a armadura. Antes mesmo de reagir, foi lançado a dezenas de metros de distância, atravessando o ar como uma pedra disparada por uma catapulta. Árvores na borda do pântano foram destruídas quando ele colidiu contra a vegetação, e o clarão dos propulsores se apagou por um segundo antes de voltar a brilhar fracamente. O lago inteiro reagiu ao grito. Ondas enormes se ergueram, chocando-se contra as margens e arrancando árvores inteiras do solo encharcado. Pássaros levantaram voo em massa, desaparecendo da região como se fugissem de um cataclismo iminente. Os outros três agentes também foram levemente afetados pelo ataque da criatura e em meio á tontura JF-46 disfere um soco em Dévor. O golpe de JF-46 caiu como um trovão. O punho descomunal desceu do alto com violência esmagadora, cortando o ar e produzindo um estrondo seco quando atingiu Dévor. O impacto reverberou por todo o pântano, fazendo o solo tremer como se tivesse sido atingido por um pequeno terremoto. A lama e a água do brejo foram lançadas em todas as direções, formando uma onda marrom que respingou até nos outros agentes que sobrevoavam mais afastados. Dévor mal teve tempo de erguer os braços em defesa. O punho gigantesco o envolveu por inteiro, cobrindo-lhe o corpo como uma prisão de carne e ossos monstruosos. A força aplicada o empurrou com brutalidade para baixo, afundando-o no chão úmido. O pântano cedeu sob a pressão, abrindo uma cratera lamacenta que engoliu quase metade do corpo do agente junto com o punho da criatura. A única coisa que permitia Dévor viver era o facto dele estar vestindo a armadura, caso contrário ele seria reduzido a uma poupa de carne e sangue. Okun e Kollat aproveitam a brecha para atacarem em conjunto a criatura. Os dois agentes trocaram um rápido olhar em meio à tensão, entendendo sem palavras que a única chance era um ataque corpo a corpo. As armas convencionais já tinham provado ser inúteis. O monstro regenerava-se rápido demais. Então, com um comando mental, eles ativaram as lâminas ocultas acopladas nos antebraços da FX Ultra. O som metálico ecoou alto — CHAK! — quando as lâminas longas e afiadas deslizaram para fora. Planc cambaleava ainda atordoado, o som do grito supersônico ecoando como um zumbido constante dentro do capacete. Sua visão oscilava, mas os sistemas de estabilização da FX Ultra corrigiam os movimentos, impedindo que caísse de novo. Um indicador piscava no visor, sem danos críticos. A armadura havia absorvido o impacto que, em condições normais, teria despedaçado ossos e estourado órgãos. Com um rugido abafado de determinação, ele acionou os propulsores e o corpo foi lançado para cima. Do outro lado, Okun avançava como um míssil humano, os propulsores no máximo. Sua lâmina estava erguida, apontada diretamente para o gigantesco olho da criatura, que brilhava em meio ao rosto deformado com um ódio animalesco. O plano era simples: cegar JF-46, quebrar seu senso de orientação, abrir caminho para um contra-ataque decisivo. Mas o monstro antecipou o movimento. Num gesto abrupto e aterrador, a outra mão, maior que um carro inteiro, moveu-se com velocidade impossível para o tamanho colossal. Os dedos ossudos e cobertos por músculos pulsantes fecharam-se ao redor de Okun no exato instante antes da lâmina perfurar o globo ocular. O impacto foi devastador. Okun sentiu o corpo ser comprimido como se fosse apanhado por um torno de aço. Alarmes dispararam dentro do visor, alertando para a pressão extrema nas juntas da armadura. Ele tentou girar o braço, forçar a lâmina contra os dedos da criatura, mas não havia espaço,  estava completamente imobilizado. Os propulsores ainda rugiam, tentando libertá-lo, mas apenas faiscavam contra a palma monstruosa, iluminando o aperto sufocante com jatos azuis. No interior da FX Ultra, Okun lutava para respirar, ouvindo o metal ranger e a energia drenando em alarmes vermelhos. Lá de cima, Planc testemunhava a cena ao voltar ao combate. Kollat por outro lado atingia o olho da criatura, rasgando e fazendo sangue jorrar. A lamina perfurava, cortava e dilacerava o globo ocular de JF-46.O impacto foi brutal. JF-46 emitiu um rugido ensurdecedor, um som que reverberava pelas árvores e ondas do lago próximo, sacudindo o ar e fazendo os agentes próximos se desequilibrarem. O golpe foi suficiente para que a criatura perdesse momentaneamente o controle de seus movimentos, a mão que pressionava Dévor contra o solo afrouxou, liberando o agente. O agente utilizou os propulsores para escapara daquela prisão e em seguida recou alguns metros para trás. Contudo Okun ainda estava preso e após o choque de dor a pressão ficou muito maior. Planc utilizou o seu lazer para tentar acertar o outro do monstro, mas JF-46 utilizou a mão que segurava o agente Okun para bloquear o ataque. Com uma mão ele bloqueava e com a outra ele tentava atacar Kollat, mas o agente rapidamente voava para longe. Dévor e Kollat juntavam-se a Planc e com os seus lasers eles começavam a tentar perfurar o outro do monstro. JF-46 já não se regenerava como antes e os danos que sofria ficavam marcados permanentemente. Os três lasers combinados lentamente perfuravam os músculos da criatura. JF-46 começa a abrir novamente a boca e energia começa-se a reunir nas suas cordas vocais. Os três agentes sabiam que aquele ataque era perigoso e caso fossem atingidos poderiam ficar gravemente feridos. Planc e Dévor decidem-se dispersar para não serem atingidos em cheio ,mas então um Kollat decidiu fazer uma jogada arriscada. O agente ativa a lamina do outro antebraço, ficando agora com uma lamina acoplada em cada braço e decide encarar o ataque de frente. Dévor e Planc ao perceberem que Kollat ainda não se havia afastado da linha de perigo, logo se desesperaram. Antes mesmo da criatura lançar o seu ataque, o avanço de Kollat era quase uma borragem cinética. Impulsionado pelos propulsores da armadura, ele girava com velocidade impressionante, transformando seu corpo em um redemoinho de lâminas reluzentes que cortavam o ar. Cada giro era calculado com precisão mortal, mirando as lâminas diretamente no rosto de JF-46 A criatura, percebendo o ataque, ergueu as mãos da própria face e soltou seu grito ultrassônico com potência devastadora. O som reverberou pelo pântano, distorcendo a vegetação ao redor e criando ondas de pressão que poderiam ter lançado qualquer homem comum a metros de distância. Kollat, porém, estava firme, os propulsores da armadura operavam na potência máxima, mantendo-o no ar e compensando o impacto brutal da onda sonora. Mesmo assim, o agente sofreu danos ,os tímpanos não resistiram totalmente e o som rompeu parte de sua percepção auditiva, martelando sua cabeça como um tambor. Ainda assim, Kollat avançou. Sua força centrífuga e impulso combinado permitiram que ele penetrasse diretamente na boca da criatura, empalando seu corpo até atravessar o interior de JF-46. As lâminas cortavam carne e músculos internos, perfurando estruturas vitais com precisão cirúrgica. O agente havia conseguido atravessar o interior da boca de um lado ao outro, saindo pela parte de trás da cabeça da criatura. Após o ataque brutal, Kollat despencou do ar, sua armadura completamente danificada e sem sistemas de propulsão funcionando, o agente estava completamente inconsciente após levar com o ataque da criatura de frente. O corpo do agente caiu pesadamente sobre o solo lamacento do pântano, criando uma cratera superficial ao impactar. JF-46, por sua vez, liberou Okun, incapaz de manter a força para continuar segurando o agente. A criatura começou a cair, os músculos haviam desligado. Planc e Dévor, percebendo a situação de Kollat, aproximaram-se rapidamente para ajudá-lo, arrastando-o para um local mais seguro, longe da linha de combate. Enquanto isso, JF-46 começava a encolher, seu tamanho descomunal reduzindo gradualmente até alcançar a forma original. Okun, que ainda estava quase intacto graças à proteção da armadura, observou a transformação e rapidamente retomou a perseguição da criatura, mantendo a atenção em cada passo para evitar surpresas. Planc e Dévor permaneceram atentos ao redor de Kollat, garantindo que nenhum outro perigo inesperado surgisse enquanto cuidavam do colega ferido. JF-46 afundava lentamente nas águas escuras do lago, seu corpo gigantesco mergulhando sob a superfície enquanto ondulações se espalhavam por toda a extensão da água. À medida que desaparecia, a criatura voltava gradualmente ao tamanho original, suas proporções reduzindo-se de forma quase sobrenatural. A pele rasgada começava a se fechar, cortes e queimaduras se regeneravam, e músculos antes fatigados reassumiam firmeza, sinalizando que a criatura estava recuperando suas forças rapidamente. O lago, que momentos antes tinha sido palco de um impacto devastador, estava agora calmo, apenas com pequenas ondulações traçando o movimento da criatura submersa. Antes que JF-46 pudesse emergir novamente ou reagir à situação, Okun aproveitou a oportunidade. Movendo-se com precisão e velocidade, o agente acionou os propulsores de sua armadura, deslizando sobre a água até alcançar a criatura. Em um movimento firme e controlado, Okun agarrou JF-46 pelo pescoço, seus braços protegidos e fortalecidos pela armadura, e com força suficiente para dominar a criatura, puxou-a para fora da água, impedindo que ela se regenerasse completamente sem controle. A superfície do lago explodiu em água e respingos, enquanto a criatura se debatia, tentando recuperar a posição. Mas a presença de Okun e a força da armadura mantinham JF-46 contida, permitindo que os agentes começassem a planejar os próximos passos da contenção com alguma segurança. O lago estava coberto por uma névoa leve, refletindo os últimos raios de sol que penetravam pelas árvores do pântano. JF-46, ainda lutando contra o aperto firme de Okun, espirrava água por todos os lados com seus movimentos desesperados. Mas a força da armadura e a experiência do agente tornavam qualquer tentativa de fuga inútil. Ao fundo, o avião de contenção da Fundação aproximava-se com precisão cirúrgica, suas turbinas cortando o ar com um zumbido profundo. A aeronave se posicionou exatamente acima do lago, pairando com estabilidade graças aos sistemas de sustentação avançados. O escotismo tático da Fundação permitia que a operação fosse executada sem qualquer margem de erro. Okun, ajustando a postura e segurando JF-46 com firmeza, ativou os propulsores da armadura. Com movimentos calculados, ele voou em direção à rampa de carga traseira do avião. A criatura, ainda soltando gritos abafados, era agora completamente controlada pela força de Okun. Cada passo em direção à aeronave era meticuloso, evitando que o peso da criatura ou movimentos bruscos comprometesse o equilíbrio do agente. Ao alcançar a rampa, Okun entrou dentro do avião e uma cela de contenção provisória estava pronta para receber a criatura. Okun apenas abre a porta da cela e atira JF-46 para dentro. A criatura bufava, batia contra as grades, mas estava finalmente contida. Com JF-46 contido, Okun se afastou, respirando fundo, enquanto o avião subia lentamente, levando a criatura de volta para uma base segura da Fundação, encerrando assim a operação com sucesso, embora marcada por perdas e destruição. Algumas horas haviam se passado desde que JF-46 fora finalmente contido e transferido para a nova cela de contenção na instalação da Fundação. O espaço era vasto e projetado para replicar com precisão o bioma do pântano, garantindo que a criatura se mantivesse em um ambiente próximo do seu habitat natural, mas totalmente isolada. Áreas lamacentas serpenteavam pelo chão, pequenas ilhas de vegetação surgiam entre águas rasas, cipós pendiam do teto estrutural e raízes emergiam do solo irregular. A iluminação artificial reproduzia a penumbra do pântano, e a umidade controlada fazia o ar cheirar à vegetação molhada, criando um espaço que, embora seguro, ainda parecia vivo e ameaçador. Dentro da cela, JF-46 se movia com cautela, testando os limites das barreiras reforçadas e das grades energéticas que o separavam dos observadores. Seus olhos negros examinavam cada canto, cada canto era explorado com movimentos lentos e calculados. O corpo da criatura, agora do tamanho original, regenerado e saudável, percorria o ambiente com agilidade impressionante, mas sem atacar, demonstrando que ainda estava ciente do confinamento. Do lado de fora, os cientistas monitoravam cada movimento da criatura através de paredes de vidro reforçado e de telas de vigilância com sensores de calor, câmeras de alta resolução e medidores de frequência cardíaca. Cada gesto, cada pequeno teste das barreiras, era registrado e analisado. A equipe observava sinais de curiosidade, avaliação do espaço e testes de força, cientes de que, mesmo contida, JF-46 permanecia uma anomalia extremamente perigosa. O ambiente controlado permitia estudos precisos: análises comportamentais, padrões de movimentação, respostas a estímulos e possíveis adaptações ao confinamento. Cada detalhe era fundamental para compreender a criatura, prever suas reações e garantir que, dentro da instalação, permanecesse segura para a equipe e para qualquer futuro estudo.

  

Notas: JF-46 é uma das três divindades do pântano, tendo por sua vez capacidades muita acima das humanas. A criatura transformou o pântano num terreno de guerra repleto de armadilhas e armamento militar. A criatura aparentemente existe desde a época idade média e muitos dos seus equipamentos são da segunda guerra mundial. Não se sabe como é que a criatura tem posse de tantas armas e equipamentos de guerra mas uma das opções é que algum avião de carga da segunda guerra mundial tenha caído naquele pântano. JF-46 tem várias habilidades diferentes, entre elas a capacidade de imbuir o espirito da natureza nas suas armas, tornando-as mais fortes do que realmente são, contudo essa habilidade só pode ser posta em prática no pântano. Testes já foram realizados com a criatura, onde os cientistas deram o mesmo modelo de armas que o JF portava no pântano e um classe-c vestindo o uniforme dos agentes foi colocado como alvo. A conclusão foi que as balas não ultrapassaram o colete e nem mesmo o capacete. A criatura também tem a habilidade de se regenerar dentro das águas do pântano. JF-46 é um dos JF.s mais resistentes da fundação, tento a capacidade de sobreviver com 75% do seu corpo danificado. Dentro de água os seus atributos físicos são aprimorados a 100%. A criatura também a sua ultima carta na manga, tendo a capacidade de aumentar de tamanho até se transformar num verdadeiro colosso, contudo essa habilidade também só pode ser utilizada nas águas do pântano. Como já referi antes JF-46 é uma das divindades do pântano. A fundação descobriu isso após uma expedição realizada no pântano dias depois de JF-46 ter sido contido. Os agentes encontraram um gruta cujo o comprimento era de 3 km. Uma de exploração foi acionada e uma das primeiras coisas que os agentes notaram foi a quantidade de símbolos indecifráveis espalhados pelas paredes da gruta. Após minutos de exploração os agentes chegaram num espaço mais espaçoso. Lá dentro havia ainda mais símbolos desconhecidos e um altar venho e apodrecido. Atrás do altar havia desenhos de três figuras, duas com o corpo humanoide e uma com o corpo mais animalesco. Ao lado dos desenhos das três figuras estava escrito um texto. As palavras eram escritas com uma língua antiga o Sumério. O texto dizia: " Oh.... as três divindades..... três divindades de tudo o que acima de nós rodea, só suas ordens têm lei. Cada uma de vós terá a destinação de acordar o povo que aqui adormeceu e logo o governará "      

Relatório: Descrição Geral:

JF-46 é uma entidade classificada como uma das três "divindades do pântano", apresentando capacidades físicas e cognitivas substancialmente superiores às humanas. A criatura demonstrou transformar o ambiente do pântano em um terreno de guerra, adaptando-o com armadilhas e armamentos militares históricos.

Histórico e Equipamentos:
Evidências indicam que JF-46 existe desde a Idade Média. A criatura possui armamentos de origem incerta, incluindo equipamentos datados da Segunda Guerra Mundial. Hipóteses iniciais sugerem que parte deste arsenal pode ter se originado de um avião de carga da época que caiu na região do pântano.

Habilidades Anômalas:

  1. Imbuimento de Armas: Capacidade de fortalecer armas por meio de interação com o espírito da natureza local, potencializando seu poder. Esta habilidade é restrita ao ambiente natural do pântano.

  2. Regeneração Aquática: Capacidade de regenerar tecidos e restaurar atributos físicos ao máximo quando submersa nas águas do pântano.

  3. Resiliência Física: Sobrevive a danos de até 75% de seu corpo.

  4. Ampliação Colossal: Pode aumentar seu tamanho a níveis colossais, porém esta habilidade também é restrita ao ambiente aquático do pântano.

Testes e Observações:

  • Experimentos com réplicas de armamentos utilizados por JF-46 indicaram que projéteis imbuídos com sua energia não perfuraram coletes ou capacetes de agentes classe-C.

  • Dentro de água, atributos físicos da criatura são aumentados a 100%, tornando-a altamente perigosa e resistente.

Descobertas Arqueológicas Associadas:
Durante expedição posterior à contenção de JF-46, agentes identificaram uma gruta com aproximadamente 3 km de extensão. Observações relevantes:

  • Presença de símbolos indecifráveis ao longo das paredes.

  • Altar antigo, parcialmente apodrecido, acompanhado por inscrições em língua suméria.

  • Representações gráficas de três figuras: duas humanoides e uma de aparência animal.

  • Tradução preliminar das inscrições:

"Oh... as três divindades... três divindades de tudo o que acima de nós rodeia, só suas ordens têm lei. Cada uma de vós terá a destinação de acordar o povo que aqui adormeceu e logo o governará."

Conclusão:
JF-46 apresenta risco extremo devido à combinação de habilidades anômalas, força sobre-humana e ligação direta ao ecossistema do pântano. A descoberta arqueológica sugere uma dimensão cultural e histórica relevante, indicando que JF-46 integra um grupo de entidades consideradas divindades locais, com influência direta sobre a região e possível ligação a fenômenos históricos não documentados.

Contenção: Descrição da Cela:

A cela de contenção de JF-46 foi projetada para simular o ambiente natural do pântano de origem da criatura, garantindo condições ideais para limitar seu comportamento agressivo enquanto permite observação científica. Características principais:

  • Dimensões: A cela possui 40 metros de comprimento, 25 metros de largura e 15 metros de altura, permitindo mobilidade completa para a criatura sem comprometer a segurança.

  • Ambiente Simulado: Inclui um lago artificial de grande profundidade, áreas de lama, vegetação densa, cipós, troncos submersos e pequenos arbustos, reproduzindo fielmente o ecossistema do pântano. A temperatura, umidade e composição da água foram calibradas para otimizar a regeneração natural de JF-46, reduzindo estímulos de estresse.

  • Estrutura: As paredes e o piso da cela são construídos com uma liga reforçada de titânio e polímeros avançados, capaz de suportar impactos e ataques de força bruta. Redes de sensores monitoram pressão, vibração, movimento e presença de calor em tempo real.

Métodos de Contenção:

  1. Força Física e Limitação de Movimento:

    • Barreiras hidráulicas móveis podem se erguer para limitar a movimentação da criatura quando necessário, sem feri-la.

    • Estruturas submersas reforçadas restringem saltos ou ataques diretos ao perímetro da cela.

  2. Sistema de Monitoramento e Controle:

    • Sensores térmicos, de pressão e de movimento rastreiam cada ação da criatura, permitindo que operadores antecipem padrões de ataque.

    • Sistema de câmeras 360° em alta resolução fornece visão completa do interior da cela.

  3. Contenção Energética:

    • Redes de descargas elétricas de baixa frequência podem ser ativadas em casos de agressão direta, incapacitante temporariamente a criatura sem causar danos permanentes.

    • A energia é calibrada para funcionar em harmonia com o ecossistema simulado, evitando alterações físicas bruscas que possam induzir comportamento extremo.

  4. Procedimentos de Segurança Operacional:

    • Entrada e saída de pessoal controladas através de câmaras de segurança dupla com portas automáticas e sistema de descontaminação. 

    • Equipamentos de manipulação remota (braços robóticos e drones subaquáticos) permitem  interação com a criatura sem contato humano direto. 

Método de Alimentação – JF-46

  • Sistema de Distribuição: A alimentação da criatura é realizada por um sistema automatizado que minimiza o contato humano direto. Braços mecânicos resistentes à água e vegetação simulada posicionam a comida em pontos estratégicos da cela.

  • Dieta: Baseada em proteína de origem animal, suplementada com nutrientes específicos que replicam a composição biológica do pântano original da criatura. Isso mantém a regeneração e capacidade física em níveis máximos.

  • Frequência: A alimentação ocorre três vezes ao dia, com porções calibradas para manter o metabolismo ativo sem causar agressividade excessiva.

  • Monitoramento: Sensores na área de alimentação detectam a posição e movimentos de JF-46, permitindo ajustes automáticos do fornecimento para evitar confrontos ou acidentes.

Protocolos de Contenção em Caso de Fuga

  1. Detecção Imediata:

    • Sensores de movimento, pressão e calor disparam alertas automáticos caso JF-46 ultrapasse os limites da cela.

    • Sistemas de vídeo e monitoramento em tempo real rastreiam a posição da criatura.

  2. Isolamento do Setor:

    • Portas de contenção secundárias se fecham automaticamente, isolando corredores e áreas adjacentes para impedir fuga em larga escala.

    • Barreiras hidráulicas e grades móveis são ativadas para conter a criatura em setores específicos.

  3. Neutralização Temporária:

    • Redes de descargas elétricas e campos de energia podem ser acionados para paralisar a criatura temporariamente, limitando sua mobilidade sem causar danos permanentes.

    • Armas de projétil não letal de alta potência são disponibilizadas à equipe de intervenção, incluindo dardos sedativos especialmente calibrados.