JF-4 Rei Aranha

Nome: ----
Apelido dado: "Rei Aranha"
Idade: ------
Aparência: Cabeça e tronco humanoides: O rosto é grotesco, com uma expressão ameaçadora. Possui olhos grandes e brilhantes de cor vermelha, que se destacam intensamente no ambiente escuro. A boca está escancarada, exibindo dentes afiados e irregulares, como os de um predador. Corpo musculoso e esquelético: O tronco tem uma aparência musculosa e seca, com costelas visíveis, sugerindo uma criatura forte, mas faminta ou em decomposição. Membros híbridos: Os braços são longos e finos, com mãos que lembram garras humanas, enquanto a parte inferior do corpo é completamente aranhóide, com várias pernas de aranha saindo da cintura para baixo. Abdômen de aranha: Na parte de trás, a criatura tem um grande abdômen esférico, típico de uma aranha, com uma marca vermelha em forma de ampulheta, semelhante à da viúva-negra, uma aranha venenosa. Pele escura e brilhante: A pele tem uma textura brilhante, quase como quitina de inseto, e é de um tom escuro, quase negro.
Altura: 1,80
Regime alimentar: Carnívoro
Contenção: sim
Vítimas passadas: 10000+
Habilidades:
Relato:
O despertador tocou pouco depois das seis da manhã, enchendo o quarto com um som abafado que logo foi silenciado pela mão de Naten. Ele piscou os olhos devagar, acostumando-se à penumbra que ainda preenchia o espaço. Ao virar a cabeça, encontrou sua esposa ainda adormecida, serena, respirando profundamente. Inclinou-se com cuidado, depositando um beijo suave em sua testa antes de se levantar. O chão frio fez seus pés se contraírem por um instante, mas o hábito o levou direto até a cozinha. A rotina se repetia como todos os dias: preparar o café, aquecer o pão e comer rapidamente, sempre com o pensamento no trabalho que o esperava. Não havia muito tempo para contemplações. Assim que terminou, recolheu os pratos, deixou tudo em ordem e subiu para vestir-se. A roupa já o aguardava separada, simples e prática, pronta para enfrentar mais um turno. Poucos minutos depois, já estava no carro. O silêncio da rua era cortado apenas pelo motor e pelo vento que agitava as árvores. Para tornar a viagem menos monótona, colocou um podcast sobre mistérios e fenômenos inexplicáveis. Apesar de não acreditar na maior parte do que era narrado, achava curioso ouvir as histórias, ainda mais aquelas que falavam sobre criaturas e mortes inexplicáveis. A dúvida permanecia em sua mente: como algo tão terrível poderia acontecer sem ganhar espaço nas notícias? Enquanto dirigia, o céu começava a clarear, tingindo-se de tons suaves que anunciavam o nascer do sol. O celular vibrou no banco ao lado, exibindo uma mensagem da esposa que ainda permanecia em casa. O conteúdo lembrava-o da aproximação do Natal e dos planos em família, incluindo a promessa de escolher os presentes para o filho, Timo, que completara onze anos recentemente. O pensamento aqueceu seu coração por alguns segundos, suavizando o peso do cotidiano. Às seis e quarenta e cinco, Naten estacionou diante do shopping. O reflexo dos faróis misturava-se às luzes artificiais que já iluminavam a entrada principal. Pessoas começavam a circular, funcionários se apressavam para abrir as lojas, e o ambiente ganhava vida pouco a pouco. Foi então que cruzou o olhar com Mike, seu colega de trabalho, que se dirigia ao estacionamento. O rosto de Mike denunciava o cansaço de um turno noturno, os passos pesados e o corpo inclinado para frente. Mike ao se aproximar de Naten diz.....
Mike: "Olá Naten, tudo bem?"
Naten: "Olá meu. Sim tudo bem, e contigo?"
Mike: "Bem, mais ou menos. Eu passei a noite toda a ouvir barulhos vindos das tubulações. Estava escuro para cacete e eu não tive coragem para ir ver do que se tratava. Agora que está mais claro, podes ir tu."
Naten: "Tiveste mesmo medo de ir tirar algum rato da tubulação."
Mike: "Eu… tenho certeza que não era um rato. O barulho que aquilo fazia era demasiado alto e, para piorar, não importava para onde eu ia, pois aquela coisa sempre me seguia pela tubulação."
Naten: "É estranho, eu vou já ver o que é isso."
Mike: "Tens que ser rápido. Olha que o Shopping abre às 7."
Naten: "Não te preocupes. Não vou demorar."
Os dois colegas despediram-se e seguiram caminhos opostos. O silêncio do shopping ainda fechado envolvia o ambiente, interrompido apenas pelo som dos passos de Naten ecoando no piso encerado. Ele seguiu em direção a um corredor reservado apenas para funcionários, onde a iluminação fraca das lâmpadas fluorescentes criava um tom pálido nas paredes. Do bolso retirou a chave metálica, já marcada pelo uso diário, e encaixou-a na fechadura da porta. O clique ecoou baixo, mas suficiente para quebrar a quietude do lugar.
Ao abrir, encontrou-se mais uma vez com a sala familiar, sempre igual a cada início de turno. O espaço era estreito, sem janelas, com o cheiro constante de poeira e desinfetante. As paredes eram ocupadas por fileiras de cacifos azuis gastos pelo tempo, cada um marcado por arranhões e pequenas manchas de ferrugem. Alguns bancos de madeira, ligeiramente bambos, completavam o ambiente. Naten aproximou-se de seu cacifo e, com movimentos automáticos de quem repetia a mesma rotina todos os dias, abriu-o. Retirou a farda dobrada, o walkie-talkie de uso diário e o taser de emergência. Sentou-se em um dos bancos e começou a vestir-se com calma, ajustando a camisa, prendendo o cinto e verificando a bateria do equipamento. Por alguns instantes, deixou-se envolver pela monotonia da rotina, quase como se nada de anormal pudesse acontecer naquele dia. Assim que terminou, fechou o cacifo, trancou-o novamente e deixou a sala, girando a chave até ouvir o estalo firme da fechadura. Verificou o relógio no pulso. Eram seis horas e cinquenta e oito minutos. O tempo corria mais rápido do que percebera. Com passos acelerados, subiu as escadas de serviço em direção ao terraço, sentindo a respiração tornar-se mais pesada pela pressa. Ao empurrar a porta que dava acesso ao topo do edifício, o ar frio da manhã bateu contra seu rosto. O céu ainda mantinha o tom acinzentado do nascer do sol, iluminando fracamente as superfícies de concreto. Seguiu em direção à tubulação, o local que deveria estar protegido pela grade metálica removível. Mas, ao aproximar-se, notou imediatamente que algo estava errado. A grade havia desaparecido. No lugar dela, um buraco irregular tomava a entrada da tubulação, como se algo tivesse forçado sua passagem. O metal em torno da abertura estava deformado, com marcas de pressão e arranhões profundos. A ausência da estrutura deixava claro que não fora apenas removida, mas sim rompida. Naten permaneceu imóvel por alguns segundos, encarando aquela escuridão que parecia respirar de dentro do túnel. Um pensamento incômodo surgiu em sua mente: aquilo não era obra de ferramentas humanas. Algo havia feito daquele espaço o seu abrigo. A suspeita transformou-se em uma sensação de alerta que o percorreu por inteiro, uma desconfiança de que a tubulação agora escondia mais do que apenas escuridão. Naten retirou o telefone do bolso, destravou a tela e ativou a lanterna. A luz branca, trêmula pela própria respiração pesada do segurança, atravessou a escuridão da tubulação. O que se revelou diante de seus olhos fez o coração acelerar de imediato. O interior estava recoberto por grossas teias de aranha, algumas tão densas que pareciam formar véus brancos, bloqueando parcialmente o caminho. Entre elas, suspensos em pequenos casulos de seda, acumulavam-se ovos de tamanho incomum, dezenas deles agrupados, pulsando levemente como se escondessem algo vivo prestes a se mover. Naten congelou. O ar preso em seus pulmões parecia pesar toneladas. O medo o dominava por inteiro, pois desde a infância carregava uma aracnofobia profunda. A simples visão daquelas formas arredondadas e imóveis dentro da teia provocava-lhe calafrios que percorriam a espinha, forçando seu corpo a recuar um passo involuntário. Seus olhos permaneceram fixos no interior da tubulação, incapazes de se desviar, como se algo ali pudesse saltar a qualquer momento. Três minutos se passaram em absoluto silêncio, o tempo arrastando-se lentamente enquanto o segurança permanecia imóvel. Apenas o som distante da cidade ao redor do shopping, abafado pelo concreto, preenchia o ambiente. Foi somente quando o alarme de seu telefone disparou, vibrando em suas mãos e emitindo um toque estridente, que ele despertou do transe. A tela informava: sete horas em ponto. Inspirou fundo, tentando recuperar o controle. Guardou o celular no bolso e desviou o olhar da tubulação, forçando-se a voltar pelo mesmo caminho. Cada passo que dava em direção às escadas de serviço parecia mais rápido do que o anterior, como se a própria sombra daquele lugar o empurrasse para longe. Ao descer, retirou novamente o telefone e tentou ligar para seu superior, relatando mentalmente o que havia encontrado. Chamou uma vez, depois outra, e mais uma vez. Nenhuma resposta. Apenas o som repetitivo da chamada caindo no vazio. O incômodo crescia em seu peito. Ainda assim, precisava cumprir o protocolo. Ligou a energia do shopping, fazendo com que as luzes fluorescentes ganhassem vida de forma gradual, iluminando os corredores antes silenciosos. Logo em seguida, destrancou as portas de entrada, permitindo o acesso ao interior. Pouco depois, começaram a chegar os primeiros funcionários dos estabelecimentos internos. Suas vozes e passos trouxeram de volta um ar de normalidade ao espaço, como se nada de estranho tivesse acontecido momentos antes. Naten tentou manter-se ocupado, mas a inquietação não o abandonava. A cada trinta minutos, religiosamente, tentava novamente entrar em contato com o chefe. Todas as tentativas caíam sem resposta, até que, finalmente, às nove horas e quarenta e dois minutos, a ligação de retorno aconteceu. A voz do superior do outro lado, questionando sobre as inúmeras chamadas, rompeu a barreira de silêncio e trouxe de volta a tensão acumulada.
Jhones: "Naten estiveste as últimas horas a ligar para mim. O que se passa?"
Naten: "Eu..eu…eu vi um ninho enorme de aranhas na porra da tubulação. Preciso que o senhor ligue rápido para uma equipa de desinfestação."
Jhones: "Calma... calma.... Explica melhor o que está a acontecer..."
Naten: " Senhor.. eu preciso que você venha aqui. "
Jhones: " O que aconteceu contigo rapaz? Estás a parecer nervoso. "
Naten: " Tem uma grande infestação de aranhas na tubulação "
Jhones: "Ok..ok... acalma-te, eu vou ai ter para ver isso e depois podemos ligamos para uma equipa de exterminação de pragas. "
Naten aguardava no terraço, inquieto, olhando para o relógio a cada minuto. O silêncio da manhã tornava cada segundo mais arrastado, até que, após longos vinte e seis minutos, passos firmes ecoaram pela escada metálica. Jhones surgiu, com expressão cansada, aproximando-se do segurança.
Jhones: "Então garoto, bom dia."
Naten: " Bom dia.... "
Jhones: Onde está a infestação?
Naten aponta para onde estava a infestação e ambos seguiram até o buraco. A estrutura metálica da tubulação parecia mais frágil, e as teias que se estendiam pela entrada tremulavam levemente com o vento. Jhones se aproximou e apontou a lanterna para dentro. A luz percorreu o interior, revelando o emaranhado denso de fios brancos e ovos que pulsavam como se estivessem vivos. Naten manteve-se imóvel, com o corpo rígido, enquanto o chefe inclinava-se para ver melhor. Um deslize. A lanterna escapou das mãos de Jhones e caiu no interior, quicando contra as paredes metálicas até parar no fundo. A luz permaneceu acesa, iluminando com clareza o que antes estava oculto. Foi então que a criatura se revelou. Uma forma humanoide, retorcida, recoberta por fios de seda e fragmentos de casulos rompidos, erguia-se lentamente no fundo da tubulação. Seus olhos vermelhos refletiram a luz, fixando-se diretamente nos dois homens à beira da abertura. O ar pareceu pesar, e por um instante ambos ficaram paralisados sob aquele olhar profundo. Num salto súbito, a criatura atravessou a distância e agarrou o braço de Naten com garras afiadas. O choque fez o corpo do segurança estremecer, e o impacto quase o arrastou para dentro. Jhones reagiu com violência, empurrando o ser com o ombro, lançando-o de volta para o buraco. O monstro caiu, mas não permaneceu lá por muito tempo. Em um movimento ágil, voltou a escalar, subindo novamente pela tubulação. O som dos seus membros arranhando as paredes ecoava como um arrastar de lâminas. Naten e Jhones recuaram, correndo em direção à saída do terraço, enquanto atrás deles o salto da criatura reverberava como um trovão prestes a alcançá-los.No entanto, antes que Naten pudesse alcançar a saída do terraço, a criatura humanoide desferiu um ataque brutal. Uma das garras perfurou o peito de Jhones, que caiu de joelhos, contorcendo-se em agonia. Sangue escorria pela boca do chefe, misturado com pequenas aranhas que se espalhavam rapidamente pelo chão e pelo corrimão. A criatura, sem hesitar, puxou Jhones ainda vivo de volta para dentro do buraco, desaparecendo na escuridão da tubulação. O terror se espalhou com rapidez pelo segundo andar do shopping. Naten correu, os passos ecoando no piso frio, quando percebeu aranhas saindo das ventilações e caindo sobre as pessoas que passavam desprevenidas. A multidão entrou em pânico. Gritos e correria preenchiam o ambiente enquanto o veneno das aranhas se espalhava, causando convulsões e desespero nos infectados. Naten desviava de mesas tombadas e das pessoas que já começavam a sucumbir às mordidas. Sempre que pisava, esmagava aranhas que tentavam agarrar seus pés, mas o som das pequenas criaturas esmagadas parecia apenas intensificar o caos ao redor. Ele finalmente alcançou a porta de saída, mas foi impedido por um homem que, completamente infectado, agarrou sua perna, derrubando-o no chão. Feridas abertas na face do homem deixavam aranhas escaparem de seu corpo, rastejando freneticamente. Naten, em pânico e sem alternativa, disparou seu taser contra a cabeça do homem, que caiu inconsciente. Respirando com dificuldade, Naten correu para o estacionamento, cada passo pesado ecoando em meio aos gritos e aos estalos das aranhas esmagadas. Ele entrou em seu carro e, tomado pelo medo e pelo nojo, vomitou no chão do veículo. Enquanto lutava para controlar a respiração, uma mulher infectada apareceu do nada, batendo na janela do carro com força suficiente para fazer o vidro trincar. Tremendo, Naten girou a chave na ignição e arrancou com violência, acelerando pelas ruas do shopping em direção a casa, deixando para trás o horror que se espalhava sem controle.Enquanto Naten acelerava pela estrada deserta, um frio percorria sua espinha. O telefone permanecia morto, sem sinal, e o rádio do carro apenas emitia estática. À frente, um carro estava parado no meio da estrada, imóvel, silencioso. Era um veículo discreto, de aparência quase furtiva, refletindo a luz fraca da manhã em seu metal escuro. Naten desviou, mantendo distância, mas o coração batia acelerado. Acima dele, helicópteros cortavam o céu, suas luzes oscilando entre prédios e ruas. O som surdo das hélices ressoava longe, como um lembrete ameaçador de que algo muito maior estava acontecendo na cidade. Cada sombra, cada reflexo nos vidros do carro, fazia Naten apertar ainda mais as mãos no volante, a sensação de isolamento e vulnerabilidade crescendo a cada quilômetro percorrido. O cenário à sua volta parecia estranho, quase apocalíptico: ruas desertas, carros suspeitos, alguns com portas abertas, como se as pessoas tivessem fugido em pânico. Naten sentia que não podia confiar em ninguém, e que a criatura, ou o que quer que estivesse solto na cidade, ainda podia estar seguindo seus passos.
Naten: "Que porra de dia é este?"
O rádio do carro, que até então permanecia mudo, estala e uma voz firme, porém serena, preenche o interior do veículo. "Olá. Não se assustem. Se estão a ouvir isto, é porque alguma coisa fora do comum já aconteceu na cidade. Nenhum meio de comunicação digital funcionará neste momento. Este efeito é temporário, não tentem lutar contra ele. Se viram algo estranho, algo que desafie a lógica… não fujam. A cidade está cercada, uma fronteira temporária impede a entrada e saída de pessoas. É essencial que permaneçam nos vossos lares. Fechem portas, bloqueiem janelas, e aguardem por novas instruções. Todo o resto será comunicado no tempo certo. Sigam estas orientações e estarão seguros. Obrigado." Naten, tenso, apertava o volante. As palavras ecoavam em sua mente, cada frase reforçando a sensação de confinamento. As ruas desertas e os helicópteros sobrevoando a cidade pareciam confirmar que ele estava, de fato, preso. Cada sombra que surgia nas janelas dos prédios parecia carregar um aviso silencioso: não havia para onde correr. A única opção era obedecer. Ir para casa, trancar-se e esperar. Mas, enquanto conduzia, Naten não conseguia se livrar da sensação de que algo mais, invisível e atento, observava cada um de seus movimentos.
Naten dirigia a toda velocidade, os olhos alternando entre a estrada e o retrovisor, procurando por qualquer sinal de perigo. O coração batia descompassado, cada batida martelando na cabeça. As mãos seguravam firme o volante, enquanto o carro percorria ruas desertas e parcialmente destruídas, espalhadas com restos de vidro e marcas de pneus queimados. Ao avistar a casa à frente, Naten freou bruscamente, o carro derrapando levemente sobre o asfalto. Desligou o motor, sentindo o silêncio pesado da noite ao seu redor. Saiu do veículo correndo, cada passo ecoando na calçada. Quando chegou à porta, bateu com força, a palma da mão reverberando pela madeira, quase como se estivesse batendo em seu próprio peito. Seus olhos, aflitos, buscavam qualquer sinal de vida através da porta fechada. Sete, oito, nove… dezessete segundos passaram. Finalmente, a porta se abriu. Nanci estava ali, os olhos fixos nele, uma mistura de alívio e preocupação estampada no rosto. Atrás dela, Timo surgia, igualmente alerta, observando cada movimento do pai. Sem palavras, os três se abraçaram rapidamente, um abraço apertado e urgente, carregado de medo, alívio e tensão. Em seguida, entraram na casa, fechando a porta com firmeza, cada estalo do trinco soando como uma barreira contra o caos que se espalhava lá fora. Naten respirava fundo, tentando acalmar o coração ainda acelerado, enquanto lançava olhares rápidos para a família, garantindo que todos estavam bem.Naten contou cada detalhe, do caos no shopping às aranhas e à criatura humanoide, enquanto Nanci ouvia em silêncio, absorvendo cada palavra com expressão séria e olhos atentos. Quando ele terminou, o clima pesado pairou sobre a casa. Sem perder tempo, decidiram barricar todas as janelas e portas, usando móveis e tábuas improvisadas para criar uma barreira segura contra o que pudesse surgir do lado de fora. Na cave, Naten encontrou um revólver antigo e uma caixa cheia de balas. Ele entregou o taser a Nanci e pegou o revólver para si, sentindo o peso do objeto como uma mistura de proteção e responsabilidade. Com tudo pronto, subiram para o segundo andar, até o quarto do casal. A janela do quarto oferecia uma visão clara do exterior: ruas silenciosas, prédios parcialmente iluminados e, à distância, o ocasional movimento que lembrava que o perigo ainda rondava a cidade. O ar pesado dentro do quarto contrastava com o silêncio do lado de fora, deixando claro que a tranquilidade era apenas temporária. Timo então diz:
Timo: "Pai o que se está a passar?"
Naten: "Eu não sei, mas não saias de perto de nós! Nunca!"
Naten então vê alguns agentes da Fundação Juízo Final a descerem por umas cordas presas num helicóptero.
Naten correu até a porta quando ouviu o estrondo, mas era tarde. O agente, com um movimento seco, arrombou a barricada improvisada. A madeira se partiu em estilhaços, e o barulho ecoou pela casa como um trovão. Naten não conhecia aqueles homens. A presença do agente na sala parecia esmagadora, como se ele fosse dono do espaço. O olhar frio e a arma firme nas mãos cortavam o ar.
Gustav: Onde vocês estão? ( perguntou o agente, a voz grave e sem paciência.
Naten, Timo e Nanci ficaram em silêncio. O medo travava a língua de todos. O agente deu alguns passos pesados, a cada passo o soalho gemia, e começou a vasculhar os cômodos do andar de baixo. Gavetas eram abertas com violência, portas escancaradas, o som de móveis arrastados ecoava.
Gustav: Estou aqui para ajudar vocês. Mas se não colaborarem… a morte vai ser a única coisa que terão. ( disse, sem emoção, enquanto continuava a busca.)
As palavras caíram sobre eles como uma sentença inevitável.
Sem encontrar ninguém, o agente começou a subir as escadas devagar, cada degrau rangendo sob o peso da sua bota. O ar da casa parecia se encher de eletricidade. Quando alcançou o último degrau, Naten surgiu diante dele, trêmulo mas decidido, e disparou a arma diretamente em seu peito. O estampido ecoou ensurdecedor. Por um instante, o agente pareceu realmente surpreso, o corpo dando um leve solavanco. Mas logo olhou para baixo, e Naten também, a bala mal havia atravessado o tecido de seu uniforme. Só uma marca escura se formava, como se nada tivesse acontecido. O agente então avançou. Com brutalidade, agarrou Naten pelos cabelos, arrancando um grito de dor, e o arrastou escada acima. Jogou-o no chão do quarto onde estavam Nanci e Timo, os olhos deles arregalados em pânico. Timo desatou a chorar, soluçando alto. Nanci, em desespero, gritou o nome de Naten, a voz carregada de medo e impotência. O agente, impassível, parecia apenas cumprir um ritual inevitável.
Nanci: "LARGA JÁ O MEU MARIDO!"
Timo: "Solta o meu pai!"
Agente Gustav: "Podem todos se calar?"
Ao terminar sua ameaça, Gustav empurrou Naten com brutalidade, lançando-o para dentro do quarto. Antes que ele pudesse reagir, o agente arrancou a arma de sua mão com um movimento seco, como se estivesse lidando com uma criança indefesa. Sem hesitar, Gustav ergueu outra arma, menor e silenciosa, e disparou dois dardos quase invisíveis. Um atingiu o pescoço de Timo, o outro cravou no ombro de Nanci. O efeito foi imediato: os olhos de ambos se reviraram, os corpos cederam lentamente, e em segundos estavam desmaiados sobre a cama. Naten arregalou os olhos, o coração disparado.
Naten: ( O que você fez?!) ( gritou, a voz embargada entre desespero e raiva.)
Ele avançou instintivamente, tentando socar Gustav no rosto. O punho foi lançado com toda a força que o medo lhe deu, mas o agente desviou-se com um simples movimento de cabeça, quase desdenhoso.
O contra-ataque veio rápido como um trovão: um golpe direto de Gustav no estômago de Naten, que se dobrou de dor, seguido de um empurrão que o fez cair de joelhos. A respiração de Naten falhou, e sua visão começou a embaçar. Gustav observava-o de cima, inabalável, como se toda a cena fosse apenas mais um protocolo cumprido.
Gustav: "Eu vou contar-te uma coisinha."
Naten: "Sai já da minha casa!"
Gustav: "A tua cidade foi alvo de uma das muitas criaturas que habitam este mundo. E eu faço parte de uma Fundação, cujo objetivo é conter essas criaturas."
Naten: "Mas e…"
Gustav: "Espera que eu ainda não acabei. Eu vim para a tua casa para apagar as tuas memórias e as da tua família acerca do ocorrido, mas tenho ordens para te resgatar a ti e à tua família."
Naten: "Resgatar? Como assim resgatar?"
Gustav: "Parece que esta anomalia criou um "exército" de aranhas que matam qualquer ser vivo pela frente e, dentro de uns 16 minutos, eles devem estar a chegar aqui. A minha proposta é ficares aqui para morrer ou tu e a tua família virem comigo e o resto dos agentes para um local mais seguro."
Naten: "Eu não intendo...... porque nos estão a salvar?."
Gustav: "Tem muitas coisas que você não sabe... então qual vai ser?"
Naten: Eu......
Naten olha para a sua mulher e filho por um momento e em seguida encara o agente novamente.
Naten: Eu escolho ir com vocês....
Gustav: Ótima escolha.
Gustav ergueu a voz no meio do caos, ordenando aos companheiros que retirassem a criança e a mulher da casa. A pressa não permitia discussões. Em poucos minutos, ambos foram levados até o helicóptero, onde as hélices já rugiam impacientes. Assim que todos estavam a bordo, o helicóptero subiu, afastando-se lentamente do bairro. Foi então que Naten, ofegante e sujo de poeira, voltou o olhar para baixo. As casas, alinhadas em silêncio sob a luz fraca, permaneciam intactas, fechadas como se guardassem segredos pesados. Nenhuma porta se abriu, nenhuma janela mostrou um rosto conhecido. O estômago dele revirou. Percebeu, com um aperto sufocante no peito, que nenhum dos seus vizinhos havia sido resgatado. As famílias que conhecia, as pessoas com quem crescera, estavam todas ainda lá embaixo — e talvez jamais saíssem. Enquanto o helicóptero ganhava altura, o mundo que ficava para trás parecia se transformar num cemitério vivo, imóvel e silencioso. Naten manteve os olhos fixos nas ruas até não conseguir distinguir mais nada. No íntimo, um pensamento latejava " eles ficaram... e eu escapei."
Naten: "Existiam mais famílias para serem resgatadas."
Agente Luiz: "Só precisávamos de ti. Pelo menos, vão morrer a dormir."
Naten: "Também havia CRIANÇAS."
Agente Yuri: "Nós sabemos…"
Notas: JF-4 é fruto de um experimento realizado pela organização " A Doença ". Não se sabe quem era o " Rei aranha " antes de passar pelo experimento pois quase todas as suas células foram modificadas e é quase impossível identificar quem ele era antes de sofrer as mutações. Muito provavelmente quem comandou o experimento foi o JF-5 mais conhecido como Doctor Mark mas não indícios que tenha sido ele. O que se sabe é que o homem ou mulher que sofreu o experimento teve o seu DNA misturado com o DNA de aracnídeos e após já estar transformado/a o mesmo perdeu a capacidade de racionar como um ser humano comum e passou a ser uma fera selvagem. Parece que a Doença soltou a criatura numa cidade onde lá JF-4 acabou por se esconder na tubulação de um shopping e começou a dar a luz as suas crias, que em menos de algumas horas já estavam a sair dos seus ovos e a atacar os cidadãos da cidade. A criatura reproduziu tanto que a cidade foi tomada por aranhas de tamanho normal porém com um veneno altamente letal e corrosível. As pessoas que eram mordidas pelas aranhas tinham o seu corpo desfeito pelo veneno em menos de 30 minutos. Antes de morrerem as pessoas perdiam os sentidos e começavam a agir como bestas selvagem e caso alguém fosse atacado por uma pessoa infectada e fosse cortada ou mordida a mesma seria também infectada. Quem fosse infectado sentiria uma enorme dor até a hora da sua morte e pequenas aranhas nasceriam dentro dos seus corpos e ao saírem rasgariam a carne e pele da pessoa. A cidade foi tomada por essa infecção e a fundação não teve alternativa a não ser colocar uma cúpula em redor da cidade. Poucos conseguiram ser resgatados de 99.99% dos cidadãos morreram. Após alguns dias a cidade foi coberta por teias e já não era a mesma cidade que era antes. A Fundação enviou 10 equipas de extermínio com equipamentos adequados para lidar com as picadas das aranhas. No final a cidade acabou por ser queimada e JF-4 foi capturado com vida e colado na cela de contenção até aos dias de hoje.
Relatório: Código de Registro: JF-4 – "Rei Aranha"
Classificação: Hostil – Nível de Ameaça 5
Status Atual: Contido – Vigilância de alto risco
1. Sumário
JF-4, conhecido como "Rei Aranha", é o resultado de um experimento da organização criminosa A Doença, envolvendo manipulação genética extrema que combinou DNA humano com DNA de múltiplos aracnídeos. A identidade original da criatura é impossível de determinar devido à modificação celular quase completa. Após a transformação, perdeu qualquer capacidade de raciocínio humano, tornando-se uma fera predatória e instintiva.
2. Origem e Criação
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Organização responsável: A Doença.
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Possível responsável pelo experimento: JF-5 (Doctor Mark), embora não haja provas conclusivas.
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Processo de mutação: fusão de DNA humano com sequências genéticas de diversas espécies de aranhas.
3. Incidente de Infestação Urbana
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Local: cidade não divulgada (classificado).
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Método de introdução: JF-4 liberado pela Doença na área urbana.
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Primeira ação registrada:
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Ocupação do sistema de tubulação de um shopping.
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Reprodução acelerada, com eclosão de crias em poucas horas.
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Efeitos da infestação:
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Aranhas de tamanho comum, porém com veneno altamente letal e corrosivo.
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Veneno provocava dissolução corporal completa em até 30 minutos.
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Antes da morte, vítimas entravam em estado selvagem e podiam transmitir a infecção por mordidas ou cortes.
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Infecção interna: pequenas aranhas nasciam dentro dos corpos das vítimas, emergindo ao romper pele e carne.
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4. Resposta da Fundação
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Contenção inicial: isolamento completo da cidade com instalação de cúpula de quarentena.
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Taxa de fatalidade: ~99,99% dos cidadãos mortos; poucos sobreviventes resgatados.
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Evolução do cenário:
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Cidade coberta por teias após alguns dias.
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Transformação irreversível do ambiente urbano.
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Operação de extermínio:
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10 equipes especializadas enviadas, equipadas contra picadas e veneno corrosivo.
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Erradicação total por incêndio controlado da área.
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5. Captura
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Status pós-operação: JF-4 localizado e capturado com vida.
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Procedimento: transporte para cela de contenção reforçada, com condições específicas para prevenir fuga e reprodução.
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Situação atual: contido, sem incidentes de quebra até o momento.
6. Avaliação de Ameaça
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Nível: Máximo — risco de bioinfestação em larga escala e mortalidade quase absoluta.
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Recomendação:
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Manutenção em isolamento absoluto.
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Interdição imediata de qualquer tentativa de estudo genético sem autorização de nível Alfa.
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Protocolo de extermínio rápido em caso de fuga.
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Relator: Agente S. Moretti
Autorização: Diretor Regional Jonathan Hale
Apêndice Tóxico – Veneno do JF-4
Codinome Interno: Hemotóxico-Corrosivo X-V
Origem: Glândulas modificadas localizadas na região cefálica e no abdômen secundário do JF-4, com ductos conectados diretamente às presas frontais.
Volume Médio por Injeção: ~5 ml por mordida.
Composição e Efeitos
Análises laboratoriais indicam que o veneno do JF-4 não segue padrões conhecidos da toxidade aracnídea natural. Sua estrutura química e biológica foi alterada geneticamente para combinar três funções distintas, resultando em letalidade quase absoluta:
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Ação Corrosiva Imediata
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O contato com tecido vivo provoca liquefação celular em menos de 20 segundos.
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A corrosão ocorre tanto por ataque químico (pH extremamente ácido) quanto por digestão enzimática acelerada, similar à pré-digestão de aranhas comuns.
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Tecidos inertes (metal, tecido sintético, vidro) apresentam marcas de corrosão, embora em ritmo mais lento.
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Efeito Neurotóxico
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Penetra no sistema nervoso em poucos minutos.
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Provoca convulsões, perda de coordenação motora e um estado de hiperagressividade irracional.
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Inibe a dor, permitindo que a vítima aja violentamente até o colapso total do corpo.
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Propriedade Parasitária
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Contém microlarvas em estágio latente que permanecem inertes até a temperatura interna do corpo hospedeiro estabilizar.
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Após ativação, as larvas começam a se alimentar de fluidos corporais, migrando para órgãos vitais.
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Em até 25–30 minutos, o corpo hospedeiro se rompe parcialmente, liberando dezenas de aranhas juvenis.
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Observações Relevantes
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Nem todas as vítimas se dissolvem completamente antes da eclosão das crias — em alguns casos, hospedeiros parcialmente vivos serviram como ninho temporário.
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Equipamentos padrão de contenção química não impedem a penetração do veneno; é necessário uso de traje experimental com tripla camada isolante e resina antiácida.
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O veneno mantém toxicidade máxima por até 72 horas fora do corpo do JF-4, o que torna qualquer ferimento aberto na zona de contenção um risco grave de contaminação.
Contenção:
Nome da Instalação: Setor Subterrâneo 5 – Bloco de Contenção Biológica Avançada (BCA-04)
Nível de Segurança: Máximo
Dimensões da Cela:
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Área: 10m x 10m
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Altura: 6m (para acomodar escaladas e movimentações verticais)
Estrutura:
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Paredes: Liga metálica reforçada com camadas internas de concreto denso + painéis de grafeno não escaláveis.
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Chão: Grade metálica sobre piso hidráulico, com sistema de aquecimento regulado (temperatura elevada desencoraja movimentações ágeis e produção de teia).
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Teto: Telhado falso com cobertura elétrica — descarga automática em caso de tentativas de escalada ou suspensão por teias.
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Sistema de iluminação: Luzes UV-A e estroboscópicas automáticas ativadas em caso de agitação — afetam a visão sensível da criatura.
Portas:
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Três barreiras sequenciais:
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Porta hermética de titânio.
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Câmara de pressurização com laser de desintegração de teias.
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Última porta com código biométrico + liberação de gás paralisante em caso de violação.
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Método de Contenção
1. Monitoramento Contínuo:
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Vigilância por câmeras térmicas e de visão noturna (visão comum é ineficaz).
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Monitoramento cardíaco e movimentação via sensores subcutâneos (implantados sob sedação pesada).
2. Manutenção Alimentar:
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Alimentação a cada 48 horas: fornecimento automatizado de 3 kg de carne crua (bovina ou suína).
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A carne deve estar contaminada com um agente sedativo leve, suficiente para reduzir a agressividade sem causar sono.
3. Controle de Locomoção:
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Não deve ser autorizado caminhar fora da cela sem restrições físicas (amarras condutivas nos membros superiores e inibidor de glândulas de seda).
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Movimentação dentro da cela deve ser limitada por campos magnéticos de baixa intensidade ativados em horários aleatórios.
4. Prevenção de Escapadas:
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Inspeção diária da cela por drones resistentes a ácido e teia.
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Teias produzidas devem ser incineradas a cada 12 horas por sistema automatizado.
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Nenhum funcionário deve entrar fisicamente na cela. Manutenção é feita apenas por braços robóticos remotos.
5. Protocolo de Emergência (Quebra de Contenção):
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Ativação do Protocolo Aracnis-Red:
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Gás neuroparalisante de dispersão total.
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Travas de piso ativam pontas metálicas retráteis para imobilização.
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Portas triplas se selam e teto libera rede eletrificada.
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Caso o "Rei Aranha" deixe o Bloco BCA-04, uma força-tarefa armada com armas de pulsos elétricos, luz ultravioleta e lança-chamas deve ser mobilizada imediatamente.
