Bem vindos ao Lambri Orphanages

20-12-2022

Olá a todos. O meu nome é Josef Nick e sou eu quem vos guiará pelas histórias sombrias que assombram o passado de Lambri Orphanages. Sentem-se e preparem-se mentalmente, pois as histórias serão perturbadoras até para os mais fortes. No final de cada parte falarei mais um pouco com vocês. Até mais tarde...

08/09/2010- Crianças sentadas em cadeiras de metal esperam a sua refeição que, aos poucos, era colocada em cima dos seus pratos que, por sua vez, se encontravam sobre uma mesa também de metal. Todas as crianças pareciam alegres. Elas conversavam umas com as outras exceto por uma (Bateman Williams). As crianças vestiam algo similar a um pijama. Todas as peças de vestuário tinham também um número estampado nas suas camisas e uma coleira também era visível.
Bateman sentava-se sozinho, completamente isolado dos outros. O mesmo continha o número 13 na sua camisa. Nenhuma criança tinha menos de 7 anos e nem mais de 15. Bateman tinha os seus (14 anos, olhos vermelhos como rubis, cabelo branco 1,64 de altura, era branco e pesava 51 kg). O mesmo já havia feito um amigo (Philip) que desapareceu, quando fez 16 anos. Bateman observava uma das várias cuidadoras colocar com uma colher a comida que o mesmo aguardava.  
Bateman: "Esta porcaria outra vez." ( sussurrava)  
Cuidadora: "Olhe a língua, senhor Bateman." 
Ao ouvir a reprimenda, o mesmo lança um olhar de ódio profundo, fazendo a senhora assustar-se por breve instante. Porém, a mesma consegue desviar o olhar e acalma-se. Só então é que diz ao rapaz:
Cuidadora: "Podes olhar-me com cara feia quantas vezes quiseres, pois ficas já a saber que só te levantas da mesa quando acabares de comer."
E, assim, a cuidadora afasta-se e vai ver das outras crianças.
Bateman é lá deixado, sozinho, outra vez. Não era isto o que Philip teria querido. Ele quereria que o seu amigo movesse em frente, vivesse a sua vida, mesmo sem o mesmo. 
Parando para pensar, nunca fez isso. Talvez ainda vá a tempo. Bem, não custará tentar.
Bateman olha em redor e procura uma mesa livre. Muitas estão ocupadas. As crianças dividem-se nos seus grupos habituais. Ainda assim, limitam-se a comer. Não falam nada entre si. Nem parecem humanos...
Felizmente uma mesa estava livre. Bateman leva o tabuleiro até à mesa onde se encontram apenas duas crianças.
Bateman: "C-Com licença..."
Diz, nervosamente, de modo a chamar a atenção dos dois. Contudo, os rapazes nem lhe lançaram um olhar. Mal notaram na sua presença.
Bateman: "Algum mal se me sentar aqui?"
Permanece sem resposta. Na verdade, eles nem parecem vivos. Aparentam estar quase que a dormir acordados.
É esquisito, mas para Bateman já era comum.
Assim sendo, vendo que nenhum dos dois se opunha, ele senta-se.
Bateman: "Vou sentar-me aqui então."
Descreve em voz alta a ação que está a cumprir para não haver dúvidas. A criança senta-se na única cadeira livre, ao lado de um dos miúdos.
Mesmo assim, ambos permanecem com a mesma cara de idiotas. Sem muita coisa para fazer, Bateman leva a colher a boca e engole aquela porcaria.
Bateman: "Hoje a comida está mesmo boa..."
Comenta, pretendendo trazer algum assunto à tona. Contudo...
Foi em vão. Para nada. 
Eles não reagem. Apenas, lentamente, comem a comida horrorosa que têm no prato. Sem reclamar, impar, falar ou trocar olhares. A atenção está toda focada em comer.
Nunca foi bom a conter a sua raiva, mas nunca se tornou tão evidente. Está a dar o seu melhor. Tem estado a dar o seu melhor. Porém, não consegue conter a raiva que guarda lá dentro.
Aquilo não é normal. Ninguém se comporta como aqueles miúdos. Eles não fazem nada. Nem sequer estão vivos. 
Não são crianças. Neste ponto, já nem podem ser considerados humanos. São...
Bateman: "Os robôs não querem falar, pelos vistos."
Criança: "Hã?"
Solta o comentário, com a raiva à flor da pele. 
Para sua sorte, o comentário pareceu surtir efeito e atraiu a atenção de uma das crianças. Conseguiu arrancar-lhe uma palavra.
Bateman: "Agora é que falam. Estou a ver..."
Deixa claro que está farto do ambiente do local. Não irá tolerar mais nada.
Criança: "Não te entendo."
Fala a mesma criança, confusa com o estranho comportamento de Bateman.
Bateman: "Para de mentir! Estou cansado de mentiras. Vocês bem sabem o que fazem. Sabem que estão a ser oprimidos. Todas as crianças deste orfanato estão sob controlo de quem quer que estaja lá no topo da hierarquia. Dizem que um dia vamos ser adotados, mas esse dia nunca chega. Há pessoas aqui há 10 anos. Compreendes a gravidade disso? Sabes o que isso significa?...Nunca vamos sair daqui!"
Bateman para. A sua respiração está pesada. É capaz de se ter excedido com o último discurso. A raiva subiu-lhe mesmo à cabeça.
Enquanto um miúdo continuou a comer como se não tivesse ouvido nada, juntamente com outros rapazes em outras mesas, a outra criança ouviu tudinho. 
A criança em questão parecia estar bem ciente disso. Tanto que a sua expressão ficou logo séria. Depois de ouvir tudo ele ficaria sem resposta. Correto? Era o que Bateman pensava.
Criança: "Ouve-me bem. Vou apenas dizer isto uma vez, pois só de ter aberto a boca já estou a correr um grande risco."
Ele olha para os lados, assegurando-se que nenhuma cuidadora está por perto. De seguida, ele inclina-se para a frente, ficando com a cara a 1 metro de distância da de Bateman. Então, ele sussura:
Criança: "Eu estou bem ciente do que acabaste de dizer. Sou prova viva disso, na verdade. Eu e o meu amigo aqui, estamos à espera de ser adotados há 7 anos. Já estamos cansados de esperar. Tal como tu, odiamos este lugar mais do que nunca. O que nos torna diferente de ti é que admitimos a derrota. Não há nada que possamos fazer. Acredita, já fomos como tu e tentámos de tudo. No fim, chegámos à conclusão de que não adiantava. Só nos magoávamos mais."
Bateman ficou em choque. Não esperava nada do género. Não fazia ideia de nada daquilo. Se o que ele está a dizer é verdade, mais vale desistir de resistir contra o orfanato.
Criança: "Chega de conversas. Já me exaltei o suficiente."
O miúdo pega no seu tabuleiro e levanta-se.
Criança: "Alquist, vamos!"
O seu colega levanta-se e os dois vão para uma mesa livre. Assim, Bateman ficou sozinho na mesa. Sozinho, outra vez.
Por um lado compreende o ponto a que o rapaz queria chegar, mas ainda acredita no seu próprio ponto de vista. Acredita que pode se rebeliar contra o orfanato. Só precisa de acreditar. 

Prefere morrer a lutar do que morrer sem sequer tentar.

Uma cuidadora sai da sala do almoço. A mesma que deu a comida a Bateman.
O seu turno acabou. Veio mesmo a calhar. Está com uma dor de cabeça. Aturar estes miúdos é mesmo complicado. Nem imaginam...
Ela sai pela porta branca que automaticamente se abre e vai para o corredor.
Cuidadora: "Caramba. Que complicação. Especialmente ele..."
Cientista: "Quem?"
Pergunta um cientista que já se encontrava no corredor à sua espera.
Cuidadora: "O Bateman."
Cientista: "Algo de mal com ele?"
Cuidadora: "Parece-me demasiado suspeito. Anda meio irritadiço e não aguenta mais o orfanato. Cá para mim, só está à espera do momento certo para se rebeliar."
Cientista: "Não faz mal, se ele se virar contra nós, usa o que tens no bolso."
Cuidadora: "E se não funcionar?"
Cientista: "Então serei eu a cuidar dele." 

Em pouco tempo toda a comida havia sido consumida. Alguns minutos depois de Bateman acabar a sua comida, um sinal toca, informando que todas as crianças estavam liberadas para irem brincar no jardim. 

O jardim era grande o suficiente para todos brincarem sem ficarem apertados. A zona continha várias atrações simples como escorregas. Contudo, o que dividia o jardim do exterior era uma grande muralha com câmeras e arame farpado. Bateman chegou ao orfanato quando tinha 7 anos e, ainda assim, não se lembra de nada do mundo exterior e nem de como havia chegado ao orfanato. No entanto, Bateman era a única criança que suspeitava de algo e isso era algo que acabaria por levá-lo à sua morte.
Nesse mesmo dia, enquanto todos brincavam, Bateman ficava sentado num banco de madeira onde alguns brinquedo se encontravam sobre a mesma. Foi quando um rapaz chamado Karter foi na sua direção Bateman e disse:
Karter: "Olá eu sou o Karter."
Bateman: "…"  
Karter: "Eu queria só saber se podia levar o camião que está em cima da mesa."
Bateman estica a sua mão para apanhar o camião e, rapidamente, entrega-o a Karter. O miúdo esboça um pequeno sorriso e vai embora. Enquanto Karter ia embora, Bateman olhava o mesmo pelo canto do olho. Passaram duas horas e outro sinal tocava. Seguindo o ruído, todas as crianças e cuidadoras começam a entrar de novo para a parte de dentro do orfanato.
As cuidadoras então dividiram-se deram as mãos a um miúdo, de modo a entrar de mãos dadas com todas as crianças. Até mesmo Bateman já não tentava lutar contra o facto que teria de entrar de mãos dadas, pois, das ocasiões em que recusou, acabava sempre por ficar de castigo.
Quando entram de novo para dentro do orfanato, as cuidadoras levam todos para um corredor e um a um iam as crianças entrando para os quartos. Como habitual, existia um capacete tecnológico sobre a secretária ao lado da cama em todos os quartos. Todas as crianças recebiam a ordem de colocarem o capacete assim que entrassem no quarto. Nenhuma gostava desse procedimento, mas eram obrigados a tal. Não é como se tivessem muita escolha. Bateman senta-se em cima da cama e coloca o capacete. Assim que o faz, Bateman apaga e apenas ouve alguns sussurros.
Quando retoma, Bateman está deitado na cama com alguns hematomas. Mas, para ele, esta rotina já era comum, tanto que não reclamava sobre o assunto. Depois de 2 minutos, uma cuidadora chega e leva o rapaz, juntamente com o resto das crianças para a cantina, onde haveriam de almoçar.

A comida era repugnante para o paladar de Bateman e o mesmo surpreendia-se pelo facto de ser o único que notava o sabor horrível da mesma. 
Enquanto se forçava para consumir o que quer que fosse aquela refeição, uma cuidadora vai até ao rapaz e diz:
Cuidadora: "Olá Bateman. Eu, as outras cuidadoras e a Direção já notámos que não comes, não socializas e pouco dormes, só para citar alguns problemas. Andas estranho. Passa-se algo de errado Bateman?"
Bateman: "Não"
Cuidadora: "Pois, mas não é o que parece. Sentes-te doente ou assim?"
Bateman: "Eu só não me sinto confortável sem o meu amigo. E, acima de tudo, onde está o Philip? Ele já não aparece há 2 semanas."
Cuidadora: "Como as minhas colegas já te informaram, ele ficou doente e está no hospital."
Bateman: Ele está assim há duas semanas? HEM? EU NÃO ACREDITO NESSA MENTIRA!"
Cuidadora: "Menino, olha o teu tom!"  
Bateman: "PÓ CARALHO EU QUERO O MEU AMIGO." 
Cuidadora: "Não aprendeste nada com os castigos, não é, seu fedelho nojento?" 
A cuidadora agarra Bateman pelo braço e arrasta-o pelos corredores do orfanato. Todas as crianças olhavam com desaprovação para Bateman que ficava cada vez mais constrangido com a situação. E, como um vulcão em erupção, Bateman também havia rebentado em raiva.
O mesmo agarra o pulso da cuidadora e aperta com tanta força que a mesma é obrigada a largar o braço de Bateman. Quando se olhava para o rapaz era possível notar que os seus olhos estavam completamente vermelhos sem nenhuma outra cor ali presente. Dentes que antes eram normais agora ficaram afiados, as veias do mesmo começaram a se ressaltar nos braços e ao pé dos olhos.
Antes de tratar de Bateman, a cuidadora fecha a porta atrás dela para impedir que outras crianças vissem mais do que estava prestes a acontecer. Quando se volta para Bateman, o mesmo já estava a saltar para atacar a senhora. Por sorte, ela consegue mover o seu corpo para a direita, conseguindo desviar-se do ataque. Contudo, o seu ombro esquerdo raspou nas unhas do rapaz, rasgando o seu uniforme e criando um arranhão que não parava de derramar sangue. Foi com isto que ela percebeu que necessitava de fazer algo e rapidamente. Ela tenta ver se a coleira de Bateman estava intacta, mas, por azar da mesma, já não existia coleira nenhuma no seu pescoço.
O rapaz então, a uma velocidade sobre-humana, agarra o pescoço da cuidadora e levanta-a no ar. A cuidadora tem o seu pescoço pressionado com uma força anormal. Mais uns segundos e terá a sua garganta esmagada. Foi então que ela desesperadamente tira algo do bolso, um comando que continha várias botões. A senhora vai apertar um botão preto, mas assim que o faça...
*Clack*
Bateman aperta o pescoço da auxiliar com tanta força que divide o resto do pescoço da cabeça, matando a cuidadora no momento. 
De seguida, o rapaz dá um pontapé na porta que antes havia sido fechada pela senhora, agora morta. Bateman encara cada uma das crianças, todas com um olhar de medo profundo e inigualável. Este rapaz escolhe a sua nova vitima e corre até ela. A toda a velocidade ele faz um sprint na direção do pobre miúdo quando...
*Plam*
Antes que fizesse algo com a criança, homens armados entram na cantina por uma porta de metal ao lado esquerdo de Bateman, soltando um enorme ruído ao abrir a porta. Nenhum dos homens gastam esforços para disparar contra Bateman. As balas perfuram o rapaz tão rapidamente que não abrem espaços para reações. Sem se aperceber, ele foi atingido. Desde modo, Bateman cai no chão, inconsciente.
Mais homens aparecem mas desta vez em todas as outras entradas da cantina. Eles lançam bombas de gás que fariam todos adormecerem e se esquecerem do que se havia passado. Após isso, todas as portas são fechadas e trancadas e Bateman também é levado pelos homens numa maca branca. 
Bateman acorda, já de volta ao normal. Encontra-se numa sala escura e sentado numa cadeira de metal fria como um cubo de gelo.
As suas antigas roupas de haviam sido substituídas por novas. Deve dever-se ao facto das vestimentas anteriores terem ficado danificadas após o encontro com aqueles soldados. A nova roupa era leve e confortável, sendo da cor bege claro.
O rapaz via-se amarrado na cadeira por grossas correntes de aço que apenas seriam quebradas por uma broca após dias de perfuração.
Vários homens reuniam-se à volta de Bateman. As suas caras estavam tapadas por máscaras, máscaras de demónios japoneses, os chamados Oni. Para além da máscara, também vestiam um terno formal, calças formais e sapatos formais. Para Bateman, aqueles homens eram um bando de palhaços que se enganaram na data do carnaval.
Todos sussurravam palavras, palavras que Bateman não entendia. E demoraram um bom tempo a proferi-las. Assim que terminaram, voltaram a sua atenção para o rapaz. A pobre criança tinha algo na sua sua boca que o impedia de falar. Caso contrário, já os teria gritado a plenos pulmões.
O homem que está à sua frente dá um passo na direção do rapaz. Quando o faz, tal homem inclina-se mais um pouco para ficar com os seus olhos no nível dos olhos de Bateman. O homem encara a criança com um olhar de superioridade. Olhar penetrante que instiga o medo a qualquer um, acima de tudo àquele rapaz. Bateman apenas contraía um olhar pertencente a uma criança assustada. Então...
*Slap*
O senhor da uma chapada na cara do rapaz, deixando uma marca vermelha na bochecha do mesmo. Uma lágrima então cai do olho do miúdo, percorrendo toda a sua bochecha, parando no queixo, temporariamente, até cair no chão.
Tendo amedrontado o rapaz, o homem sorri levemente e começa a falar: 
Homem misterioso: “Já estávamos preparados para a chegada deste dia. Aliás, tu mostravas evidências que já não aguentavas mais”. 
O homem então tira a proteção que estava na boca de Bateman e continua a falar com a sua voz que captava a atenção de todos.
Bateman: "Como assim?”
Pergunta o rapaz, quase a chorar.
Homem misterioso: ”Como assim? O teu comportamento já estava a ir longe demais, rapaz. Diria que já chegou a tua hora.”  
Bateman: “Mas afinal quem são vocês e como é que me conhecem?” 
Homem misterioso: ”Não interessa quem nós somos. O que interessa é em quem nós te vamos transformar." 
Bateman:” Transformar?”  
Ora aqui está algo que ninguém esperava. No momento mais baixo, uma revelação é feita. E uma revelação ainda rodeada de mistérios, vale a pena acrescentar.
Homem misterioso:  “Tu estavas no paraíso e acabaste de ganhar entrada VIP para o inferno, criança de merda.”   
Mal o senhor termina de falar, outro homem que estava atrás de Bateman aproxima-se e com uma seringa que continha um líquido anestesiante. Sem hesitar, o homem espeta a pequena agulha no pescoço do rapaz, deixando-o inconsciente mais uma vez.
Quando acorda novamente, Bateman encontra-se de pé. Já não tem a sua camisa e um tubo havia sido ligado ao seu peito.
Como disse, ele estava de pé, contudo com os seus braços esticados para cima, e as sua mãos presas numa corda de metal ligada ao teto. O tubo ia da sua barriga até a um contentor que, muito lentamente, ia enchendo-se com um líquido vermelho brilhante.
O tal líquido não era sangue, mas sim outra coisa. Algo muito mais sobrenatural, mas que, ainda assim, parecia importante para os funcionários do estabelecimento.
Na parede à frente de Bateman, existia um vidro onde vários cientistas o observavam por de trás do mesmo. Ele imediatamente entra em estresse, apercebendo-se da sua condição.
Bateman grita com todas as suas forças, mas nada adianta. O líquido continuava a sair do seu corpo.
Bateman: "Ei! Parem! Por favor, parem!"
A criança suplica desesperadamente para que parassem, mas os cientistas apenas olhavam para o miúdo friamente, sem demonstrar um pingo de humanidade.
Uma Cientista aperta um botão e uma máquina surge atrás do rapaz. A máquina tinha a forma de um cubo de metal. Ligada a esse cubo existia vários braços mecânicos. Nas pontas dos braços, havia vários tipos de lâminas, que iam de uma serra a uma agulha.
De seguida, a cientista aperta outro botão. Imediatamente, um braço com uma serra na ponta desfere um golpe nas costa de Bateman fazendo-o sangrar bastante. Assim que o faz, mais líquido vermelho enchia o contentor.
Mais golpes foram desferidos nas costas da criança, fazendo-a chorar de dor e gritar ainda mais. Golpe atrás de golpe atrás de golpe. Gritos de dor atrás de gritos de dor. Minuto atrás de minuto. 
Tortuosamente o tempo ia passando. Minutos que pareciam anos. A dor nunca mais terminava. Quando acabou, 90 minutos tinham passado. 
Passado aquele grande intervalo de tempo, as cordas soltam Bateman, fazendo-o cair no chão. De seguida, homens armados entram na sala. A sala que agora tinha o chão repleto de sangue, formando uma grande poça de sangue ao redor do miúdo.
Os homens levam bateman para outra sala. A nova sala tinha duas cadeiras de metal e uma mesa também de metal no meio das cadeiras. Os homens prendem Bateman na cadeira, porém permanecem atrás do mesmo, que quase desmaia de tanta dor.
Foi então que um cientista com cabelo e barba castanha entra na sala e senta-se à frente de Bateman. O cientista abre a boca e começa a falar:
Cientista: "Então? Como foi o primeiro dia no inferno?” 
Bateman:” ….” 
Não tinha forças para falar. Também não queria dar o prazer ao cientista de receber uma resposta. 
Cientista: ”Andas muito calado. O processo parece estar a custar. Bem, não te preocupes, tu vais acostumar-te.” 
Bateman: "V-V..Va-V-Va..vai à mer..da”
Usando as poucas forças restantes no seu corpo ele insulta o velhote. E demorou algum tempo para o insulto sair. 
Cientista: ”Oh! Agora falas! Que bom! Isso significa que ainda tens a consciência ativa. Ora vamos lá ver o que temos aqui.” 
Ao acabar a frase, o cientista tira alguns arquivos da sua mala.
Cientista: "Bem, antes de vermos o que tens aqui, preciso de te dizer uma coisa. Como pude? Quase que me esquecia disto."
Ele inclina-se para a frente. Fica cara a cara com a criança. A sua cara e boca aproximam-se do lado direito da cara do miúdo.
Nesse momento, o cientista sussurra algo no ouvido de Bateman. Por vários minutos ele profere algo. A cada frase, a cada palavra que saía da boca do tal homem, Bateman apenas ficava mais e mais furioso, a ponto de morder o seu lábio até sangrar.
Quando o cientista pára de falar, o rapaz junta forças e dá uma cabeçada no homem, fazendo-o sangrar do nariz. 
Cientista: "AI, MERDA! SEU FILHO DA- HÁÁÁ!” 
Reclamava da dor que sentia. Gritava e continuava a protestar, mas de nada adiantava. A dor era contínua.
Bateman: ”EU MATO-TE!”
Declarou, perante o inimigo convicto de que venceria a batalha.  
Cientista: “Ok, tudo bem tu é que pediste. Vamos ver o que temos aqui."
Forçando um sorriso e folheando os artigos com as suas mãos trémulas ele procura proteção na argumentação. Eventualmente, ele pára numa página do documento e começa a citar empolgadamente cada detalhe.
Cientista: "Esta é das boas! T-Tu és Irlandês, não és? E o teu pai, hum...e-ele é da Noruega e-e-e a t-tua mãe.......espera lá...a tua mãe...não acredito...ela...”
Parece que leu algo impressionante. O que será? Deve ter sido algo relevante para o deixar quase em choque. Contudo.
Cientista: "Hahahhahaha!"
Ele ri-se.  
Bateman: ”O que tem a minha mãe? Eu não tenho memórias nem dela nem do meu pai.” 
Cientista: ”Bem não interessa se te lembras deles ou não. ESTA MERDA TU TENS QUE OUVIR! Hahahaha! Sabias que a tua mãe também é tua irmã? Pois, sim. Pelos vistos, o teu pai abusou da tua irmã autista e uns meses depois nasceu a pobre criança que está á minha frente. Agora diz-me lá se isso não é engraçado?"
O que ele falou deixou o rapaz incrédulo. Não sabia a mínima ideia do que ele estava a falar. No entanto, tudo o que o cientista dizia parecia ter uma certa verdade por detrás daquelas palavras.
Afinal, por muito que não quisesse acreditar, o que o velhote dizia podia muito bem ser verdadeiro.  
Bateman: ”O q..que estás a dizer é mentira...só...tu só me queres irritar. Sim, é isso.”
Já não conseguia disfarçar. Estava a cair diretamente na armadilha do inimigo. Deixou-se levar pelas provocações do inimigo. Nem tinha a certeza se o que ele disse era verdade, mas só de pensar naquela hipótese...fazia-o sentir-se diferente.
Quando dá por si, Bateman começa a gritar e faíscas saiem dos seus olhos. A coleira no seu pescoço danifica-se com a energia que sai do seu corpo. Desta forma, o rapaz rompe a grossa camada de correntes inquebráveis e ele fica solto.
O cientista assusta-se e temendo o pior tira uma arma do seu bolso. Porém, o rapaz agarra na mão do homem e aplica tanta força que parte a mão do cientista.
Imediatamente, 3 homens atrás de Bateman começam a disparar, mas, quase como uma aranha, ele salta para a parede e da parede salta em direção aos seguranças armados. Durante o salto, o miúdo ainda consegue rasgar a garganta de um dos guardas, que, no meio tempo, teve alguns espasmos que o fizeram disparar contra um colega, perfurando a perna do seu próprio aliado com uma bala.
Em seguida, é atingido  por um tiro no braço esquerdo. Segundos após ser atingido, ele ignora a dor e, com o seu braço direito, ele penetra no olho esquerdo de mais um dos guardas, empurrando os seus dedos até ao cérebro do homem, matando-o automaticamente.
O último guarda havia levado um tiro na perna e estava deitado no chão, como tal foi mais fácil matá-lo. Bateman, já transformado, limita-se a pisar na cabeça do homem com a sua força absurda, esmagando a sua cabeça e espalhando sangue e pedaços de carne no chão. Escusado será dizer que aquele guarda estava mais do que morto.
Controlado pelo desespero, o cientista tenta correr pela porta a fora, com a mão a sangrar. Mal sabia ele que a realidade não poderia estar mais longe do que imaginara. O rapaz agarra o pescoço do cientista e parte-o facilmente.
Acabado o serviço, Bateman sai da sala e vai em direção a uma porta onde dizia "Saída".  Sempre que dava um passo Bateman derramava litros de sangue. Litros que deixavam um rastro vermelho por onde passava.
Ao abrir a porta com a pouca força que ainda possuía, o rapaz depara-se com várias escadas que o levariam para de baixo da instalação e provavelmente para a saída. Infelizmente, não era assim tão fácil. No momento, dois guardas estavam a subir as escadas. Em pouco tempo estariam junto dele.
Decidiu optar pela decisão mais corajosa. Bateman espera que eles subam e quando chegam, o rapaz perfura o peito de um dos guardas, não abrindo espaço para reações.
O outro guarda que se encontrava atrás do agora morto colega, ainda dá um tiro no braço esquerdo de Bateman que grita de dor. Já era o segundo tiro que ele levava no braço esquerdo.
Com ainda mais raiva, o mesmo agarra o guarda pelo queixo e atira-o escadas a baixo. O guarda, na queda, bateu com a parte de trás da sua cabeça com muita força num dos quase infinitos degraus de calcário e morreu. Mais uma morte para a conta.
Bateman estava cansado e prestes a desmaiar. Ele desce todas as escadas, por sorte não encontrando mais nenhum guarda. O rapaz estava a um passo da saída. Então reunindo todas as suas forças, consegue sair por uma porta de metal no final de todas as escadas.
Uma longa distância é percorrida até se entrar numa floresta. As feridas abertas da criança formavam um rastro de sangue.
Ele andou por 30 minutos e chegou a uma estrada. Mais meia dúzia de passos foi o suficiente para perceber que não ia conseguir mais. Até que um carro preto aparece.
Com certeza pertenceria a alguém rico. Talvez pudesse ajudá-lo. Pensou talvez por ingenuidade. Ou talvez a perda de sangue o estivesse a  fazer parar de pensar. De qualquer forma, não tinha uma ideia melhor. A perda de sangue já lhe estava a dar tonturas.
Voz misteriosa: "Hey! Miúdo!"
Alguém chama por ele. Olhando melhor, Bateman vê a cabeça de uma mulher a sair da janela do carro. Ela acena-lhe com a mão.
Mulher: "Tu aí! Entra!"
Em resposta, Bateman acena com a cabeça e, logo, a porta de trás do carro se destranca. Sem pensar, a criança entra no carro e fecha a porta.
Ao entrar, Bateman deita-se no assento preto do carro. Perdeu demasiado sangue. Já não se aguenta em pé. Assim, sem mais nem menos, desmaia.
Só havia algo que não tinha notado. Um detalhe muito importante. Se tivesse olhado para o painel do GPS junto do assento do condutor, tudo teria mudado.
Bastava ter olhado e descobririria... 

Afinal, o carro ia na direção do orfanato.

Parece que chegámos ao fim da primeira história. Por mais que tenha tentado, Bateman não conseguiu escapar do maldito orfanato. Bem, ele tentou. E certamente mais haverão de tentar. Claro que ainda há muitos mistérios para desvendar, pois o número de histórias que cercam este local são incontáveis. Mas ainda temos de descobrir o que todas aquelas crianças estão a fazer ali. Ou onde foi parar o amigo de Bateman? E o mais importante de tudo, o que era aquele líquido vermelho? Infelizmente são informações que terão de ser abordadas para uma próxima. Adeus e boa sorte!